Entrevista com um dos últimos músicos que valem a pena
Como e quando foi sua conversão?
ADHEMAR - Lembro-me como se fosse hoje. Era um sábado
de carnaval e fui participar de um acampamento de jovens a convite de minha
mãe; não sabia o que ia encontrar lá, eu não tinha convivência com igreja
evangélica. Quando vi aquele ambiente de música e alegria, por ser músico,
aquilo me fisgou. No segundo dia, quando a missionária Mary Johnson fez o
apelo, trouxe uma palavra sobre Cristo, eu fui à frente e tive um encontro
maravilhoso com Jesus. A partir daí comecei a congregar, me batizei e tive
experiências com o Espírito Santo. Comecei a compor com dois meses de
conversão. Nunca mais parei. São 43 anos que me encontro sob uma fonte
inesgotável.
Existe alguma música em especial que marcou sua
vida?
ADHEMAR - Em 1988, quando gravei
a canção “Nosso General”, ao chegar em casa vindo do estúdio coloquei uma fita
para minha família ouvir. Naquele dia meu filho estava enfermo, na cama e, ao
ouvir aquele louvor, de repente colocou-se em pé e começou a saltar. No dia
seguinte, ele estava curado completamente!
Hoje se fala muito sobre adoração
profética. Qual sua opinião sobre o esse termo e se existe alguma diferença em
relação à adoração tradicional?
ADHEMAR - Adoração sempre é para Deus
e a profecia sempre é para o homem. Leia Mateus 4:10 e I Coríntios 14:3. No ambiente
de culto e adoração a Deus, onde a presença de Deus se manifesta em meio aos
louvores, é quando nasce a inspiração profética que pode fluir através de um
cântico, de um tema instrumental, de uma oração, de um texto da palavra ou de
uma mensagem falada (I Coríntios 14:24,25)
E sobre "profetizar com
instrumentos?”
ADHEMAR - A questão é se quem toca o instrumento tem
o perfil de adorador, de profeta. Para ministrar com qualquer instrumento,
primeiramente é preciso ser profeta.
Profeta é aquele que ama, guarda, vive e proclama a palavra (II Timóteo 2:15). Essa experiência aliada ao dom musical permite que o profeta mnistre com sua voz ou seu instrumento profeticamente inspirado, como vemos em II Reis 3:15.
Profeta é aquele que ama, guarda, vive e proclama a palavra (II Timóteo 2:15). Essa experiência aliada ao dom musical permite que o profeta mnistre com sua voz ou seu instrumento profeticamente inspirado, como vemos em II Reis 3:15.
Na verdade, o instrumento é apenas um
canal pelo qual o profeta transmite o que está recebendo de Deus.
Como o senhor administra sua agenda
de viagens para ministrar em outras cidades com a necessidade de estar
participando da igreja local?
ADHEMAR - Todo músico deve preservar o vínculo com a igreja local.
No meu caso, apesar de viajar e sair
muito, estou ligado à igreja local, faço parte de uma equipe pastoral que se
reúne semanalmente para oração e compartilhamento.
Qual a sua opinião sobre a cobrança
de “cachês” pelos cantores evangélicos para se apresentar nas igrejas?
ADHEMAR - Penso que esse não é o
melhor caminho. Por outro lado, é justo que as igrejas assumam
um compromisso com aqueles a quem convidam.
Separei um tempo pra me reciclar e descansar. Foi e tem sido muito proveitoso, a ponto de desejar repetir oportunamente essa experiência que recomendo a todos que têm uma atividade intensa na obra de Deus.
*Acha que é preciso esvaziar a agenda pra encher o coração, às vezes?
Com certeza sim, sob pena, de seguirmos ministrando sem profundidade caso não seguremos a agenda.
Suas composições fazem parte do
repertório das igrejas evangélicas em todo país. Você acha que hoje a igreja
CANTA mais do que ORA?
ADHEMAR DE CAMPOS: Com certeza! Isso tem
acontecido porque existe uma mentalidade no nosso meio de que a adoração está
ligada a música, o que contraria o ensino bíblico. Música é uma coisa, adoração
é outra. É evidente que a música contribui, mas a adoração não depende da música.
Na falta desse entendimento acaba-se valorizando muito a adoração musical e
menos a vida devocional. Essa é uma das razões pela qual não vemos cultos de
oração nas igrejas. No início da minha conversão, toda terça a noite havia
culto de oração do qual eu participava e onde muitas vezes fui incendiado.
Lamento que, como igreja, tenhamos nos afastado da vida de oração e fazermos da
adoração musical uma forma de auto-satisfação. Espero que nossos olhos sejam
abertos e nos deixemos levar a um equilíbrio.
E quanto à música cristã, você tem
observado alguma inovação, algo de diferente que os novos músicos vêem trazendo
para a música cristã, mudanças, ou aquilo que foge à teologia ao longo desses
anos?
ADHEMAR DE CAMPOS: A primeira coisa que observo como compositor, é que existe, digamos, uma certa falta de criatividade e objetividade na maioria das nossas composições. Sinto falta de mais conteúdo, de mais base bíblica, de um texto que tenha a idéia de começo meio e fim. Um bom exemplo disso são os hinos tradicionais. Quem não se lembra do lindo hino RUDE CRUZ? Um dos elementos fortes nesse hino é a letra, que tem uma mensagem clara, profunda, marcante... é disso que estou falando, é disso que sinto falta.. não importa se a letra é longa ou curta (outro bom exemplo de conteudo e base bíblica é a canção PODEROSO DEUS do Pr Cirilo), mas sim que a mensagem fale o que tem de falar. Não conheço melhor fonte de inspiração e criatividade que a Bíblia.
ADHEMAR DE CAMPOS: A primeira coisa que observo como compositor, é que existe, digamos, uma certa falta de criatividade e objetividade na maioria das nossas composições. Sinto falta de mais conteúdo, de mais base bíblica, de um texto que tenha a idéia de começo meio e fim. Um bom exemplo disso são os hinos tradicionais. Quem não se lembra do lindo hino RUDE CRUZ? Um dos elementos fortes nesse hino é a letra, que tem uma mensagem clara, profunda, marcante... é disso que estou falando, é disso que sinto falta.. não importa se a letra é longa ou curta (outro bom exemplo de conteudo e base bíblica é a canção PODEROSO DEUS do Pr Cirilo), mas sim que a mensagem fale o que tem de falar. Não conheço melhor fonte de inspiração e criatividade que a Bíblia.
"BATE BOLA" COM
PASTOR ADHEMAR
Nome: Adhemar Gomes de Campos
Nasc.: 01/12/52
Onde mora: São Paulo
O que nao pode faltar em casa: Amor
Banda nacional: Oficina G3
Banda internacional: Hillsong Church
Música preferida: "Reina sobre mim"
Música preferida (sua autoria): "Bem Supremo"
Um hobby: Violão
Uma pessoa que não esquece e porque: Meu pai, pela boa influência
Sonho realizado: Ter uma familia
Sonho não realizado: Ver uma igreja unida
Um fato marcante: A perda da minha filha Raquel
Nasc.: 01/12/52
Onde mora: São Paulo
O que nao pode faltar em casa: Amor
Banda nacional: Oficina G3
Banda internacional: Hillsong Church
Música preferida: "Reina sobre mim"
Música preferida (sua autoria): "Bem Supremo"
Um hobby: Violão
Uma pessoa que não esquece e porque: Meu pai, pela boa influência
Sonho realizado: Ter uma familia
Sonho não realizado: Ver uma igreja unida
Um fato marcante: A perda da minha filha Raquel
Opinião e frases de Adhemar
Com relação ao mercado musical, o pastor disse que surgiram muitas
composições que não tem consistência e essência Bíblica, e que as pessoas usam
clichês e chavões e repetem frases já cantadas, não contribuindo para
edificação.
“A fonte da qual nós bebemos é Deus e Deus é criativo, Ele tem poder para
fazer coisas novas sempre”.
Hoje, com a chamada explosão gospel, ele afirma que só traz benefício
funcionando como vitrine, quando usada com responsabilidade. Segundo ele, esta
abertura deve ser usada com critérios e cuidados para não seguir o caminho
meramente artístico e exibicionista.
Adhemar alerta ao cuidado de se manter conectado com Deus para receber Dele
o novo, a fim de que a mensagem tenha coerência bíblica.
“Somos representantes de Deus, não somos meros cantores e artistas, como
servos de Deus e testemunhas de Jesus, a música é só uma ferramenta para
anunciar a verdade que acreditamos”.
“Jesus deve ser o foco principal da vida cristã, do nosso trabalho, do
nosso ministério. Jesus é o cabeça, é o fundamento, o coração da igreja, se
todo ministro se dedicar a esse pensamento seu ministério durará bastante
tempo, experiência própria”, conclui Adhemar de Campos.
“Ser referência envolve responsabilidade, compromisso, persistência e
disposição para enfrentar as lutas e tentações que concorre a vida do cristão”,
“A vida de uma pessoa é marcada por
seus frutos e Deus me deu a condição de fazer algo que marcasse a vida das
pessoas”.
É responsabilidade do músico ou ministro de
louvor levar a Igreja à adoração?
O processo é simples. Essa função
do dirigente à frente da congregação é um trabalho do músico, mas ele está
aliado a uma questão de inspiração. A sua função é facilitar. Experiência de
quem você está dirigindo com um Deus que está presente no ambiente. Vou dizer
para você que isso não é fácil nem dá para ensinar. É uma coisa da sua sintonia
com Ele que reflete no rebanho. Tem uma música que diz “do Senhor me vem a
inspiração”. Se sou uma pessoa inspirada, quem é inspirado, inspira; quem é
triste, entristece. É uma relação de causa e efeito. Minha fonte de inspiração
é a Bíblia. Sempre tenho um texto no coração. Quando estou à frente, estou
refletindo, autoalimentado, há momentos de um desaguar interior que acaba
refletindo no meio do povo.
Ser músico/a requer alguns cuidados. Há alguma recomendação?
Uma vez conversei com uma pessoa que faz um trabalho parecido com o meu e eu disse:
— De que Igreja você é?
— Sou da igreja “x”, mas não vou muito porque a agenda não permite.
Eu continuei:
— É casado?
Sim, há pouco tempo.
Aí eu respondi:
— Então, você está pedindo para o pecado te arrastar para as profundezas nesse seu ritmo de vida, porque você não vai à igreja, é jovem, recém-casado e bonito.
Uma vez conversei com uma pessoa que faz um trabalho parecido com o meu e eu disse:
— De que Igreja você é?
— Sou da igreja “x”, mas não vou muito porque a agenda não permite.
Eu continuei:
— É casado?
Sim, há pouco tempo.
Aí eu respondi:
— Então, você está pedindo para o pecado te arrastar para as profundezas nesse seu ritmo de vida, porque você não vai à igreja, é jovem, recém-casado e bonito.
O conselho que eu dou é: primeiro
uma vida diante do Senhor. Jesus chamou para si aqueles que Ele quis. Ninguém
pode ser enviado se não esteve com o Senhor. Eu não abro mão disso. Se eu não
puder estar com o Senhor eu não quero ministrar; porque Ele é a fonte, a razão
e a motivação. Quem não tem isso não tem nada. Tem ativismo, tem música, mas
não tem ministério.
Em segundo lugar, precisa ter
comunhão com a Igreja. Sou pastor auxiliar na Igreja onde me batizei, casei, a
minha história está lá. Sempre fui da mesma Igreja. Meus filhos nasceram e
casaram-se lá. Congregar é uma recomendação bíblica. Não existe igreja
perfeita, mas não anula o fato de que eu tenha que deixar de congregar. Isso é
muito saudável, porque faz falta para todos nós. Não é só frequentar, mas ter
uma vida em comunidade junto com os irmãos e irmãs.
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