John Fletcher
(1729 – 1785)
Jean Guillaume de la Fléchère, um Suíço de língua
Francesa que nasceu em Nyon em 12 de Setembro de 1729, foi um verdadeiro grande
homem de Deus. John William Fletcher – o seu nome foi anglicizado para ajudá-lo
a ser aceito por aqueles a quem ele foi chamado a pastorear e pregar – serviu o
Senhor em Madeley (Inglaterra) de 1729-1785 e foi presidente da Trevecca, a
universidade do Sul de Gales fundada pela Condessa de Huntingdon, concebida
para treinar líderes Cristãos durante o reavivamento do Séc. XVIII.
Ele
era altamente respeitado e amado, – quase que adorado pelos estudantes. Amigo
íntimo tanto de John como de Charles Wesley, Fletcher foi considerado sucessor
de John Wesley, mas, ao morrer em 1785, precedeu Wesley na morte. John Wesley
disse que, espiritualmente, nunca encontrara ninguém como Fletcher, “alguém tão
devotado a Deus tanto exterior como interiormente;
e dificilmente encontrarei
outro como ele deste lado da eternidade”.Quando morreu foi dito: “John
Fletcher, um modelo de santidade sem paralelo neste século.”.
John
Fletcher era conhecido por De Madeley devido ao impacto que causou nesta terra
inglesa. A influência do seu ministério foi de tal envergadura que os bares
fecharam todos nesta localidade.
Alguns apresentavam como
desculpa para não irem aos cultos, aos Domingos de manhã, o fato de não
conseguirem acordar a tempo suficiente para terem a família pronta. Ele
arranjou um remédio para este mal. Pegando numa sineta, às cinco horas da
manhã, durante meses, todos os domingos, percorria as ruas convidando os
habitantes para a casa de Deus. Era incansável. Mesmo doente nunca recusava sair de casa a altas
horas da noite, ou de madrugada, em qualquer estação do ano, mesmo sob as
condições atmosféricas mais severas e desconfortáveis, para visitar os doentes
e moribundos, e oferecer-lhes as consolações do Evangelho. O pai dele era membro
de uma das famílias mais respeitadas no Cantão de Berna, na Suíça, e foi
Coronel no Exército Francês.
Apesar
de ter qualificações intelectuais, preferiu o risco da aventura de ser
mercenário. Chegou a vir a Lisboa para comandar um navio de guerra Português
que o levaria ao Brasil, ao serviço do Rei de Portugal. Ainda tentou ingressar
no Exército da Holanda onde tinha um tio no posto de Coronel, mas, entretanto o
tio morreu e as suas esperanças desvaneceram-se. O que se teria perdido, se estes
reveses não tivessem acontecido?!
EM
INGLATERRA
Desempregado,
resolveu ir para Londres. Uma vez aqui, ouviu o Evangelho através dos
metodistas e converteu-se ao Senhor. Começou então uma vida maravilhosa. Pouco
tempo decorrido após a conversão começou a pregar – com muita bênção. Era solicitado em diferentes igrejas. (Madelay England)
A humildade e o fervor eram as suas grandes
características. Toda a sua vida passou a ser uma vida de devoção; e tão
ansioso ele estava em manter a comunhão com Deus, que por vezes dizia, “Não me levantarei, sem primeiro
erguer o meu coração a Deus”.”Sempre que nos encontrávamos”, observa um amigo
íntimo, “se estivéssemos sós, a sua primeira saudação era, ‘Interrompo a tua
oração?’ Se a má conduta de uma pessoa ausente fosse mencionada, a sua atitude
era,’Oremos por ele.’
JOVENS
MARCADOS
Ele
também lecionou. Os estudantes ficavam tão impressionados com ele que quando
entrava na sala de aulas fechavam os livros sobre Virgílio, Cícero e outros,
muito em moda na época. Preferiam escutá-lo. Depois de falar sobre grandes
temas como a oração, a plenitude do Espírito e o poder e bênção de Deus na vida
quotidiana, convidava-os a colocarem a teoria na prática. Normalmente saía da
sala de aulas e dirigia-se a um compartimento onde se punha a orar.
Invariavelmente os estudantes todos seguiam-no. Estes contaram que um dia,
quando ele orava, o êxtase espiritual que experimentava era tão elevado que
exclamou. “Senhor,
não me enchas mais senão rebento. Perdoa-me Senhor, continua a encher-me;
prefiro rebentar a perder esta bênção de ser cheio de Ti”. Os estudantes
confessavam que às vezes não sabiam se ainda estavam neste mundo ou já no
próximo. Havia dias que passavam com ele horas a buscar a face de Deus. Um dia
ele disse-lhes: “Se Deus vos conceder arrebatamentos e experiências
extraordinários, agradecei-Lhe; mas não vos glorieis nisso fora da medida. Sede
prudentes, para que a desilusão não se intrometa; e lembrai-vos que a vossa
perfeição Cristã não consiste tanto na construção de um tabernáculo no Monte
Tabor, para descansardes e desfrutardes de VISTAS RARAS ALI, mas em tomardes
resolutamente a cruz, e seguir Cristo no palácio de um arrogante Caifás, até ao
átrio de juízo de um injusto Pilatos, e até ao cume de um ignominioso Calvário.
Nunca lestes nas vossas Bíblias, “Que esteja sobre vós a glória que também
esteve sobre Estêvão, quando ele olhou firmemente para o céu, e disse, ‘Eis que
vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de
Deus’, mas tendes lido nelas freqüentemente, ‘De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não
teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a
forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.’”
HOMEM
DE ORAÇÃO
A
oração, com Fletcher, não era um dever mas um refrigério e uma inspiração.
Todos os Domingos de manhã, entre as quatro e as cinco da manhã, e duas ou três
noites por semana, depois dos alunos estarem a dormir, ele costumava sair para
os prados, ou para as margens do Severn, reunindo-se com um funcionário de
finanças, um criado, e uma viúva pobre. Os quatro derramavam a sua alma em
oração a Deus, sendo admiráveis as manifestações de amor e graça divinos que
lhes era concedido. Henry Venn disse dele: “Fletcher foi um luminar — eu
disse, um luminar? Ele foi um sol! Conheci todos os grandes homens de Deus
nestes 50 anos, mas nunca conheci ninguém como ele, e conheci-o intimamente…
Nunca o ouvi proferir uma única palavra que não fosse própria. E tinha uma tendência
impressionante de ministrar graça aos que o ouviam… Nunca ouvi Fletcher falar
mal de alguém. Ele orava pelos que andavam desordenadamente, mas nunca
publicava as suas faltas.”
. Madelay
REMINDO
O TEMPO
Para
se ter uma noção de como ele remia o seu tempo notemos o que se passou certa
ocasião. Certa manhã, ele disse a uma jovens: “Observei esta manhã como vocês
tomam o vosso lanche. Convido-vos a estardes presente na minha refeição amanhã,
para verdes como eu o tomo. Quando elas vieram à hora marcada observaram-no
comer uma malga de leite com pedaços de pão enquanto ao mesmo tempo conversava
com elas. Ele tinha colocado um relógio na mesa, e quando acabou de comer
perguntou-lhes quanto tempo demorara. Elas disseram-lhe que comera num minuto e
meio. Contrastando com o tempo que elas tinham tomado no dia anterior -uma hora
-, disse-lhes: “Ainda temos 58 minutos!” E começou a cantar um hino com esta
letra: A nossa vida é como quimera! A nossa temporada escoa efêmera. O momento fugidio
já era. A seguir pregou-lhes sobre o valor do tempo e da alma. Por fim
ajoelharam-se todos em oração.
FAZIA
BALANÇO DIÁRIO
Antes
e além de tudo o mais John Fletcher buscava Deus. Como ajuda neste supremo
esforço ele redigiu as seguintes regras para usar à noite:
Hoje,
ao levantar-me estive espiritualmente vigilante, e tive o cuidado de impedir
que a minha mente vagueasse?
Neste
dia estive mais perto de Deus em momentos de oração, ou dei azo à preguiça e
ociosidade?
Neste
dia a minha fé foi enfraquecida por falta de vigilância, ou despertada pela
diligência?
Neste
dia andei pela fé e vi Deus em todas as coisas?
Neguei-me
a proferir palavras e pensamentos maus? Alegrei-me por ver outros preferidos a
mim?
Fiz
o máximo com o meu precioso tempo, ou enquanto tive luz, força e oportunidade?
Guardei
as saídas do meu coração com graça, de modo a tirar proveito delas?
O
que é que neste dia fiz em proveito das almas e corpos dos queridos santos de
Deus?
Fiz
alguma coisa para agradar ao meu ego quando podia ter poupado dinheiro para a
causa de Deus?
Neste
dia governei bem a minha língua, lembrando-me que “na multidão de palavras não
falta pecado”?
Em
quantos exemplos me neguei a mim mesmo hoje?
A
minha vida e conversação adornaram o Evangelho de Jesus Cristo?
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