Jorge Müller nasceu em 1805, de pais que não conheciam a Deus.
Logo depois de abandonar sua vida de vícios, para andar com
Deus, chegou a reconhecer o erro, mais ou menos universal, de ler muito acerca
da Bíblia e quase nada da Bíblia. Esse livro tornou-se a fonte de toda a sua
inspiração e o segredo do seu maravilhoso crescimento espiritual. Ele mesmo
escreveu: “O Senhor me ajudou a
abandonar os comentários e a usar
a simples
leitura da Palavra de Deus como meditação. O
resultado foi que,
quando, a primeira noite,
fechei a porta do meu quarto para orar e
meditar
sobre as Escrituras, aprendi mais em
poucas horas do que antes durante alguns
meses.”
Perguntou-lhe se orava muito. A resposta foi esta: “Algumas
horas todos os dias. E ainda, vivo no espírito de oração; oro enquanto ando,
enquanto deitado e quando me levanto. Estou constantemente recebendo respostas.
Uma vez persuadido de que certa
O grande ponto é nunca cansar de orar antes de receber a resposta.
Não muito antes de seu casamento,
não se sentia bem com o costume de salário fixo, preferindo confiar em Deus em
vez de confiar nas promessas dos irmãos. Deu sobre isso as três seguintes
razões:
1)
“Um salário significa uma importância designada, geralmente adquirida do
aluguel dos bancos. Mas a vontade de Deus não é alugar bancos (Tiago 2.1-6)”.
2)
“O preço fixo dum assento na igreja, às vezes, é pesado demais para alguns
filhos de Deus e não quero colocar o menor obstáculo no caminho do progresso
espiritual da igreja”.
3)
“Toda a idéia de alugar os assentos e ter salário torna-se tropeço para o
pregador, levando-o a trabalhar mais pelo dinheiro do que por razões espirituais”.
Jorge Müller achava quase impossível
ajuntar e guardar dinheiro para qualquer imprevisto, e não ir direto a Deus.
Assim o crente confia no dinheiro em caixa, em vez de confiar em Deus.
Com o aumento do
orfanato e do serviço de pastorear os quatrocentos membros de sua igreja, Jorge
Müller achou-se demasiadamente ocupado para orar. Foi nesse tempo que chegou a
reconhecer que o crente podia fazer mais em quatro horas, depois de uma em
oração, do que em cinco sem oração. Essa regra ele a observou fielmente durante
60 anos.
Muitas pessoas perguntavam a Jorge
Müller como conseguia ele saber a vontade de Deus, pois não fazia nada sem
primeiro ter a certeza de ser da vontade do Senhor. Ele respondia:
1) “Procuro manter o coração em tal
estado que ele não tenha qualquer vontade própria no caso. De dez problemas, já
temos a solução de nove, quando conseguimos ter um coração entregue para fazer
a vontade do Senhor, seja essa qual for. Quando chegamos verdadeiramente a tal
ponto, estamos, quase sempre, perto de saber qual é a sua vontade.
2) “Tenho o coração entregue para
fazer a vontade do Senhor, não deixo o resultado ao mero sentimento ou a uma
simples impressão. Se o faço, fico sujeito a grandes enganos.
3) “Procuro a vontade do Espírito
de Deus por meio da sua Palavra. É essencial que o Espírito e a Palavra acompanhem
um ao outro. Se eu olhar para o Espírito, sem a Palavra, fico sujeito, também,
a grandes ilusões.
4) “Depois considero as
circunstâncias providenciais. Essas, ao lado da Palavra de Deus e do seu
Espírito, indicam claramente a sua vontade.
5) “Peço a Deus em oração que me
revele sua própria vontade.
6) “Assim, depois de orar a Deus, estudar a Palavra e refletir,
chego à melhor resolução deliberada que posso com a minha capacidade e
conhecimento; se eu continuar a sentir paz, no caso, depois de duas ou três
petições mais, sigo conforme essa direção. Nos casos mínimos e nas transações
da maior responsabilidade, sempre acho esse método eficiente”.Jorge
Müller,
Já avançado em dias,
Jorge Muller, escreveu: “Não me lembro, em toda a minha vida de crente, num período
de 69 anos, de que eu jamais buscasse, sinceramente
e com paciência, saber a vontade de Deus pelo ensinamento
do Espírito Santo por intermédio da Palavra de Deus, e que não
fosse guiado certo. Se me
faltava, porém, sinceramente de coração e
pureza perante Deus, ou se eu não olhava para Deus, com paciência pela
direção, ou se eu preferia o conselho do próximo ao
da Palavra do Deus vivo, então
errava gravemente”.
Em resposta a
muitos que queriam saber como o crente pode adquirir tão grande fé, deu as
seguintes regras:
1)
Lendo a Bíblia e meditando sobre o texto lido, chega-se a conhecer a Deus, por
meio de oração.
2)
Procurar manter um coração íntegro e uma boa consciência.
3)
Se desejamos que a nossa fé cresça, não devemos evitar aquilo que a prove e por
meio do que ela seja fortalecida.
“Ainda
mais um ponto: para que a nossa fé se fortaleça, é necessário que deixemos
Deus agir por nós ao chegar a hora da provação, e não procurar a nossa própria
libertação.
Assim escreveu
ele sobre um seu problema espiritual: “Sinto constantemente a minha
necessidade… Nada posso fazer sozinho, sem cair nas garras de Satanás. O
orgulho, a incredulidade ou outros pecados me levariam à ruína. Sozinho não
permaneço firme um momento. Que nenhum leitor pense que devido à minha
dedicação, eu não me possa ‘inchar’ ou me orgulhar, ou que eu não possa
descrer de Deus!”
O estimado evangelista, Carlos Inglis, contou a respeito de
Jorge Müller:
“Quando vim pela primeira vez à América, faz trinta e um
anos, o comandante do navio era devoto tal que jamais conheci. Quando nos
aproximamos da Terra Nova, ele me disse: ‘Sr. Inglis, a última vez que passei
aqui, há cinco semanas, aconteceu uma coisa tão extraordinária que foi a causa
de uma transformação de toda a minha vida de crente. Até aquele tempo eu era
um crente comum. Havia a bordo conosco um homem de Deus, o senhor Jorge Müller,
de Bristol. Eu tinha passado 22 horas sem me afastar da ponte de comando, nem
por um momento, quando fui assustado por alguém que me tocou no ombro. Era o
senhor Jorge Müller. Houve, então, entre nós o seguinte diálogo:
– Comandante – disse o senhor Müller, – vim dizer-lhe que
tenho de estar em Quebec no sábado, à tarde.
Era quarta-feira.
– Impossível – respondi.
– Pois bem, se seu navio não pode levar-me, Deus achará
outro meio de transporte. Durante 57 anos nunca deixei de estar no lugar à hora
em que me achava comprometido.
– Teria muito prazer em ajudá-lo, mas o que posso fazer? –
Não há meios!
– Vamos aqui dentro para orar – sugeriu.
Olhei para aquele homem e disse a mim mesmo: ‘De qual casa
de doidos escapou este?’ Nunca eu ouvira alguém falar desse modo.
– Sr. Müller, o senhor vê como é espessa esta neblina.
– Não – respondeu ele – os meus olhos não estão na neblina,
mas no Deus vivo que governa todas as circunstâncias da minha vida.
O senhor Müller caiu de joelhos e orou da forma mais
simples possível. Eu pensei: ‘É uma oração como a de uma criança de oito ou
nove anos’. Foi mais ou menos assim que ele orou: ‘Ó Senhor, se for da tua
vontade, retira esta neblina dentro de cinco minutos. Sabes como me comprometi
a estar em Quebec no sábado. Creio ser isso a tua vontade.”
Quando findou, eu queria orar também, mas o senhor Müller
pôs a sua mão no meu ombro e pediu que não o fizesse, dizendo:
– Comandante, primeiro o senhor não crê que Deus faça
isso, e, em segundo lugar, eu creio que Ele já o fez. Não há, pois, qualquer
necessidade de o senhor orar nesse sentido. Conheço, comandante, o meu Senhor
há cinqüenta e sete anos e não há dia em que eu não tenha audiência com Ele.
Levante-se, por favor, abra a porta e verá que a neblina já desapareceu.
Levantei-me, olhei, e a neblina havia desaparecido. No
sábado, à tarde, Jorge Müller estava em Quebec.'”
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