GLENIO
FONSECA PARANAGUÁ - O SINAL DO NATAL PIB DE LONDRINA
Não há uma evidência mais absurda do
que esta. Os anjos apontam a prova do nascimento do Salvador, com a simples
presença de uma criança enrolada em panos e deitada num cocho. Nada pode ser
mais esquisito para a visão de um Deus Todo-Poderoso, do que sua dependência
completa. O Rei dos reis nasce no seio de uma família pobre, descende de um
povo escravizado e tem como berço um tabuleiro de curral. O Salvador divino tem
umbigo. O Criador do universo se tornou num momento uma simples célula,
passando por todo o processo de gestação. É humilhante para o Soberano Senhor
de todas as coisas, tornar-se uma mera criança subalterna, sujeita a todos os
cuidados dos seres humanos.
Não estariam os anjos equivocados com
a prova do nascimento do Salvador? Não seria melhor apresentar um outro sinal
mais contundente e que tivesse as marcas grandiosas da Divindade? Aqui,
encontramo-nos diante de um tremendo contra-senso. Como pode o Soberano Criador
tornar-se subordinado a uma situação de total dependência? Este despropósito do
razoável se constitui a fórmula de Deus chegar na dimensão do finito. Para
poder salvar o gênero humano de sua teomania, do seu desejo de grandeza e sua
necessidade de importância, Deus se vestiu de plena humanidade. O Natal é a
vinda de Deus na estatura de homem, e na forma humana, do tamanho de criança. A
medida de um bebê é a extensão do Salvador.Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Isaías 9:6.
Deus virou criança. Um neném agora é
o único sinal apontado pelos anjos aos pastores. Como vocês vão saber que
nasceu na cidade de Davi o Salvador? Apenas um recém nascido embrulhado em
cueiros, testemunha a presença de Deus no mundo. É extraordinária a metodologia
dos céus. Deus abala as estruturas humanas com um bebê, e não com bomba.
Enquanto nós provamos nossa estatura pelo pedestal, Deus revela sua grandeza
pelo esvaziamento. O homem exibe a sua dignidade pela exaltação, mas Deus
mostra que a humildade é a maior manifestação de sua glória. O trono elevado de
Deus está posto na soleira do porão. Uma criancinha de colo deitada numa
cocheira se constitui na mensagem mais nobre de que Deus está no mundo, a fim
de salvar os ho-mens de sua arrogante suspeita de elevação.
O sinal do Natal é o limite de uma
criança. Ninguém mais pode falar da magnificência divina do que a perfeita
dependência infantil. Senhor, não é soberbo o meu coração, nem
altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas
maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha
alma; como a criança amamentada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa
criança é a minha alma para comigo. Salmo 131:1-2. Jesus descansa no
colo de sua mãe. Como criança amamentada Ele sossega nos braços daquela que o
aleita. Ele era totalmente Deus e perfeitamente homem, mas agora como criança
dependia de seus pais, como nós humanos devemos depender de Deus. Só a criancinha
satisfeita e aconchegada pode dormir tranqüila no regaço. Somente depois que o
homem se tornar uma criança, poderá descansar no colo confortável do Deus
Todo-Poderoso.Disse Jesus: Em verdade vos digo que, se não vos
converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no
reino dos céus. Mateus 18:3.
Um homem da cidade e um outro do
campo caminhavam, certo dia, por uma estrada rural. De repente o citadino
perguntou: - Ouviste este ruído? - Que ruído? Indagou
o campesino. Uma moeda caíra sobre as pedras! Depois de algum tempo perguntou o
camponês: - Estás escutando isto? - O que? Pergun-tou
o urbano companheiro. - O mavioso canto da calhandra! Destarte,
os dois homens só ouviam o que estavam acostumados a ouvir. O mesmo pode
acontecer com relação à mensagem do Natal. Alguns ouvem o barulho dos
presentes; outros ouvem a voz de um Deus presente na dimensão de uma
criança.
Jesus como criança era o sinal de
Deus para os pastores, e ao mesmo tempo apela para que nós, convertidos em
crianças, sejamos o sinal da regeneração de Deus e participantes do seu reino.
Ninguém poderá entrar no reino de Deus se primeiro não for transformado em
criança, para recebê-lo como criança. Em verdade vos digo: Quem não
receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.
Marcos 10:15. A criancinha expressa simplicidade, confiança e total
dependência. É impossível a sua subsistência sem a participação de alguém. A
grande mensagem do Natal fala desta nossa necessidade. Sermos transformados em
crianças para dependermos inteiramente de Deus. Somente aqueles queforam
gerados de novo, como crianças, poderão participar da alegria permanente
da salvação.
Adão foi feito adulto, e neste
estado, quis ser como Deus. Ele não se contentou em ser apenas homem. Ele não
tinha umbigo, o que demonstra sua vontade de ser independente. Jesus foi gerado
criança, para se tornar homem. Jesus era Deus que se fez homem, mas, na
proporção de um bebê. Os homens descendentes de Adão querem se expressar como
grandes deuses, e se melindram, quando são vistos com procedimentos pueris de
grandiosidade. A proposta de Jesus para tornar os seres humanos verdadeiramente
humanos, e grandes no reino de Deus, é torná-los como crianças, sem qualquer
postura de ostentação. Portanto, aquele que se humilhar como esta
criança, esse é o maior no reino dos céus. Mateus 18:4. O guarda roupa
dos membros celestiais é composto de camisolas, fraldas e macacões. Não há
smokings nem trajes de gala. A numeração é sempre baixa para corresponder às
dimensões da gurisada, e a confecção bastante simples, pois o reino de Deus
pertence aos pequeninos. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos,
não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus. Mateus 19:14.
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