JONATHAN EDWARDS
Jonathan Edwards, foi um pastor congregacional norte-americano que viveu no século XVIII, foi uma das personalidades religiosas mais destacadas da história da igreja nos últimos três séculos. Os estudiosos da sua vida e obra o tem considerado o maior filósofo e teólogo já produzido pelos Estados Unidos e especialmente o mais importante e influente dos calvinistas americanos.(1) Benjamin B. Warfield cita o testemunho do filósofo francês Georges Lyon, segundo o qual, tivesse Edwards permanecido apenas no campo da filosofia e da metafísica, sem enveredar pela teologia, ele talvez viesse a ocupar "um lugar ao lado de Leibnitz e Kant entre os fundadores de sistemas imortais."
O
cristão humilde tem tanto a fazer em sua própria casa, vê tanto mal no seu
próprio coração e está tão preocupado com isso que ele não tem tempo para estar
muito ocupado com outros corações.
Ele tende a considerar os
outros melhores do que ele mesmo.
Jonathan
Edwards
A
pessoa orgulhosa tende a achar falta em outros crentes, a ver que eles estão
fracos na graça, e a gastar tempo observando quão frios e mortos eles estão. São
rápidos em notar as deficiências deles. Jonathan Edwards
O
orgulho espiritual é muito hábil em suspeitar dos outros, mas um cristão humilde
é muito mais cauteloso quanto a si mesmo. Jonathan Edwards
O
orgulho espiritual tende a falar dos pecados de outras pessoas com amargura ou
com riso e leviandade e certo ar de desprezo. Mas a pura humildade cristã tende
a estar calada sobre estes problemas ou falar deles com aflição e compaixão.
Jonathan Edwards
O
orgulho espiritual é muito hábil em suspeitar dos outros, mas um cristão humilde
é muito mais cauteloso quanto a si mesmo. Jonathan Edwards
Orgulho
espiritual é a principal porta pela qual o diabo entra nos corações daqueles que
são zelosos em avançar o cristianismo. É a mais importante enseada de fumaça da
cova sem fundo, a escurecer a mente e iludir o discernimento. É a fonte
principal de todo o dano que o diabo introduz, obstruindo e impedindo a obra de
Deus. Jonathan Edwards
Único filho homem entre 10 filhas .Das dez das irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas. "Muitas foram as orações que os pais
ofereceram a Deus, para que o único e amado filho fosse cheiodo Espírito Santo, e que se tornasse grande perante o Senhor.
Não somente oravam assim, fervorosa e constantemente, mas
mostravam-se igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As
orações, à volta da lareira, os estimularam a se esforçarem, e
seus esforços redobrados os motivaram a orarem mais
fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em
Jônatas conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança".
Quando Jônatas tinha sete ou oito anos, houve um
despertamento na igreja de seu pai, e o menino acostumou-se a
orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar outros da
sua idade para orarem com ele.
Citamos aqui as suas palavras sobre esse assunto: "A
primeira experiência, de que me lembro, de sentir no íntimo a
delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao ler as palavras de 1
Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível; ao único
Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém'. Sentia a
presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal
maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo
olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus.
Passava muito tempo observando a glória de Deus, revelada na
natureza e cantando as minhas contemplações do Criador e
Redentor... Antes me sentia demasiado assombrado ao ver os
relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me
regozijava ao ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na
trovoada". Antes de completar treze anos, iniciou seu curso em
Yale College, onde, no segundo ano, leu atentamente a famosa
obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento humano. Vê-se, nas
suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande
desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do
que o mais ávido avarento, em ajuntar grandes quantidades de
ouro e prata de tesouros recém-adquiridos".
Edwards, antes de completar dezessete anos, diplomou-se
no Yale College com as maiores honras. Sempre estudava com
esmero, mas também conseguia tempo para estudar a Bíblia,
diariamente. Depois de. diplomar-se, continuou seus estudos em
Yale, durante dois. anos e foi então separado para o ministério.
Foi nessa altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu
costume de dedicar certos dias para jejuar, orar e examinar-se a
si mesmo.
Acerca da sua consagração, com idade de vinte anos,
Edwards escreveu: "Dediquei-me solenemente a Deus e o fiz por
escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me pertencia ao
Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não
me comportar como quem tivesse direitos de forma alguma...
travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne e Satanás
até o fim da vida".
Alguém assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e
solene comunhão com Deus, em secreto, fazia com que o rosto
dele brilhasse perante o próximo, e sua aparência, semblante,
palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por
seriedade, gravidade e solenidade".
Além da sua notável produção filosófica e teológica, Edwards destaca-se por outros fatores. Ele foi também um extraordinário pregador, cujos sermões, proferidos com a mais sincera convicção, causavam um poderoso impacto.(3) Em virtude disso, ele veio a ser um dos protagonistas do célebre avivamento religioso americano que ficou conhecido como o Grande Despertamento (1735-44). Mais ainda, com sua pena habilidosa, Edwards tornou-se o principal estudioso e intérprete do avivamento, registrando descrições e análises sobre os seus fenômenos espirituais e psicológicos que até hoje não foram superadas.
Finalmente, Edwards impressiona por sua grande síntese entre fé e razão, tanto em sua vida pessoal quanto em sua produção literária. Dotado de uma mente inquiridora e disciplinada, e acostumado a refletir sobre um tema até as suas últimas implicações, ele também foi um homem de espiritualidade profunda e transbordante, que teve como a maior das suas preocupações a celebração da graça e da glória de Deus.
Aos vinte e quatro anos casou-se com Sara Pierrepont,
filha de um pastor, e desse enlace nasceram, como na família do
pai de Edwards, onze filhos.
Ao lado de Jônatas Edwards, no Grande Despertamento,
estava o nome de Sara Edwards, sua fiel esposa e ajudadora em
tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de rara
intelectualidade. Profundamente estudiosa, inteiramente
entregue ao serviço de Deus, ela era conhecida por sua santa
dedicação ao lar, pelo modo de criar seus filhos e pela economia
que praticava, movida pelas palavras de Cristo: "Para que nada
se perca". Mas antes de tudo, tanto ela como seu marido eram
conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção
destacada especialmente dum período de três anos, durante o
qual, apesar de gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes
sem forças, por causa das revelações do Céu. A sua vida inteira
foi de intenso gozo no Senhor.
Jônatas Edwards costumava passar treze horas, todos os
dias, estudando e orando. Sua esposa, também, diariamente o
acompanhava na oração. Depois da última refeição, ele deixava
toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.
- Mas, quais as doutrinas de que a igreja havia esquecido e
quais as que Edwards começou a ensinar e a observar de novo,
com manifestações tão sublimes?
Basta uma leitura superficial para descobrir que a doutrina,
à qual deu mais ênfase, foi a do novo nascimento, como
sendo uma experiência certa e definida, em contraste com a
idéia da Igreja Romana e de várias denominações.
O evento que marcou o começo do Grande Despertamento
foi uma série de sermões feitos por Edwards sobre a doutrina da
justificação pela fé, que fez os ouvintes sentirem a verdade das
Escrituras, de que toda a boca ficará fechada no dia de juízo, e
que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o
pecador caia no Inferno, senão o bel prazer de Deus".
É impossível avaliar o grau do poder de Deus, derramado
para despertar milhares de almas, para a salvação, sem primeiro
nos lembrarmos das condições das igrejas da Nova Inglaterra, e
do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje, não se admira
do heroísmo dos puritanos que colonizaram as florestas da Nova
Inglaterra? Passara, porém, essa glória e a igreja, indiferente e
cheia de pecado, se encontrava face com o maior desastre.
Parecia que Deus não queria abençoar a obra dos puritanos,
obra que existiu unicamente para sua glória. Por isso, no mesmo
grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre
seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcançar,
de novo, a espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos
céus.O famoso sermão de Edwards, ''Pecadores nas mãos de um
Deus irado", merece menção especial.
O povo, ao entrar para o culto, mostrava um espírito leviano,
e mesmo de desrespeito, diante dos cinco pregadores que
estavam presentes. Jônatas Edwards foi escolhido para pregar.
Era homem de dois metros de altura; seu rosto tinha aspecto
quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer
gestos, encostado num braço sobre a tribuna, segurando o
manuscrito na outra mão, falava em voz monótona. Discursou
sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que
resvalar o seu pé".
Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada
evitava, por um momento, que os pecadores caíssem no Inferno,
a não ser a própria vontade de Deus; que Deus estava mais
encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas
pessoas que já estavam no Inferno; que o pecado era como um
fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de
Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que
somente a vontade do Deus indignado os guardava da morte
instantânea.
Prosseguiu, então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está
o Inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a
qual vós vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno
existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nuvens negras da
ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo
tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse
a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o
ímpeto do vento até agora, serieis destruídos e vos tornaríeis
como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o
abismo do Inferno, mais ou menos como o homem segura uma
aranha ou outro inseto nojento sobre o fogo, durante um
momento, para deixá-lo cair depois, está sendo provocado em
extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e
calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de
amanhã..."
O resultado do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos
olhos da multidão para contemplar a realidade e o horror da
posição em que estavam. Nessa altura o sermão foi interrompido
pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase
todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão
soprasse e destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a
cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em
quase todas as casas, o clamor das almas que, até aquela hora,
confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a qualquer
momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos
ao lado, e que os túmulos entregassem os mortos que neles
havia.
Tais vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de
joelhos. Edwards não abandonara, nem deixara de gozar os
privilégios das orações, costume que vinha desde a meninice.
Continuou a freqüentar, também, os lugares solitários na floresta
onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos
a sua experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando
entrou na floresta, a cavalo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe
concedido ter uma visão tão preciosa da graça, amor e
humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora
vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.
Como era de esperar, o Maligno tentou anular a obra
gloriosa do Espírito Santo no "Grande Despertamento",
atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa Edwards escreveu :
"Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraordinárias. Há
motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, que sua obra mais
maravilhosa seria feita nas últimas épocas do mundo. Nada se
pode opor às manifestações físicas, como as lágrimas, gemidos,
gritos, convulsões, falta de forças... De fato, é natural esperar, ao
lembrarmo-nos da relação entre o corpo e o espírito, que tais
coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro que
caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista
que exclamou, sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os
meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo' (Salmo 32.3);
dos discípulos, que, na tempestade do lago, clamaram de medo;
da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que ficou vencida, pelo amor
de Cristo, até desfalecer..."
Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um
dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igualmente
certo que este movimento se iniciou, não com os sermões
célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que
há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana".
Note-se bem: Não foram seus sermões monótonos, nem a
eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge Whitefield, mas,
sim, a obra do Espírito Santo no coração dos mortos
espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se
por toda a Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte,
chegando até a Escócia e a Inglaterra". De uma época de maior
decadência, a Igreja de Cristo, entre a população escassa da
Nova Inglaterra, despertou e foram arrebatadas de trinta a
cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a
três anos.
No meio das suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de
Jônatas Edwards foi tirada da Terra. Apareceu a varíola em
Princeton e um hábil médico foi chamado de Filadélfia para
inocular os estudantes. O nosso pregador e duas de suas filhas
foram também vacinados. Na febre que resultou, as forças de
nosso herói diminuíram gradualmente até que, um mês depois,
faleceu.
Assim diz um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde
se falava o inglês, era considerado o maior erudito desde os dias
do apóstolo Paulo ou de Agostinho".
Para nós, a vida de Jônatas Edwards é uma das muitas
provas de que Deus não quer que desprezemos as faculdades
intelectuais que Ele nos concede, mas que as desenvolvamos,
sob a direção do Espírito Santo, e que as entreguemos
desinteressadamente para o seu uso.
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