FRANCIS ASBURY,
O PROFETA DO CAMINHO SOLITÁRIO
"Quero fé, valor, paciência, mansidão e amor. Quando outros sofrem tanto por seus interesses materiais, certamente posso sofrer um pouco para a glória de Deus e o bem-estar das almas que precisam dele."
Francis Asbury
Corria o ano de 1771. A
Conferência Anual das Sociedades Metodistas da Grã-Bretanha realizou-se na
cidade de Bristol, que depois de Londres era o centro mais importante e
tradicional do metodismo na Inglaterra. Durante as sessões, João Wesley dirigiu
a seguinte pergunta aos assistentes: "Nossos irmãos na América estão
clamando por ajuda; Quem está disposto a ir para ajudá-los?" A este
desafio para servir como missionários na América, cinco responderam, mas apenas
dois foram enviados: Francis Asbury e Ricardo Wright. No dia 4 de setembro de
1771 os dois embarcaram para o novo destino e chegaram a Filadélfia no dia 27
de outubro.
Desde a Conferência Anual de
1767, que se reunira em Londres, e na qual foi admitido à experiência, até
1771, Asbury esteve exercendo a itinerância na Inglaterra. Esse período seria o
único dedicado a sua terra natal. Porque da América não voltaria mais. Tomás
Rankin (que será a partir de então, por nomeação de João Wesley, o
Superintendente Geral da Sociedades Metodistas da América) e em 1774 mais dois:
Martin Rodda e Jaime Dempster.
Quando o movimento de
Independência chegou ao fim em 1776, os missionários da Grã-Bretanha que ainda
estavam na América voltaram à terra natal, com a exceção de Francis Asbury que
se recusou abandonar os irmãos metodistas.. Nenhuma outra figura aparece como
ele, nos Estados Unidos, com sinais mais evidentes de apostolicidade. Parece
quase figura legendária, dessas que deixam a impressão de estar em toda parte
ao mesmo tempo e que deixam atrás de si marcas luminosas que o tempo não pode
apagar nem a memória dos homens olvidar.
Suas origens humildes não
poderiam antecipar-lhe a trajetória e o papel preponderante que teria não só no
seio do movimento religioso a que pertencia, mas também na própria vida de uma
jovem nação.
. Asbury registra o seguinte em
seu Diário a respeito do lar:
"Aprendi de meus pais umas
certas palavras formais como oração, e recordo-me muito bem de que minha mãe
insistia muito com meu pai para que tivesse leituras devocionais familiares. A
prática de cantar salmos era costume mui comum entre eles. Muitas vezes me
ridicularizavam e me chamavam o cura (vigário de aldeia ou povoação) metodista
porque minha mãe convidava para nossa casa qualquer pessoa que tivesse
aparência de ser muito religiosa." (1)
Diz em suas memórias:
"Tornei-me muito sério -
lendo muito os sermões de Whitefield e Cennick (este também metodista) - e todo
bom livro que eu pudesse encontrar. E não passou muito tempo antes que eu
começasse a investigar junto a minha mãe quem eram os metodistas, onde estavam
e que faziam. Ela me deu informação favorável e levou-me a uma pessoa que podia
conduzir-me a Wednesbury para ouvi-los. Imediatamente achei que essa não era
como a Igreja - era melhor. A gente era tão devota que homens e mulheres se
ajoelhavam e diziam "Amém". E eis que eles estavam cantando hinos -
que doces eram! - e, coisa estranha, o pregador não tinha nenhum livro de
oração e, sem embargo, orava maravilhosamente! O mais extraordinário, todavia,
foi que o homem tomou seu texto e não usou nenhum livro de notas, isto é em
verdade extraordinário! - pensei eu. É certamente, uma maneira estranha, mas a
melhor maneira. Falou a respeito da confiança, certeza, etc... " (2)
Antes de passar adiante,
registraremos aqui a influência que teve em seu sentir religioso o pensamento
de Whitefield. No ano de 1798 encontramos este testemunho:
"Dia 14 de Agosto. Comi e
me apressei indo pela região de Ipswich e dali a Newburyport: aqui passei da
tumba do antigo profeta, o querido Whitefield, sepultado sob o lugar onde se
realizam cultos presbiterianos. Seus sermões me estabeleceram na doutrina do
Evangelho mais que qualquer outra coisa que eu tivesse escutado e lido naquele
tempo, de tal maneira que me encontrava excepcionalmente preparado para fazer
frente à exprobração (acusação) e à perseguição." (3)
Entregou-se de cheio a uma nova
expressão religiosa somente depois de assistir a outras reuniões, de falar com
seus integrantes, de exercitar-se em suas leituras, de sofrer a perseguição e
de ver que se fechavam as casas onde se realizavam as reuniões por medo às
conseqüências. Então decidiu promover reuniões na casa de seus pais, onde
exortava a gente a ser mais piedosa. Desde logo verificou que sua pregação
produzia bons efeitos na vida espiritual dos ouvintes. Finalmente, entrando
mais intimamente em contato com os metodistas na casa de reunião destes, seus trabalhos
se intensificaram e muitos ficaram admirados com os resultados que alcançava. E
assim, de modo quase natural, viu que se havia convertido num pregador local,
sempre pronto a servir e acudir ao chamado que se lhe fizesse a qualquer hora
do dia ou da noite, indo a todos os povoados adjacentes em busca de almas para
salvar.
Em geral pregava três, quatro ou cinco vezes por semana, e ao mesmo tempo continuava em seu trabalho regular. Esse ritmo e prática ele os manteve até passados os 20 anos de idade. Diz em suas memórias:
"Penso que eu estava entre
os 21 e 22 anos de idade quando me entreguei completamente a Deus e a seu
trabalho, depois de servir como pregador local por espaço de cinco anos."
(4)
Em sua viagem para a América pôs
à dura prova sua fé e determinação. Em primeiro lugar, não tinha qualquer
dinheiro para a viagem. Confessa em seu Diário:
"Quando vim a Bristol não
tinha um centavo, mas o Senhor logo abriu o coração de amigos que me
proporcionaram roupa e dez libras esterlinas. Assim verifiquei, por
experiência, que o Senhor provê para aqueles que confiam nele." (5)
De sua viagem sobre o mar
escreveu:
"Dia 13 de outubro de 1771: Muitas têm sido minhas provas no curso desta viagem por falta de cama adequada e provisões apropriadas, por causa de enfermidade e por estar cercado de homens e mulheres ignorantes de Deus e muito maus." (6)
"Dia 13 de outubro de 1771: Muitas têm sido minhas provas no curso desta viagem por falta de cama adequada e provisões apropriadas, por causa de enfermidade e por estar cercado de homens e mulheres ignorantes de Deus e muito maus." (6)
Quando iniciou a viagem,
examinou-se a si mesmo sobre a natureza dos motivos que o estavam levando à
América, mesmo quando esses desejos já os tinha mesmo antes de ir apresentar-se
à Conferência Anual, pois escreveu em seu Diário:
"Antes de aceitar senti,
por cerca de seis meses, fortes insinuações em minha mente que eu devia ir à
América, o que coloquei diante do Senhor, não querendo fazer minha própria
vontade e adiantar-me antes de ser enviado." (7)
Presa, pois, desse sentir
escrupuloso, é que sobre o oceano volta a consultar sua consciência:
"Para onde vou? Ao Novo
Mundo. Para fazer o quê? Ganhar honra? Não! Eu conheço meu coração! Ganhar
dinheiro? Não! Vou viver para Deus e induzir outros a que façam o mesmo!
Parece-me que são os metodistas o povo que Deus tem na Inglaterra. As doutrinas
que pregam e a disciplina que impõem, segundo creio, são as mais puras no
presente entre qualquer outro grupo no mundo. O Senhor tem abençoado
grandemente suas doutrinas e disciplina nos três Reinos (Inglaterra, Escócia e
Irlanda): devem, portanto, agradá-lo. Se Deus não me confirmar na América,
voltarei imediatamente à Inglaterra. Sei que por ora meus objetivos são justos:
que nunca venham a ser outra coisa!" (8)
Dois testemunhos que consigna a
respeito de seus pais valem a pena que sejam registrados aqui, porque revelam
não apenas o caráter deles, mas também a estima em que o filho os tinha. Quando
resolveu ir para a América, voltou à casa paterna para despedir-se deles e de
suas relações. Descrevendo essa visita, comenta:
"Embora fosse penoso,
consentiram em deixar-me ir. Minha mãe é uma das mais ternas no mundo; creio,
pois que ela foi abençoada na presente circunstância com a assistência divina
para poder separar-se de mim." (9)
Por ocasião da morte de seu pai,
em 1798, escreveu em seu Diário: "Cerca de 39 anos, meu pai teve pregação
do Evangelho em casa".
Como vimos, Asbury chegou à
América no dia 27 de outubro de 1771. No dia 20 de novembro já escrevia o
seguinte acerca de como a obra se realizava pelos obreiros ali destacados:
"Fiquei em Nova York,
embora não esteja contente porque estamos parados na cidade (o outro
missionário era Ricardo Boardman). Não tenho, todavia, o que busco - um rodízio
dos pregadores, para evitar parcialidade e popularidade. Em verdade me aferro ao
plano metodista, e o que faço, faço-o fielmente para Deus. Tenho o presságio de
dificuldades imediatas. Estas eu já esperava quando deixei a Inglaterra; estou
disposto a sofrer, em verdade morrer, antes de atraiçoar uma causa tão
excelente por qualquer bagatela. Será coisa dura enfrentar a oposição e
permanecer firme contra ela, forte como coluna de ferro e firme como muro de
bronze. Não obstante, poderei todas as coisas por Cristo que me
fortalece." (10)
Em concordância com essa
determinação, apesar de ser nomeado para trabalhar em Nova York, vemo-lo
viajando de lugar em lugar, em busca de novos lugares e pessoas para
evangelizar.
Na história da Igreja Metodista
dos Estados Unidos ele é conhecido como "O Peregrino dos Caminhos
Solitários". Quem viaja hoje por aquele país não faz idéia do que era há coisa
de duzentos anos. Naquela época não havia caminhos, às vezes nem para andar a
pé. Tinha de ir através de emaranhadas florestas e por vales sombrios, cruzar
rios sem pontes, e pântanos, sempre sob o constante perigo de ataques de índios
selvagens ou revoltados. Asbury e seus companheiros de itinerância viam-se, mui
a amiúde, em necessidade inevitável de abrir picadas em muitos lugares, a fim
de poder alcançar os colonos dispersos pelas regiões mais avançadas da
fronteira móvel, muito além de povoados e cidades. O relato das peripécias
ocorridas nessas viagens é algo tão dramático que sobrepuja a própria ficção.
Nada detinha esse homem
admirável! Nem as inclemências do tempo, nem cansaço, nem perigos, nem ameaças,
nem longas solidões, nem enfermidades, exceto quando estas o prostravam imóvel
no leito. O peregrino solitário, muitas vezes tremendo de febre e com a
garganta em chagas, seguia seu caminho levado pelo imperativo do dever, por não
querer faltar ao compromisso assumido de estar presente em lugar certo, dia
certo, hora certa. Convém recordar que as distâncias eram enormes e que
comumente não lhe era possível visitar um mesmo ponto senão depois de algumas
semanas ou meses. Perder uma oportunidade era postergar a visita por um período
indeterminado. De seu Diário extraímos algumas anotações acerca dessas viagens
a cavalo. Diz em um lugar:
"Viajei quase 300 milhas
(perto de 500 quilômetros) para Kentucky, em seis dias, e no meu retorno perto
de 500 milhas (800 quilômetros) em nove dias. Oh! que excursões para um pobre
homem e seu cavalo!"
Noutra parte registra:
"Fiz os cálculos que viajei 4.900 milhas (8.000 quilômetros) desde 30 de julho de 1801 a 12 de setembro de 1802. Como poderia queixar-se um homem responsável e cristão?"
"Fiz os cálculos que viajei 4.900 milhas (8.000 quilômetros) desde 30 de julho de 1801 a 12 de setembro de 1802. Como poderia queixar-se um homem responsável e cristão?"
Era para ele coisa intolerável
ver-se obrigado a guardar o leito (ficar acamado), pois isso o enfermava ainda
mais. Quem atenderia a seus compromissos? Durante os últimos anos de sua
itinerância viajava em carruagem, coisa que fez até quase ao último dia de
vida. Morreu na casa de Jorge Arnoldo, amigo seu, a 20 milhas (32 quilômetros)
distantes de Frederickburgo, Virgínia. Seu companheiro de viagem, João Wesley
Bond, que lhe havia sido assistente nos dois últimos anos, escreveu sobre sua
morte:
"Nosso querido pai
deixou-nos, unindo-se à Igreja Triunfante. Morreu da mesma maneira que viveu -
cheio de confiança e de amor - às quatro horas de tarde do domingo 31 de março
de 1816."
No domingo anterior havia
pregado pela última vez na cidade de Richmond, Virgínia. Tiveram de carregá-lo
desde a carruagem ao púlpito e colocá-lo num assento especial preparado para
ele, pois já não podia caminhar nem permanecer de pé. Ainda assim, obrigado a
fazer de quando em quando uma pausa para recobrar alento, pregou cerca de uma
hora sobre Romanos 9:28: "Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a
terra, cabalmente e em breve". Este seria seu último sermão.
Como vimos no capítulo anterior,
em 1784 foi eleito superintendente geral (Bispo) para a América do Norte,
juntamente com o Dr. Coke. Contava nessa época 39 anos de idade. Seu ministério
episcopal durou 32 anos. Até à morte foi indiscutivelmente o guia quase
absoluto da obra metodista nos Estados Unidos, apesar de haver tido o Dr. Coke
como companheiro nas lides episcopais e, mais tarde, outros mais jovens que
ele. Foi ele mesmo que conservou unida uma obra tão extensa e dispersa, e que
deu à Igreja Metodista nesse país seu sentido de coesão. Tanto ele quanto seus
colegas não tinham território definido para o exercício do ministério
episcopal. Eram superintendentes gerais da Igreja Metodista, e desta maneira
serviam a todas as congregações como se fossem um só corpo.
Durante os 32 anos de sua superintendência,
calcula-se que Francis Asbury viajou algo assim como 270.000 milhas (432.000
quilômetros) pregando umas 16.000 vezes. Ordenou 4.000 ministros e presidiu a
224 Conferências Anuais. Temos de levar em consideração que tudo isso foi
cumprido em luta constante contra toda sorte de enfermidades e sob o peso
constante causado pelos excessos das tarefas, vendo-se sujeito a toda sorte de
desconforto e a dormir no chão, uma e outra vez com as roupas úmidas, mal
nutrido, sem cuidados médicos, tomando remédios para nós inconcebíveis. Foi
surpreendente que seu organismo agüentasse tanta fadiga e as infusões que era
obrigado a ingerir!
Em seu Diário, quase sem
exceção, encontramos referências a suas constantes enfermidades e ainda quando
não se queixava, notamos que geme sob o jugo de tormentos indizíveis. Viveu uma
vida de contínuos reveses e provas, sem ter jamais, por amor a Cristo e a seu
Evangelho, morada certa e o calor de um lar. Em geral tinha de pousar nas
aglomeradas cabanas dos colonos, que nesses tempos possuíam escassa comodidade.
Às vezes, quando se achava imobilizado pelas intempéries ou enfermidades,
via-se obrigado a passar horas do dia na única dependência disponível para
todos os da família e onde se executavam todos os misteres do lar, entre os
brinquedos e a algazarra das crianças. Para um homem habituado à solidão dos
caminhos e com achaques físicos (doença ou mal-estar sem gravidade, mas em
geral recorrente), tudo isso era um tormento indizível, mas inevitável.
Nunca desejou
casar, não por ter idéias ascéticas, mas porque acreditava contribuir para a
limitação de sua obra se o fizesse. Sempre lhe causava amargura o enlace de
algum de seus pregadores itinerantes; figurava-se-lhe como quase a perda segura
de um colaborador, dado que, com muita freqüência, depois de casar, os
itinerantes se localizavam (deixavam o ministério itinerante, tornando-se fixos
numa localidade). Isto se devia, em grande parte, ao sustento tão limitado e
incerto que recebiam e que não dava para manter família. Aqueles que,
casando-se, não se fixavam num lugar, sempre o faziam sujeitando-se a tremendas
renúncias e sacrifícios, e terminavam a vida prematuramente. Quando um de seus
pregadores se casava, geralmente dizia que esse "havia sido tentado pelo
diabo" mudar de estado, para enfraquecer a obra. Naturalmente eram poucos
aqueles que podiam aceitar seu sistema de vida itinerante e suas idéias sobre o
celibato.
Admira também que
ele chegasse, com tão escassa educação formal, a ocupar posto de tanta
responsabilidade, alcance e transcendência. Isso foi porque, apesar de sua
aversão aos estudos quando esteve sujeito a um professor inconsciente,
desenvolveu depois o hábito de educar-se a si próprio, tratando de adquirir por
esforço pessoal algo do que não pôde quando estudante. Portanto o encontramos,
à maneira de João Wesley, estudando enquanto viajava a cavalo e nessas
condições chegou a obter, não sabemos como, conhecimento regular do hebraico e
do grego, tanto que fazia muitos de seus estudos bíblicos baseados nas línguas
originais. Mais pôde a força de vontade que as oportunidades que teve na
juventude. Os períodos de enfermidade eram ocasião para que se dedicasse à
leitura e ao estudo. De outra maneira era-lhe impossível!
Ainda mais, como já
devemos ter notado pelas reiteradas referências, no decorrer da existência
conservou um diário. Até hoje sua leitura inspira, a quem o leia com intenção e
paciência, a ambicionar uma vida consagrada e consciente para usá-la em
holocausto (sacrifício de abstrair a vontade própria para satisfazer a vontade
de Deus) à obra eterna de Deus. Seu ministério ainda era suplementado pela
distribuição que constantemente fazia de porções bíblicas, folhetos e livros,
ligando dessa maneira as famílias isoladas com o restante da Igreja e do mundo.
Poucos homens existiram na
história da Igreja Cristã que houvessem tido como Francis Asbury espírito tão
apostólico e zelo tão aventuroso e, ao mesmo tempo, tão isento de glória
pessoal. O fragmento de uma carta que escreveu em agosto de 1775 a Tomás Rankin,
o então "Superintendente Geral das Sociedades Metodistas da América",
em resposta a um convite que aquele lhe fizera para abandonar o país, em vista
do movimento de Independência, demonstra claramente esse temperamento:
"Não posso, de maneira
alguma, concordar em abandonar um campo que se apresenta tão pródigo de
colheitas de almas para Cristo, como o que temos na América. Seria uma desonra
eterna para os metodistas se abandonássemos três mil almas que desejam
entregar-se a nossos cuidados, e tão pouco é papel dum pastor deixar seu
rebanho em época de perigo. Portanto, resolvi, pela graça de Deus, não
abandoná-lo, quaisquer que sejam as conseqüências." (11)
Não teve na alma outra paixão
senão Cristo. Seu lar foi o caminho aberto e interminável, e sua suprema
ambição era ver muitas almas aos pés de Cristo. Talvez se possa criticar muitas
de suas características peculiares, especialmente a de que foi quase despótico
no uso da autoridade episcopal. Sem dúvida isso emanava da disciplina a que ele
mesmo se submetia. Tinha a íntima convicção de que essa disciplina produzia
benefícios inestimáveis para o Reino e, portanto, achava que seria excelente
para todo bom soldado de Jesus Cristo. Esquecia-se de que são mui poucos os que
têm uma fé tão profunda, capaz de fazê-los aceitar as privações e renúncias. Ao
mesmo tempo este fato nos dá uma idéia da surpreendente humildade deste
estupendo homem, que não se considerava superior a ninguém, antes julgava que
todos podiam ser fortes, nobres e consagrados como ele.
Bispo Sante Uberto Barbieri
Fonte WWW.metodista.org
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