Quem se importará? A visão do General William Booth [Exército da Salvação]
Enquanto as mulheres chorarem,
como choram agora,
eu lutarei;
Enquanto criancinhas passarem fome, como passam agora,
Enquanto criancinhas passarem fome, como passam agora,
eu lutarei;
Enquanto homens passarem pelas prisões, entrando e saindo, entrando e saindo,Como eles o fazem agora,
Enquanto homens passarem pelas prisões, entrando e saindo, entrando e saindo,Como eles o fazem agora,
eu lutarei;
Enquanto há um bêbado remanescente, Enquanto há uma pobre menina perdida nas ruas, Enquanto restar uma alma que seja nas trevas, sem a luz de Deus –
Enquanto há um bêbado remanescente, Enquanto há uma pobre menina perdida nas ruas, Enquanto restar uma alma que seja nas trevas, sem a luz de Deus –
eu lutarei,
Eu lutarei até ao último instante.
Eu lutarei até ao último instante.
- General William Booth,
na sua última pregação, junho de 1912
"Bem, se eu puder por isso em
uma frase, diria que eu resolvi que o Deus Todo-poderoso deveria ter tudo de
William Booth" –
respondendo, poucos meses antes de sua morte, sobre o segredo de todas as
bençãos que recebeu ao longo dos seus setenta anos de ministério.
William Booth nasceu na cidade de Nottingham, na
Inglaterra, no dia 10 de abril de 1827. Seu pai era um construtor que acabou
perdendo tudo, e com treze anos de idade William começou a trabalhar na loja de
um penhorista. Seu pai morreu logo depois, e William precisava ajudar a
sustentar a sua mãe e irmãs com o pouco que ganhava.
Aos quinze anos de idade, William, que não tinha
sido criado em lar cristão, começou a freqüentar a Capela da Igreja Metodista
de Nottingham, onde ele teve uma forte experiência de conversão:
"Como um jovem irresponsável de
quinze anos foi levado a freqüentar a
Capela Wesley de Nottingham, eu não me lembro, mas eu fui convencido,pelo
Espírito Santo, a me entregar a Deus e Ele criou dentro de mim uma grande sede
por uma vida nova."1
Imediatamente depois da sua conversão, Booth
começou a pregar nas áreas pobres da sua cidade, junto com outros adolescentes.
Mas quando ele levou um grupo de jovens pobres para a igreja, a congregação de
classe média-alta ficou escandalizada.
"Então a minha conversão
me tornou, num momento, um pregador do evangelho. Eu nunca pensei na idéia de
diferenciar entre aquele que não teve nada a fazer a não ser pregar o evangelho
e um menino aprendiz convertido que apenas quis 'proclamar ao redor do mundo',
como costumávamos a cantar, a fama de nosso Salvador. Tenho vivido, graças a
Deus, para ver a separação entre leigo e clérigo se obscurecer mais e mais, e
para ver mais perto da realização a idéia de Jesus Cristo de transformar, num
momento, pescadores ignorantes em pescadores de homens."1
Booth foi usado poderosamente nas igrejas
Metodistas, e em 1852 foi ordenado como pregador. Ele se casou com Catherine
Mumford em 16 de Junho de 1855. Em 1858 Booth foi consagrado como Ministro mas
também obrigado a assumir o pastoreado de uma igreja local. Ele sentiu que seu
chamado era mais evangelístico que pastoral e em 1861 saiu da Igreja Metodista
para seguir o ministério evangelístico.
Com filhos pequenos e sem sustento financeiro, os
anos que se seguiram foram difíceis para a família Booth. Mas William foi usado
poderosamente em avivamento, como Harold Begbie relata no livro "Life of
William Booth":
Os aldeães andaram pelos morros, e os
pescadores remaram oito ou dez milhas de mar escuro, para as cidades onde
William Booth estava pregando. Jornais locais registraram que, em alguns
lugares, o comércio foi paralisado. Ao longo daquele canto do ducado, de
Camborne para Penzance, a chama se queimou com força crescente. Centenas de
conversões foram feitas. Cenas "além da descrição" aconteceram; os
gritos e gemidos "foram bastante para derreter um coração de pedra"; na
cidade de St. Just "mil pessoas se associaram às igrejas diferentes."2
Em 1865 a família Booth mudou-se para a cidade de
Londres. Andando um dia pelo lado oeste da cidade, William foi chocado em ver a
pobreza e miséria dos seus moradores.
"Quando eu vi as multidões de
pessoas pobres, tantas delas evidentemente sem Deus nem esperança neste mundo,
e descobri que elas me ouviram tão prontamente e avidamente, me seguindo da
reunião ao ar livre até à tenda, e aceitando, em tantas instâncias, o meu
convite para se ajoelharem aos pés do Salvador, naquele mesmo momento, todo meu
coração se estendeu a elas. Eu voltei para casa e falei à minha esposa: 'Ó
Kate, eu achei o meu destino! Estes são o povo por quem eu tenho ansiado todos
esses anos.'"
"Naquela noite", disse o
General, "o Exército de Salvação nasceu."1
Booth fundou um ministério, a Missão Cristã, para
ministrar a essas pessoas. Desde o início, seus métodos – e os resultados –
foram nada convencionais. Sedeada inicialmente em uma tenda, que foi destruída
por uma gangue de baderneiros, mais tarde a missão se mudou para um salão de
dança. Reuniões ao ar livre também sempre foi uma estratégia importante para a
missão. Mais tarde, bandas marchando nas ruas foram utilizadas para atrair as
multidões para ouvir a pregação do Evangelho.
Um forte mover do Espírito Santo
impulsionou o crescimento do avivamento.
As descrições a seguir das
Reuniões de Santidade, tiradas da Revista da Missão Cristã, não conseguiam
mostrar realmente as cenas extraordinárias que foram testemunhadas, nem contam
adequadamente os efeitos produzidos nas almas daqueles que participaram destes
cultos. Bramwell Booth me conta que, depois de muitos anos de reflexão, e agora
disposto a pensar que, em certa medida, a atmosfera dessas reuniões foi calculada
para afetar histericamente certos temperamentos desequilibrados ou excitáveis,
mesmo assim ele está convencido, completamente convencido,de que algo da mesma
força que se manifestou no dia de Pentecostes se manifestou naquelas reuniões
em Londres.
Ele descreve como homens e
mulheres caíram de repente no chão, e permaneceram em estado de desmaio ou
transe durante muitas horas, se levantando em fim tão transformados com alegria
que eles poderiam fazer nada além de gritar e cantar em uma êxtase de felicidade.
Ele me fala que, sem dúvida, ele viu exemplos de levitação - pessoas sendo
levantadas e jogadas para frente no ar. Ele viu homens e mulheres ruins de
repente feridos com um desespero irresistível, levantando seus braços,
proferindo os gritos mais terríveis, e caindo para trás, como se fossem mortos,
convencidos sobrenaturalmente da sua condição pecaminosa. O chão às vezes
ficava cheio com homens e mulheres derrubados por uma revelação da realidade
espiritual, e os obreiros da Missão levantavam seus corpos caídos e os levavam
para outras salas, para que as Reuniões pudessem continuar sem distrações.2
Nós temos um relato de um culto
de adoração de agosto de 1878:
A visão dos rostos no palco nunca será esquecida -
foi mais que alegria que iluminou todos - foi o êxtase de bêbados espirituais.
Quando nós vimos um irmão, avançado em anos e endurecido pelo longo hábito de
ordenações religiosas solenes, dançando, sim, realmente dançando à música,
enquanto outros, menos constrangidos, estavam levantando os braços descobertos
e girando para cá e para lá enquanto cantavam, nós percebemos como nunca antes,
que a graça de Deus pode fazer as pessoas livres e libertas. Aqui está, mais
uma vez, a religião velha, despreocupada com a opinião pública e cheia de
glória e de Deus, motivo pelo qual os apóstolos foram obrigados a recomendar
sobriedade.2
Por causa das suas táticas de invadir as ruas e
áreas pobres com a pregação do Evangelho, o Exército de Salvação foi, nos
primeiros anos, muito perseguido:
Num só ano – 1882 – 669 soldados
do Exército de Salvação foram atacados ou brutalmente assaltados. Sessenta
prédios foram quase demolidos pelas multidões. Até 1.500 policiais de plantão
todo domingo, pareciam ser incapazes de proteger as tropas do Booth.3.
William Booth faleceu no dia 20 de
agosto de 1912.
Em sessenta anos como evangelista,
Booth viajou cinco milhões de milhas, pregando quase 60.000 sermões – e seu
espírito hipnótico atraiu 16.000 oficiais para seguir a bandeira em cinqüenta e
oito países, para pregar o evangelho em trinta e quatro línguas.
Para Charles Haddon Spurgeon, famoso pregador
Batista que comandava multidões de 20.000 numa só vez, o Exército era insubstituível
– "mais de cinco mil policiais não tomarão o seu lugar na repressão de
crime e desordem"3
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