TORTURADO POR AMOR A CRISTO
Richard
e Sabina Wurmbrand
Cap 1 - Um
padre da Igreja Ortodoxa, muito amigo meu, telefonou-me e contou-me que um
oficial russo o havia procurado para se confessar. Meu amigo, porém, não
conhecia a língua russa. Sabendo que eu falava esse idioma, deu meu endereço ao
oficial. No dia seguinte, ele veio ao meu encontro. Amava a Deus e O buscava,
mas nunca havia visto uma Bíblia. Nunca assistira a trabalhos religiosos.
(Igrejas na Rússia são muito raras).
Não tivera
nenhuma educação religiosa, porém amava a Deus sem ter o menor conhecimento
dEle.
Comecei a
ler para ele o Sermão da Montanha e as parábolas de Jesus. Depois de ouvi-las
dançou ao redor da sala com grande alegria, exclamando: "Que beleza maravilhosa!
Como é que eu poderia viver sem conhecer este Cristo!" Foi a primeira vez
que vi uma pessoa tão arrebatada de alegria no Senhor.
Prosseguindo,
cometi um erro. Li para ele a narrativa da Paixão e da Crucificação de Jesus,
sem tê-lo ainda preparado para tanto. Ele não esperava, e quando ouviu do
sofrimento de Cristo, como foi crucificado e finalmente morreu, caiu em uma
poltrona e começou a chorar amargamente. Havia crido em um Salvador e agora
este estava morto.
Olhei para
aquele homem e fiquei envergonhado por me haver chamado de Crente e Pastor,
mestre do rebanho e nunca haver partilhado dos sofrimentos de Cristo, como este
oficial russo agora fazia. Ao vê-lo, senti como se estivesse a ver Maria
Madalena chorando ao pé da cruz, e mesmo quando Cristo já era cadáver no
túmulo. Então li a história da Ressurreição. Ele não sabia que Cristo havia
ressuscitado dos mortos. Quando ouviu tão maravilhosas novas, bateu em seus
joelhos e proferiu palavras não muito dignas, porém, eu as considerei de grande
valor, pois esta era a sua rude maneira de se expressar! Mais uma vez se
alegrou. Gritou de alegria: "Ele está vivo!". Novamente dançou ao
redor da sala, transbordante de alegria.
Cap 2 - Torturas Indescritíveis
Um pastor,
chamado Florescu, foi torturado com atiçadores de ferro em brasa, e com facas.
Foi açoitado horrivelmente. Ratos famintos eram introduzidos em sua cela
através de um cano grosso. Ele não podia dormir, pois tinha de se defender o
tempo todo. Se descansasse um só momento, os ratos o atacariam.
Foi
forçado a ficar de pé por duas semanas, dia e noite. Os comunistas queriam
forçá-lo a trair seus irmãos, porém não o conseguiram. Por fim trouxeram seu
filho de 14 anos e começaram a açoitá-lo na presença do pai, dizendo que
continuariam a bater até que o pastor dissesse o que eles queriam. O homem,
coitado, Já estava quase louco.
Suportou
até onde pôde. Por fim, gritou para o filho: "Alexandre, tenho de dizer o
que eles querem! Não posso mais suportar o que lhe estão fazendo!" O filho
respondeu: "Papai, não me faça a injustiça de ter um traidor por pai!
Resista! Se me matarem, morrerei com as palavras “Jesus é minha terra natal!”A
fúria dos comunistas caiu sobre o menino, em quem bateram até matá-lo, vendo-se
manchas do seu sangue pelas paredes da cela”. Morreu louvando a Deus. Nosso
querido irmão Florescu nunca mais foi o mesmo, depois do que presenciou.
Eram
colocadas algemas em nossos pulsos as quais tinham lâminas afiadas na parte
interna. Se ficássemos totalmente parados, elas não nos cortavam. Mas nas celas
muito frias, quando tremíamos, nossos pulsos eram cortados pelas lâminas.
Crentes
eram pendurados em cordas, de cabeça para baixo, e açoitados tão severamente
que seus corpos balançavam de um lado para o outro sob a força das pancadas.
Eram colocados em refrigeradores, "celas refrigerantes", tão frias
que se formava uma camada de gelo na parte interna. Eu próprio fui jogado em
uma dessas celas, com bem pouca roupa. Médicos da prisão observavam-nos através
de uma abertura, até verem sintomas de morte por congelamento. Nesse ponto
davam sinal e os guardas nos tiravam e então éramos aquecidos. Quando já
estávamos adquirindo calor, éramos imediatamente colocados de novo nas celas
congeladoras, e isto repetidamente!
Descongelar
depois congelar até um ou dois minutos antes da morte, e então descongelar
novamente. Isso continuava indefinidamente. Até hoje algumas vezes não suporto
abrir um refrigerador.
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