OS AVIVALISTAS QUE INCENDIARAM A INGLATERRA
Quem, então, foram os Avivalistas do passado? Como eles pregavam, quais eram seus
métodos e seus estilos? O que eles fizeram de tão diferente, que repaginou a
história?
Eles não eram
prósperos nem altamente relacionados.
Eles não tinham nem dinheiro para comprar seguidores, nem influência familiar
para demandar atenção e respeito. Eles não eram colocados em evidência por
nenhuma igreja, partido, sociedade, ou instituição. Eles eram simplesmente
homens a quem Deus chamou e levantou para realizar Sua obra, sem acordos,
esquemas ou planos prévios.
Eles fizeram Sua obra no antigo modo
apostólico, ensinaram um conjunto de verdades. Eles as ensinavam do mesmo modo,
com calor, veracidade e dedicação, como homens plenamente convencidos do que
ensinavam. Eles as ensinavam no mesmo espírito, sempre amoroso, compassivo e,
como Paulo, até mesmo chorando, mas sempre ousados, inabaláveis e não temendo a
face de homens. E eles as ensinavam seguindo o mesmo método, sempre agindo na
ofensiva, não esperando que os pecadores viessem a eles, mas buscando e
procurando-os; não perdendo tempo sentados, esperando até que os pecadores se
oferecessem para se arrepender, mas tomando de assalto os redis de impiedade,
como homens atacando uma brecha, não dando descanso aos pecadores enquanto
estivessem agarrados aos seus pecados.
O movimento desses corajosos
evangelistas sacudiu a Inglaterra de uma ponta à outra. A princípio, as pessoas
nas altas camadas, tentaram desprezá-los. Os homens letrados escarneciam deles
como fanáticos; os ‘sábios' faziam piadas, e inventavam apelidos para eles; a
igreja fechou-lhes as portas; os não-conformistas deixaram-nos de lado; a massa
ignorante perseguia-os. Mas o movimento desses poucos evangelistas continuou, e
se fez sentir em cada parte do país. Muitos foram levantados e despertados para
pensar sobre Cristo. Muitos se arrependeram por causa de seus pecados. Muitos
se reprimiram e assustaram-se diante da sua própria impiedade. Muitos foram
reunidos e levados a professar uma religião vigorosa e decidida. Muitos foram
convertidos.
Muitos que discordavam do movimento foram secretamente estimulados
a tentarem se igualar a eles. O pequeno rebento tornou-se uma forte árvore; o
pequeno córrego tornou-se um profundo e largo rio; a pequena centelha tornou-se
uma chama firme a queimar. Uma vela foi acesa, da qual nós agora desfrutamos o
beneficio. O sentimento sobre a palavra de Deus e moralidade de todas as
classes no país assumiu um aspecto totalmente diferente. E tudo isto, sob a
direção de Deus, foi realizado por uns poucos aventureiros sem patrocinadores e
sem pagamento! Quando Deus toma uma obra nas mãos, nada pode pará-la. Quando
Deus é por nós, ninguém pode ser contra nós.
A METODOLOGIA pela qual os
reformadores espirituais do passado
levaram avante sua ação é facílima de ser descrita. Não foi mais nem menos do
que a antiga arma apostólica da pregação. A espada que o apóstolo Paulo
empunhou com poderoso efeito, quando ele tomou de assalto as fortalezas do
paganismo dezoito séculos atrás, foi a mesma espada pela qual eles obtiveram
suas vitórias. Dizer, como alguns têm dito, que eles negligenciaram a educação
e escolas, é totalmente incorreto.
Aonde quer que eles estabelecessem
congregações, eles educavam as crianças. honravam a Ceia
do Senhor mais do que os outros ministros em seus dias. Mas, além de qualquer
dúvida, a pregação era a arma favorita deles. Eles sabiamente retornaram aos
primeiros princípios e adotaram os métodos apostólicos. Eles criam que a principal tarefa de um ministro é
‘pregar o Evangelho'.
Eles pregavam em
todo lugar. Se o púlpito de uma paróquia da
Igreja estava aberto para eles, eles alegremente se colocavam à disposição. Se
não pudessem conseguir um púlpito, eles estavam igualmente prontos para pregar
em um celeiro. Nenhum lugar lhes parecia impróprio. No campo ou ao lado de uma
rua, num parque ou num mercado, em travessas ou vielas, em porões ou sótãos, em
cima de uma barrica ou de uma mesa, em cima de um banco ou de um degrau, aonde
quer que pudessem reunir ouvintes, ali estavam eles.
Eles pregavam de
modo simples. Eles corretamente concluíram que o
primeiro requisito a ser alcançado em um sermão, é
que seja entendido. Eles perceberam claramente que
milhares de hábeis e bem compostos sermões eram totalmente inúteis, porque
estavam acima da capacidade dos ouvintes. Eles
se esforçaram para descer ao nível do povo, e para falar o que o povo podia
entender. Para alcançar isto, eles não se
envergonhavam de crucificar o seu estilo e de sacrificar sua reputação de
eruditos.
Para atingir este objetivo, eles usaram ilustrações e exemplos em abundância, e, como seu Mestre divino,
fizeram uso de lições extraídas de cada objeto na natureza. Eles colocaram em
prática o dito de Agostinho: ‘Uma chave de madeira não é tão bonita quanto uma
de ouro, mas se ela puder abrir a porta enquanto a de ouro não, ela é muito
mais útil.' Eles reviveram o estilo dos sermões através dos
quais Lutero e Latimer costumavam obter eminente sucesso. Em poucas palavras,
eles perceberam a verdade que o grande reformador alemão queria dar a entender
quando disse: ‘Ninguém
pode ser um bom pregador para o povo, senão estiver disposto a pregar de uma
maneira que possa parecer infantil e vulgar a alguns'.
Eles pregavam com fervor e de modo direto. Eles colocaram de
lado aquele modo enfadonho, frio, pesado e sem vida de pregar, o qual há muito
havia feito dos sermões um sinônimo do que é tedioso. Eles proclamavam as
palavras de fé com fé, e a história da vida, com vida. Eles falavam com ardente
zelo, como homens que estavam totalmente persuadidos de que o que diziam era
verdade, e que ouvir o que pregavam era algo da maior importância para o
benefício eterno deles. Eles falavam como homens que tinham uma mensagem de
Deus para você, e que precisavam entregá-la, e que tinham que obter sua atenção
enquanto a comunicavam.
Eles colocavam o
coração, a alma e
sentimentos nos seus sermões e despediam seus ouvintes para casa convencidos,
afinal, de que o pregador fora sincero e queria o bem deles. Eles acreditavam
que você deve falar do coração se você deseja falar ao coração, e que deve
haver indiscutível fé e convicção no púlpito para que venha a haver fé e
convicção nos bancos. Tudo isto, eu repito, era algo que havia se tornado quase
que obsoleto na igreja daquela época. Podemos nós imaginar que isto arrebatou o
povo e produziu um imenso efeito?
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