Nasceu em 1833. Faleceu
em 1867.
Simonton nasceu em West Hanover, estado da Pensilvânia, nos EUA,
sendo o nono e último filho de um conceituado médico, deputado federal e devoto
cristão. Ao batizarem o filho, os pais o dedicaram a Deus e ao ministério do
evangelho. Sendo muito honesto consigo mesmo, não se sentia um bom cristão.
No seu diário, transcrito em parte no livro “Simonton”, podemos ver
sua luta interna. Aos 22 anos, sentiu uma necessidade de buscar seriamente a
Deus pela oração e cuidadosamente leitura da Bíblia. Fez então sua pública
profissão de fé e seguiu para o seminário de Princeton. Durante o curso, a idéia
de ser missionário não o deixava em paz, até que escreveu à junta de missões se
oferecendo para trabalho no Brasil.
Depois de 54 dias num barco a vela, Simonton entrou na baía de
Guanabara. Era agosto de 1859. Diz o seu diário: “É difícil descrever as emoções
com que saudei esses píncaros elevados (o Pão de Açúcar e Corcovado). O
sentimento predominante é de alegria, pela conclusão feliz da longa jornada,
aliado ao temor da grande responsabilidade e dos problemas dos trabalho que me
espera”.
A primeira tarefa a que se dedicou de corpo e alma foi a de
aprender a língua portuguesa. Procurava conversar tanto com adultos como
crianças, sempre estudando e se aprimorando, até que dominou o português tanto
na fala como na escrita. Este fato muito contribuiu para o sucesso do jornal
“Imprensa Evangélica”, cujo primeiro número foi publicado em novembro de 1864.
Sua principal meta era a implantação do reino de Jesus
Cristo no Brasil, Simonton realçava a importância de literatura evangélica. “A
Bíblia, e também livros e folhetos evangélicos, devem inundar o Brasil. É
impossível envolver um país tão vasto sem o auxílio da palavra impressa “.
Muitos liam e reliam a “Imprensa Evangélica”, na qual Simonton publicava
editoriais e seus sermões, além de contribuições de outros. Passados muitos
anos, ainda havia um crente chamado Juca, que morava no Rio das Antas e ainda
preservava sua coleção, recitando de memória trechos dos sermões de Simonton.
Em seu primeiro ano no Brasil, iniciou uma Escola Dominical com os
filhos de amigos e vizinhos. Em seu diário escreve: “Este é o primeiro ano
completo que passo no Brasil. Essa escola, algumas Bíblias e folhetos postos em
circulação, constituem o conjunto do meu trabalho entre os brasileiros. Sinto a
minha falta de fé e oro por sucesso. Almejo por pregar Cristo mais
experimentalmente por ser capaz de falar daquilo que conheço, porque Cristo o
revelou a mim”. Não tardou a fundação de uma igreja em 1862, recebendo duas
pessoas por pública profissão de fé.
Nesse ano Simonton fez uma viagem aos EUA para ver sua mãe enferma
e prestar relatórios às igrejas. Também conheceu Helen Murdoch, com quem se
casou em março de 1863. O diário diz: “Para mim, meu futuro lar no Brasil
colore-se de cores vivas. Dou graças a Deus por me ter provido graça, coragem e
amor no coração daquela a quem dediquei afeições, a ponto de se dispor a
separar-se de amigos, do lar e da terra natal, a fim de compartilhar da minha
vida o dos meus labores”.
Voltaram ao Brasil. Foi um ano de alegrias inéditas até o
nascimento de sua primeira filhinha. Nove dias depois, diz o diário: “Que Deus
tenha misericórdia de mim, pois águas profundas rolam agora sobre minha alma.
Helen jaz num caixão, na sala. Deus a tirou tão rapidamente que tudo ainda
parece sonho”. Depois de algum tempo a pequena Helen foi para a casa dos tios,
missionários em São Paulo. O versículo que sustentara Simonton no passado ainda
falava ao seu coração: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”.
Simonton, agora mais que nunca, vivia pelo trabalho de compartilhar
Cristo. Nesta época o padre José Manoel da Conceição professou a sua fé em
Cristo e foi batizado. Simonton e conceição foram grandes colaboradores no
trabalho de implantação da igreja nestes primeiros tempos, cooperando também na
“Imprensa Evangélica”, cuja influência não foi alcançada por nenhuma outra
agência empregada pela missão.
O ano de 1865 viu a organização do primeiro presbitério e o Sr.
Conceição foi ordenado o primeiro ministro presbiteriano brasileiro. Nesta
época, quando o Presidente Lincoln foi morto, Simonton pregou o sermão usando
como texto o salmo 46:1-3. sermão que tocou os corações de crentes e descrentes.
No final de 1866, diz o diário: “No retrospecto de minha própria
vida durante o ano que agora se finda, sinto-me culpado. Aponto algumas obras
realizadas da melhor maneira possível, mas em medida tenho eu progredido na
direção do céu? Aí é que me sinto em falta. Não consigo ir além da prece do
publicano ‘Tem misericórdia de mim, pecador’. Como suspiro por um coração
inteiramente dominado por Cristo!”
Fundou no Rio a primeira Escola Dominical e Igreja Presbiteriana,
um jornal, um presbitério e, agora, um seminário para alcançar uma outra meta
principal: “ a formação de um ministério nacional idôneo, isto é, pastores
brasileiros para brasileiros”. Cristo certamente o vinha dominando.
Sem o saber, chegara ao seu último ano de ministério. No prédio da
igreja no Rio funcionava uma escola primária com 70 alunos. Escolas para os
filhos de crentes também eram uma meta principal. Continuava a viajar pelo
interior, pregando e zelando pelo testemunho fiel de cada membro e pela
evangelização pessoal, cada crente comunicando o evangelho a outra pessoa.
Em seu dia a dia, Simonton vivia o que pregava. Neste curto
ministério de oito anos recebeu 80 pessoas na igreja, fruto visível de uma vida
consagrada a Deus. Em dezembro de 1867, contando somente com 34 anos, Simonton
morreu em São Paulo, vítima de febre amarela. Dois dias antes de sua morte, sua
irmã perguntou se tinha alguma palavra à sua igreja no Rio. Simonton replicou:
“Deus levantará alguém para tomar o meu lugar. Ele usará os seus instrumentos
para o Seus trabalho”. E assim o tem feito. Louvado seja o Senhor!
____________Fonte principal: TICKER, Ruth A. Até aos Confins da Terra.
São Paulo. 1986. Vida Nova.
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