O CULTO AS IMAGENS
A QUEBRA DO 2º MANDAMENTO
“Não farás para ti
imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em
baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas
nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.” (Ex.20:4-6)
·
l- Quando lemos do ser humano sendo feito à
imagem de Deus, entendemos que isso não se refere às suas faculdades físicas.
Apesar de tudo, nós compartilhamos de certas
qualidades físicas com os animais, mas nenhum deles foi feito à imagem de Deus.
Esta imagem se refere àquelas faculdades como a razão, entendimento, e um
espírito imortal. Nossa alma é a faculdade que mais se aproxima a natureza de
Deus.
II. É irracional se fazer qualquer imagem ou
retrato de Deus.
A idolatria tenta fazer o
impossível. A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis? (Isaías 40: 18). Nada que seja corpóreo poderia
representar de forma adequada uma substância espiritual. Somente Deus conhece
perfeita e completamente a Si mesmo. Somente Ele é que pode revelar-se a si
mesmo, mas não fez isso utilizando qualquer forma física. Nenhuma imagem
esculpida ou pintada pode fazer justiça ao seu glorioso caráter. Qualquer tipo
de representação é finita e incompleta. Por isso qualquer representação se
torna uma má representação. Isso seria indigno dEle, e um verdadeiro insulto
contra Ele.
Entretanto, o pecador caído é
propenso a fazer uma representação de Deus. Desde o dilúvio os homens têm
insistido em criar algumas imagens associadas à sua adoração religiosa. Isso é
idolatria, sendo expressa e repetidamente condenada nas Santas Escrituras.
Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja
semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação
dos homens (Atos 17: 29).
Quando utilizamos uma imagem para adoração, acabamos
adorando a própria imagem ou aquilo que ela representa. O primeiro é idolatria
manifesta. O último é tolice, pois faz da imagem algo totalmente desnecessário.
III. A doutrina da espiritualidade de Deus
deveria governar todos os nossos conceitos a respeito dEle.
Deveríamos ficar felizes por não termos qualquer
imagem ou retrato de Deus. Ele está muito acima de nós. Mas ainda assim Ele se
inclina até nós a fim de nos revelar algumas coisas sobre si mesmo.
Deveríamos entender o quão vil é a idolatria. Nós
negamos a espiritualidade de Deus quando atribuímos a Ele uma forma corpórea.
Nós o rebaixamos ao tentar fazê-Lo à nossa própria imagem e semelhança. Em
nossa mente nós limitamos aquilo que é infinito. Até mesmo o quadro mais bonito
acaba depreciando a Sua glória. Não demora muito para os espectadores começarem
a atribuir a Deus uma natureza corrupta. Mas o fato de Deus humilhar-se a si
mesmo para atingir a nossa compreensão, usando figuras de linguagem, não nos dá
o direito de rebaixá-Lo, pensando que Ele realmente existe daquela forma. As
qualidades humanas atribuídas a Deus são mais adequadas a nossa fraqueza do que
à Sua perfeição E Deus, quando se encarnou em figura humana, quis se aproximar
de nossas fraquezas e não revelar a sua perfeição.
Conta um pastor que é como
se a humanidade fosse um formigueiro e o homem uma formiga e Deus fosse um
homem e existisse um grande e terrível problema dentro do formigueiro. Para
resolver esse problema, o homem teve que se tornar uma formiga e entrar dentro
do formigueiro. O homem não era e nunca foi uma formiga, mas para salvar as
formigas, porque este homem amava os insetos, ele se tornou uma delas. Da mesma
forma, Deus nunca foi homem, mas para salvar o homem, ele se tornou um.
IV. Considere algumas inferências sobre esta
doutrina.
Se Deus é Espírito, nenhum objeto corpóreo pode
defini-Lo. Nenhuma impureza da carne pode entrar em contato com Ele.
Se Deus é Espírito, então Ele não se encontra atolado
numa massa de tamanho e peso, mas é livre para agir, mesmo em nossas almas. Ele
não se cansa por trabalhar demais. Quanto mais nos tornamos semelhantes a Deus,
mais diligentes seremos em glorificá-Lo.
Se Deus é Espírito, Ele é imortal. Morte é separação.
Desde que Deus é essencialmente um Espírito não composto, então não pode haver
nenhuma separação nEle. Esta verdade serve de grande conforto para os filhos de
Deus.
Se Deus é Espírito, então nós
podemos ter comunhão com Ele em espírito. Os sacrifícios para Deus são o
espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó
Deus (Salmos 51: 17). Portanto, precisamos ser renovados no
espírito da nossa mente (Efésios 4: 23).
Se Deus é Espírito, somente Deus pode satisfazer o
nosso espírito. Nada que seja de natureza física, pode realmente satisfazer um
espírito faminto. Nós deveríamos ter um desejo ardente de Deus. Somente nEle é
que encontramos descanso, contentamento, e plenitude.
Se Deus é Espírito, nós
deveríamos cuidar melhor do nosso corpo e do nosso espírito. Muitas vezes nós
vivemos como se a nossa constituição física fosse tudo para nós. O cristianismo
faz com que o homem fique principalmente interessado em seu espírito.
Se Deus é Espírito, devemos ficar em alerta, especialmente contra os pecados do espírito. Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Coríntios 7: 1). Os pecados da carne são malignos, e dignos da ira eterna de Deus, mas os pecados do espírito são especialmente malignos, pois contaminam aquilo que é mais próximo entre Deus e nós. Os pecados da carne nos tornam semelhantes a bestas brutas, enquanto os pecados do espírito ao maligno. Assim como a espiritualidade é a raiz de outras perfeições em Deus (como listamos anteriormente), assim também a santidade de espírito, em nós, é a raiz de outras formas de obediência em nossa carne.”…
Tradução – Eduardo Cadete
https://iprbsp.wordpress.com/2013/03/20/a-quebra-do-2o-mandamento/
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