Parte da introdução do livro:
PORQUE TARDA O AVIVAMENTO
De Leonard Ravenhill
Para
se ter uma vida vitoriosa dois elementos são indispensáveis: visão e fervor.
Alguém
já advertiu que não devemos estar tão envolvidos com o céu a ponto de sermos
totalmente inúteis na terra.
Irmãos, se fôssemos tão eficientes na tarefa de
enriquecer nossa alma quanto o somos na de cuidar de nossos interesses
pessoais, constituiríamos uma ameaça para o diabo.
Ter visão sem missão, tornanos visionários;
ter missão sem visão, leva-nos a trabalhar demais; ter visão e missão faz de
nós missionários. E é mesmo. Isaías teve uma visão no ano da morte do rei
Uzias. Talvez haja alguém à nossa frente, impedindo que tenhamos uma visão
ampla de Deus. O preço a ser pago pelo crescimento espiritual é bastante
elevado, e, às vezes, doloroso também. Você estaria preparado para ter uma
visão a esse preço — a perda de um amigo ou de sua carreira? E para essa
transformação de alma não se oferecem descontos especiais. Ninguém vai além da visão que tem. Teólogos
intelectualizados não têm condições de romper a cortina de ferro da superstição
e das trevas por trás das quais, há milênios, estão perecendo milhões e milhões
de indivíduos. Talvez só homens com menos intelecto, mas com uma visão maior,
sejam capazes disso
É possível que Deus esteja mais irado com os países de
formação protestante como Estados Unidos e Inglaterra, do que com os
comunistas. Acha essa afirmação absurda? Então pense seriamente no seguinte. Na
Rússia há milhões de indivíduos que nunca tiveram uma Bíblia e nunca assistiram
a um programa evangélico na televisão ou no rádio. Se pudessem ir a uma igreja,
iriam de bom grado
Houve certa vez um criminoso de nome Charlie Peace. Não
tinha respeito nem pelas leis de Deus nem pelas dos homens. Mas afinal um dia
foi preso e condenado à morte. No dia de sua execução, foi levado ao corredor
da morte na penitenciária de Armley, Leeds, na Inglaterra. À sua frente ia o
capelão da prisão, lendo versículos da Bíblia em voz monótona e desinteressada.
O criminoso tocou-lhe no ombro e indagou o que estava lendo. “O “Conforto da
Religião”, replicou o sacerdote”. Charlie Peace ficou chocado de ver como ele
lia aqueles textos acerca do inferno de maneira tão mecânica. Como alguém podia
ser tão frio, a ponto de conduzir outro para a forca, sem emoção alguma,
lendo-lhe palavras sobre um abismo profundo no qual o condenado estava prestes
a tombar? Será que aquele pregador cria de fato que existe o fogo eterno, que
arde incessantemente, e nunca consome suas vítimas, já que lia tudo sem ao
menos estremecer? Seria humano um indivíduo capaz de dizer a outro friamente:
“Você estará morrendo eternamente, sem nunca conhecer o alívio que a morte
poderia dar-lhe?” Aquilo foi demais para Peace, e ele se pôs a pregar. Veja só
o sermão que pregou no próprio instante em que caminhava para o inferno.
“Senhor”, disse, dirigindo-se ao capelão, “se eu acreditasse nisso em que você
e a igreja dizem crer, andaria por toda a Inglaterra, só para salvar uma alma,
e, se preciso fosse, iria de joelhos, mesmo que a superfície dela fosse
Um bom estímulo para nossa alma seria permanecermos
trementes na presença desse Deus santo, todos os dias, antes de sairmos para o
trabalho. Aquele que teme a Deus, não teme os homens. O que se ajoelha diante
de Deus, não se curva em nenhuma situação. Se tivéssemos diariamente uma visão
desse Deus santo, iríamos sentirnos deslumbrados diante de sua onipresença,
extasiados ante sua onipotência, silenciosos diante de sua onisciência e quebrantados
diante de sua santidade. E a santidade dele se tornaria nossa. A maior vergonha
de nossos dias é que a santidade que ensinamos é anulada pela impiedade de
nosso viver. “Um pastor de vida santa torna-se um instrumento poderosíssimo nas
mãos de Deus”, disse Robert Murray McCheyne.
Antes de Isaías passar pela experiência descrita no
capítulo 6 de seu livro, ele proferiu uma série de “ais”, para diversas
pessoas. Mas, naquele momento, ele viu a si mesmo e disse: “Ai de mim!” “Sou
eu, sou eu mesmo, Senhor, quem está precisando de oração”, diz um hino “negro
espiritual”. E como isso é verdade! Será que não há quadros com imagens impuras
pendurados nas paredes de nossa mente? Não haverá alguma impureza escondida em
algum cantinho de nosso coração? Será que poderíamos convidar o Espírito Santo
para caminhar conosco de mãos dadas, pelos corredores dele? Não haverá em nós
intenções ocultas, motivações secretas e quartos fechados cheios de toda sorte
de impurezas, a controlar nossa alma? Em cada um de nós existem três pessoas: a
que nós achamos que somos, a que os outros pensam que somos, e a que Deus sabe
que somos. Literalmente somos muito condescendentes com nós mesmos, e por
demais rigorosos com os outros, a não ser quando estamos buscando intensamente
a verdadeira vitória espiritual. O “eu” ama o “eu”, embora se diga a respeito
de São Geraldo Magela que, pela graça de Deus, “ele amava a todas as pessoas,
menos Geraldo Magela”. Que belo exemplo para nós! Mas, na maioria das vezes,
escondemos de nós mesmos nosso verdadeiro ser, para que não fiquemos enojados
ante a realidade. Vamos pedir a Deus que seu penetrante olhar localize esse
corrupto, impuro e malcheiroso ego, para que ele seja arrancado de nós e
“crucificado com ele... (para que) não sirvamos o pecado como escravos” (Rm
6.6).
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