William Chalmers Burns – Ajudou Hudson Taylor na China
( O Avivamento )
William foi influenciado por grandes pregadores bretões, que sofreram, mas triunfaram pela fé na Escócia. Ele foi amigo de Robert McCheyne, era pregador itinerante e acabou seus dias como missionário à China, onde conheceu e influenciou a Hudson Taylor.
Seu nascimento
Nasceu em 10 de Abril de 1815, na cidade de Dun,Escócia.Sua inclinação era correr atrás de riquezas que lhe pudessem trazer junto prazeres. Advogados eram ricos e viviam em belas casas e mansões, e portanto, ele se tornou um Advogado. Ele cegamente falou a seus pais que ele não queria ser um pobre pregador e que ele estava indo para o mundo em busca de dinheiro.
Sua Conversão
Antes de obter o seu diploma, Deus alterou os planos de William. Isto aconteceu através das suas duas irmãs, que não se conformavam com o descuido com que William tratava sua alma. William era obediente aos pais, inteligente, brilhante, amava aos seus familiares e amigos, no entanto ele não era salvo e estava a caminho do inferno. Elas foram compelidas pelo Espírito a escrever para William uma carta urgente, admoestando-o a largar o mundo e aceitar o glorioso Filho de Deus como Salvador e Senhor. William foi grandemente tocado pela carta e pediu para as irmãs enviarem para ele alguma literatura que o ajudasse. Elas enviaram o livro de Thomas Boston - "Fourfold State"-. Outro livro que ajudou por este tempo foi o livro de Pike - "Early Piety". Sozinho com Deus, com lágrimas nos olhos, ele creu em Deus para salvação. A esse respeito ele disse: "Eu tinha a esperança de ser salvo pela soberania do infinitamente gracioso Deus; e quase no mesmo instante, eu senti que podia deixar minha presente ocupação e devotar minha vida a Jesus, como ministro do glorioso evangelho pelo qual eu tinha sido salvo".
Seu Chamado para a pregação
Logo após a sua conversão, William chegou inesperadamente na casa de seu pai, que era pastor em Kilsyth, e entrou na sala. Surpreso, seu pai lhe perguntou: "William, o que você está fazendo aqui?!". Ele havia cavalgado trinta e seis milhas de Edimburgo até Kilsyth, trazendo as boas novas de sua conversão. Então ele virou-se para a sua mãe e disse: "Mãe, o que você diria se eu te contasse que eu quero ser um ministro do evangelho acima de tudo o mais!?".
William deixou as coisas deste mundo de lado. O odor das "ervas do Egito" eram ofensivas a ele, enquanto que a vida de autocontrole e piedade que ele buscou viver eram provas da profundidade da atuação do Espirito Santo na sua alma. Foi na universidade de Glasgow que ele ouviu um médico missionário falar a respeito das almas perdidas da China.
O jovem Burns foi ocupar o lugar no púlpito de Robert M McCheyne, na igreja de St. Peter , em Dundee. Ele aceitou a oferta, tendo a idade de 24 anos, dizendo: "Eu sou realmente impróprio, eu não sou adequado para assumir este árduo porém nobre trabalho. Mas, o que importa? Gloria seja dada a Jesus, sua graça é suficiente para mim, porque seu poder se aperfeiçoa na fraqueza!".
De acordo com o que se percebe nos livros a respeito de McCheyne, havia uma extraordinária similaridade entre estes dois servos de Deus, porém seus dons e temperamentos eram notoriamente diferentes. McCheyne era um poeta, de temperamento suave, meigo, dócil. Destacava-se o amor e a reverência. Em Burns via-se palavras mais fortes, diretas ao pregar a verdade de Deus. Ele fazia o povo tremer ante o poder de Deus. Em outras palavras, McCheyne era um pastor e Burns era um evangelista. McCheyne gastava o seu tempo em adoração, oração e contemplação do grande amor de Cristo demostrado no calvário, enquanto que Burns preocupava-se muito com as almas que iam para o inferno sem salvação, passando o tempo em agonia de alma pelos não salvos.
Sua atuação na igreja em St.Peter: O relato do Dr. F.B.Mayer explica que Burns era jovem, inexperiente, sem nenhum peculiar dom poético na pregação, mas que foi grandemente respeitado pela sua congregação , porque, ainda que suas palavras eram poucas, diretas, pouco adornadas, no entanto vinham cheias de poder, como flechas lançadas por um exímio atirador. Essa flechas atingiam em cheio o coração e a consciência dos ouvintes. Por tudo isso o povo o considerava como um "mensageiro de Deus". Literalmente pode-se dizer dele que suas palavras não eram cheias de sabedoria humana, mas uma demonstração do Espírito e de poder. O resultado visível foi um aumento no entendimento espiritual do povo e um tom elevado de solenidade e sobriedade se tornou generalizado entre os crentes daquela igreja.
O templo já tinha se enchido antes, mas agora a multidão se tornou mais densa e entusiástica que antes. As salas se encheram de pessoas até não Ter mais lugar. Alma após alma vinham a ele para dizer como encontraram paz ao crer nas palavras que ele havia pregado. Assim, os primeiros quatro meses em Dundee foram meramente um prefácio de coisas melhores que os meses seguintes foram testemunha.
Reavivamento em Kilsyth
Enquanto Burns ministrava na Igreja de St. Peter, Dundee, em Kilsyth o Senhor estava começando a se mover de uma maneira extraordinária. O pai de William decidiu pregar diante do monumento a James Robe, protagonista de um reavivamento na Igreja em Kilsyth à 100 anos atras. Seu objetivo era entusiasmar os crentes a orarem por um novo avivamento e pela salvação das almas perdidas. "Deus não está morto!" ele exclamava. "O Evangelho não perdeu o seu poder. Somos nós que perdemos o nosso poder junto à Deus. Deus está pronto agora mesmo para nos dar a mesma benção que Ele deu a 100 anos atrás - e muito mais! Vocês estão prontos para deixar que Deus sonde os vossos corações, para ver que ali não há pecado que faça o Senhor voltar atrás em suas bênçãos?"
Os crentes ouviram estas palavras e não se furtaram a buscar a face de Deus em humilhação e contrição permanecendo assim muito tempo. A sensação geral era de estar no "vale dos ossos secos".
Durante a noite anterior, o povo de Deus se colocou em oração durante a noite toda, esquecendo-se das horas, tão ocupados estavam em suas orações. Por muitas semanas William Burns estava tão ocupado em oração que nem ele descansou. Por causa da chuva, a grande multidão que tinha se ajuntado no mercado agora se reunia dentro da igreja, com suas roupas de trabalho, homens, mulheres e crianças , junto com alguns dos mais devassos pecadores do distrito.
O povo choravam e se lamentava, intermeado com súbitos momentos de alegria e oração, junto com alguns do povo de Deus. A impressão que eu tive do púlpito era do estado dos ímpios na volta de Cristo, no dia do julgamento. Alguns demonstravam grande agonia - outros caiam no chão como mortos".
Esse temor e emoção tomou conta da cidade e arredores, lembrando um pouco o avivamento que se deu nos EUA sob Jonathan Edwards. O tema das conversas era sobre as coisas do Senhor. Era verdadeiramente o céu na terra, na região de Kilsyth. Toda a Escócia ouviu a grande nova com alegria, e centenas de intercessores por avivamento literalmente saltaram de alegria.
O Reavivamento em Dundee e Perth
Ao retornar para Dundee em Agosto de 1839 William encontrou o mesmo cenário que havia deixado em Kilsyth. Se sua oração antes era cheia de poder, agora também tinha se tornada mais profunda. Robert McCheyne estava doente, quase à morte, no Líbano e William se colocou em oração junto à sua congregação em Dundee por McCheyne.
Tão grande era a fome pela Palavra que Burns pediu ajuda a outros pregadores. Ele dificilmente encontrava tempo para comer ou dormir, porque a multidão seguia-o por onde ele fosse em Dundee. Era claro para todos que o jovem ministro tinha construído seu ministério em Kilsyth e Dundee sobre o fundamento que tinha deixado seu pai e McCheyne, mas também era claro que o fator principal do avivamento era o extraordinário poder de Burns na pregação e na oração. Como John Welsh, ele gastava noites em intercessão agonizante pelas almas dos perdidos.
"Com a calma da exaltação, com santa persuasão, e com riqueza suprema na exposição, ele podia mostrar a glória de Cristo e as maravilhas da redenção; então, com um brilho espiritual, terminava com uma visão que parecia que os céus se abriam para que eles o vissem, e centenas de corações se prostrassem em adoração, num senso de presença inefável de Deus", palavras estas ditas por outro ouvinte.
Em seguida, retornou McCheyne de sua viagem à terra santa, e juntou-se a William na tarefa de fortalecer os jovens convertidos na fé e levar mais almas à Cristo.
Convites de toda a Escócia chegavam ao jovem William, mas ele somente podia ir onde o Espírito Santo de Deus o enviasse. A próxima cena de poderosa visitação do Espírito Santo foi na cidade de Perth. William foi ali para pregar por três dias e acabou ficando três meses. Ele mesmo descreve o que aconteceu ali: " A igreja era uma massa sólida de vida, mas vida física e não espiritual. Eu tinha clara direção para falar baseado em Dt. 32:35 em meu sermão: "Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar". Eu tomei como base o sermão de Jonathan Edwards . Durante a pregação, estas afirmações foram acompanhadas de uma medida extraordinária do Espírito Santo, e o sentimento dos ouvintes se tornou tão intenso que, quando um homem nas galerias exclamou audivelmente, "Senhor Jesus, venha e me salve", a grande massa da congregação deu um audível sinal de emoção ao chorar em voz alta. Eu imediatamente comecei a repetir, como em Kilsyth, o convite de Isaías, dizendo que Jesus é o Dom de Deus que traz libertação. Homens e mulheres literalmente se banharam em choro, em agonia de alma."
Burns era um grande pregador ao ar livre. Onde os homens se congregavam, ele estava ali para pregar a eles: no mercado, nas feiras, nos parques. Ele era o homem dos homens. Centenas podiam ouvi-lo. Algumas vezes, como John Wesley, às cinco da manha se podia ouvir as suas palavras. Algumas vezes McCheyne deixava Dundee e se juntava a Burns em seus encontros evangelísticos. Como a multidão crescia cada vez mais, ele escreveu uma carta à McCheyne para que ele o ajudasse, e dedicasse a sua vida inteira à evangelização e ao fortalecimento na fé dos novos convertidos. Nessa carta ele clamou que McCheyne deixasse a acomodação. "Não espere pela chamada da igreja. A chamada de Cristo é melhor. Almas estão perecendo. Vamos socorrê-los. Não me entenda mal; eu não estou desvalorizando o trabalho pastoral, mas apenas vendo que a necessidade urgente está aqui". McCheyne respondeu dizendo que ele estava buscando cumprir o que o Senhor tinha para ele: "Nós não podemos ver com os olhos dos outros. Temos que cumprir o caminho que o Senhor tem para nós - isto é o mais importante. O trabalho de Deus pode florescer por nós, se ele florescer mais ricamente em nós". Pouco tempo depois o Senhor o chamaria para a glória (1843).
Fonte: Adaptado e resumido por Valdir Noll a partir do livro William Chalmers Burns - James A. Stewart - Editora Lamplighter Publications.
Que resumo maravilhoso desse grande homem de Deus que dedicou sua vida à salvação dos perdidos. Confesso que estou escrevendo com lagrimas nos olhos nesse momento. Obrigado por esse resumo belíssimo. Deus os abençoe ricamente!
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