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25 de julho de 2021

Senhor, ensine-nos a orar – Andrew Murray

 

Senhor, ensine-nos a orar – Andrew Murray

12/04/2017 By Alê Rocha

‘E ACONTECEU que, estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar.’ Lucas 11:1Os discípulos tinham estado com Cristo e visto-O orar. Tinham aprendido a compreender algo da relação entre a Sua maravilhosa vida pública e a Sua secreta vida de oração. Eles tinham aprendido a crer Nele como um Mestre na arte da oração – ninguém podia orar como Ele. E assim, eles vieram a Ele com um pedido “Senhor, ensine-nos a orar!” E nos anos seguintes eles nos teriam dito que há poucas coisas mais magníficas ou excelentes que Ele lhes tinha ensinado do que lições sobre oração. E agora com o passar do tempo, enquanto Ele está a orar num determinado lugar, aqueles discípulos que O vêm tão envolvido sentem a mesma necessidade de repetirem o mesmo pedido, “Senhor, ensina-nos a orar”. À medida que crescemos na vida cristã, o pensamento e a fé do nosso Amado Mestre na Sua infalível intercessão torna-se ainda mais preciosa, e a esperança de ser mais semelhantes a Cristo na Sua intercessão ganha uma atratividade que era dantes desconhecida. E enquanto O vemos orar, e nos lembramos que não há ninguém que possa orar como Ele e ninguém que pode ensinar como Ele, sentimos que a petição dos discípulos, “Senhor, ensina-nos a orar”, é mesmo o que nós precisamos. E quando pensamos o que tudo Ele é e tem, como Ele mesmo é nosso, como Ele é em si mesmo a nossa própria vida, sentimo-nos seguros em somente pedir, e Ele terá prazer em nos tomar para mais junto de Si e nos ensinar a orar tal como Ele ora. Vinde, meus irmãos! Não iremos nós ao Abençoado Mestre e pedir-lhe para inscrever os nossos nomes para constar nessa escola que Ele sempre mantém aberta para aqueles que anseiam continuar os seus estudos na arte Divina da oração e intercessão? Sim, digamos neste mesmo dia ao Mestre, como eles disseram antigamente, “Senhor, ensina-nos a orar”. Enquanto meditamos, veremos que cada palavra da petição é cheia de significado. “Senhor, ensina-nos a orar”, sim, a orar. Isto é o que precisamos de ser ensinados. Apesar de nos primeiros passos a oração ser tão simples que até a criança mais pequena pode orar, é ao mesmo tempo o mais elevado e mais santo trabalho que um homem pode empreender. É relacionamento com o Invisível e o Mais Santo Ser. Os poderes do mundo eterno foram colocados à sua disposição. É a verdadeira essência da verdadeira religião, o canal de todas as bênçãos, o segredo do poder e da vida. Não somente para nós mesmos, mas para outros, para a Igreja, para o mundo, que é por oração que Deus deu o direito de tomar posse Dele e da Sua força. É pela oração que as promessas esperam pelo seu cumprimento, o reino pela sua vinda, a glória de Deus pela sua completa revelação. E para este abençoado trabalho quão trapalhões e desajustados nós somos! Somente o Espírito de Deus pode nos capacitar a fazê-lo bem. Como somos enganados tão rapidamente a ficar na forma, enquanto o poder está à espera. Nosso antigo treino, o ensino da Igreja, a influência do hábito, o levantar de emoções – como isto conduz facilmente à oração que não tem poder espiritual, e compensa mas pouco. Verdadeira oração, que toma posse da força de Deus, que compensa muito, à qual os portões do céu estão verdadeiramente abertos – quem não clamará, oh, por alguém que me ensine a orar assim? Jesus abriu uma escola, na qual Ele treina Seus remidos, que especialmente desejam isto, ter poder na oração. Não iremos nós entrar nela com a petição, Senhor! É mesmo isto que precisamos de ser ensinados! Oh, ensina-nos a orar. “Senhor, ensina-nos a orar”, sim, a nós Senhor. Nós lemos na tua Palavra com que poder o teu povo crente de antigamente habitualmente orava, e que poderosas maravilhas eram feitas em resposta às suas orações. E se isto aconteceu no Antigo Testamento, no tempo de preparação, quanto mais não dará, nestes dias de cumprimento, ao seu povo este seguro sinal da Sua presença no seu meio. Nós ouvimos as promessas dadas aos seus apóstolos sobre o poder da oração em Seu nome, e temos visto quão gloriosamente eles experimentaram essa verdade: nós sabemos com certeza, que se podem tornar verdade para nós também. Nós ouvimos continuamente mesmo nestes dias que glória houve no Seu poder e o darás ainda àqueles que confiarem plenamente em Ti. Senhor! Estes homens foram igualmente sujeitos às mesmas paixões que nós; então, ensina-nos a orar também. As promessas são para nós, os poderes e dons do mundo celestial são para nós. Oh, ensina-nos a orar de maneira a podermos receber abundantemente. A nós também entregaste a Tua obra, na nossa oração também depende a vinda do Teu reino, na nossa oração também Tu podes glorificar o Teu nome; “Senhor, ensina-nos a orar”, sim a nós Senhor; nós oferecemo-nos como aprendizes; nós seremos de certeza ensinados por Ti. “Senhor, ensina-nos a orar”. “Senhor, ensina-nos a orar”, sim, nós sentimos a necessidade agora de sermos ensinados a orar. A princípio não há obra que pareça mais simples; mais tarde nada mais difícil; e a confissão é forçada por nós: Nós não sabemos como orar como deveríamos. É verdade que temos a Palavra de Deus, com as suas claras e certas promessas; mas o pecado escureceu tanto a nossa mente, que nós nem sempre sabemos como aplicar a palavra. 
Nas coisas espirituais, nós não buscamos sempre as coisas mais necessárias, ou falhamos em orar de acordo com a Lei do santuário. Nas coisas temporais somos ainda menos capazes de avaliar-nos na maravilhosa liberdade que o nosso Pai nos deu para lhe pedirmos o que precisamos. E mesmo quando sabemos o que pedir, muito ainda fica por conseguir para que a nossa oração se torne aceitável. Precisa ser para a glória de Deus, numa submissão total à Sua vontade, na plena certeza de fé, no nome de Jesus, e com uma perseverança que, se necessário for, se recuse a ser negado. 
Tudo isto precisa se ser aprendido. Só pode ser aprendido na escola de muita oração, porque a prática aperfeiçoa. À parte da dolorosa consciência da ignorância e imerecimento, na luta entre acreditar e duvidar, a arte celestial da oração eficaz é aprendida. Porque, mesmo quando nós não nos lembramos, existe Um, o Iniciador e o Finalizador da fé e da oração, que vela pela nossa oração, e vê para que todos os que Nele confiam para esta educação desta escola da oração possam ser carregados até à perfeição. Mas deixemos que a tónica mais profunda de toda a nossa oração seja a incapacidade de ensino que resulta de um senso de ignorância e da fé Nele como o professor perfeito, e então podemos ter a certeza de que seremos ensinados, e aprenderemos a orar em poder. Sim, podemos depender disso, Ele nos ensinará a orar. “Senhor ensina-nos a orar”. Ninguém pode nos ensinar como Jesus, ninguém apenas Jesus; como tal, chamamos por Ele ‘ Senhor ensina-nos a orar’. Um aluno necessita de um professor que saiba o seu trabalho, que tem o dom do ensino, que em paciência e amor irá de encontro às necessidades do aluno. Abençoado seja Deus! Jesus em tudo isto e muito mais. Ele sabe o que a oração é. É Jesus, orando Ele próprio, quem nos ensina a orar. Ele sabe o que a oração é. Ele aprendeu sobre isso no meio das tribulações e lágrimas da Sua vida na Terra. No céu ainda é o Seu trabalho amado. A Sua vida lá é oração. Nada Lhe agrada mais do que encontrar aqueles que pode levar consigo à presença do Pai, aqueles a quem ele pode revestir com o poder de orar debaixo da bênção de Deus com aqueles que estão à sua volta, aqueles que Ele pode treinar para serem seus colaboradores na intercessão pela qual o reino deverá ser revelado na Terra. Ele sabe como ensinar. Agora pela urgência da necessidade sentida, depois pela confiança que a alegria inspira. Aqui, pelo ensino da Palavra, ali pelo testemunho de outro crente que sabe o que é ter oração ouvida. Através do Seu Espírito Santo Ele tem acesso ao nosso coração e ensina-nos a orar mostrando-nos o pecado que obstrui a oração, ou dando-nos a garantia de que agradamos a Deus. Ele ensina, não só dando pensamentos do que pedir ou como pedir mas vivificando em nós o próprio espírito de oração, deixando dentro de nós o Grande Intercessor. Nós podemos de facto e sobremaneira alegres afirmar: ‘Quem ensinou como Ele?’ Jesus nunca ensinou os seus discípulos como pregar, apenas como orar. Ele não falou muito sobre o que era preciso para pregar bem, mas muito sobre o orar bem. Saber como falar com Deus é mais do que saber como falar com homens. Em primeiro lugar não está o poder com os homens mas o poder com Deus. Jesus adora ensinar-nos como orar. O que é que vocês pensam meus amados discípulos seguidores! Não seria justo que pedíssemos aquilo que necessitamos ao Mestre, para que nos desse durante um mês um curso de lições especiais sobre a arte de orar? À medida que meditamos nas palavra que falou na Terra, rendamo-nos aos seus ensinamentos na confiança plena de que com tal professor nós faremos progressos. 
Tomemos tempo não só par meditar, mas para orar, para nos lançarmos aos pés do trono e sermos treinados para o trabalho da intercessão. Façamos pois assim com a garantia de que no meio das nossas hesitações e receios Ele está a levar a cabo o Seu trabalho de uma forma maravilhosa. Ele respirará a Sua própria vida, que é oração, para nós. 
À medida que Ele nos faz participantes da Sua justiça e da Sua vida, Ele nos fará participantes da Sua intercessão também. Como membros do Seu corpo, como um sacerdote santo, devemos tomar parte do Seu trabalho sacerdotal de insistir e perseverar com Deus pelo Homem. Sim, embora sejamos ignorantes e fracos de pensamento devemos muito alegremente dizer, ‘Senhor ensina-nos a orar’.
Bendito Senhor! 

Que viveste sempre para orar, Vós podeis me ensinar a orar também, a mim também a viver para orar sempre. Nisto Vós amastes me fazer participante da Tua glória no céu, que eu possa orar sem cessar, e permanecer sempre como um sacerdote na presença do meu Deus.Senhor Jesus! Eu peço-Vos que inscrevas meu nome neste dia entre aqueles que confessam que não sabem como orar como deveriam, e principalmente Vos pedir por um curso de ensino em oração. Senhor! Ensina-me a me separar para Vós na escola, e Vos dar tempo para me treinar.Possa um profundo pesar da minha ignorância, do maravilhoso privilégio e poder da oração, de uma necessidade do Espírito Santo como o Espírito de oração, me guiar a lançar fora meus pensamentos do que eu julgo saber, e me faça ajoelhar perante Vós em verdadeira falta de ensino e pobreza de espírito. E enche-me, Senhor, com a confiança de com um professor como Vós sois, eu poderei aprender a orar. 
Na segurança que eu tenho como meu professor, Jesus que está sempre orando ao Pai, e por Sua oração governa os destinos da Sua Igreja e o mundo, eu não temerei. Tanto quanto eu preciso saber dos mistérios do mundo de oração, Vós ireis revelar a mim. E quando eu não puder saber, Vós ireis me ensinar a ser forte na fé, dando glória a Deus. Bendito Senhor! Vós não deixareis envergonhados Vossos alunos que em Vós confiam, nem por Sua graça, Vós sereis também. Amém.

Andrew Murray

Fonte: Capítulo 1 do livro With Christ in the School of Prayer, de Andrew Murray.

24 de julho de 2021

ANDREW MURRAY - A VIDA INTERIOR

 

A


NDREW MURRAY nasceu na África do Sul, em 9 de maio de 1828. Andrew experimentou o novo nascimento aos 16 anos, na Holanda. Após isso, dedicou muito tempo, muitas madrugadas, a orar por um avivamento em seu país e a ler sobre experiências desse tipo ocorridas em outros países.

 

Foi para a Inglaterra com 10 anos e quando retornou para a África do Sul como pastor e evangelista, levou consigo um reavivamento que abalou o país. Seu ministério enfatizava especialmente a necessidade de os cristãos habitarem em Cristo. Murray aprendeu suas mais preciosas lições espirituais por meio da Escola do Sofrimento, principalmente após uma séria enfermidade. Sua filha testificou que, após essa doença, seu pai manifestava “constante ternura, serena benevolência e pensamento altruísta”. Essa foi uma expressão de sua fé simples em Cristo e a Ele rendida.


Seu ministério, pela influência recebida do pai, foi caracterizado por profunda e ardente espiritualidade e por ação social. Em 1877, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos e participou de muitas conferências de santidade nos EUA e na Europa. Sua teologia era conservadora, e se opunha francamente ao liberalismo. Em seus livros, enfatizou a consagração integral e absoluta a Deus, a oração e a santidade.

Durante os últimos 28 anos de sua vida, foi considerado o pai do Movimento Keswick da África do Sul. Muito dos aspectos místicos de sua obra deve-se à influência de William Law. Murray, assim como Law, Madame Guyon, Jessie Penn-Lewis e T. Austin-Sparks, experimentou o Senhor de forma muito profunda e se tornou um dos mais proeminentes no movimento da vida interior.

Foi acometido de uma infecção na garganta em 1879, a qual o deixou sem voz por quase dois anos. Foi curado dela na casa de uma família cristã em Londres. Como resultado dessa experiência, veio a crer que os dons miraculosos do Espírito Santo não se limitavam à igreja primitiva. Para ele, uma das características da vida vitoriosa era uma profunda e silenciosa percepção de Deus e uma intensa devoção a ele.


Por crer no que Deus pode fazer por meio da obra de literatura, Murray escreveu mais de 250 livros e inúmeros artigos. Sua obra tocou e toca a Igreja no mundo inteiro por meio de escritos profundos, incluindo The Spirit of Christ (O Espírito de Cristo), The Holiest of All (O Mais Santo de Todos), With Christ in the School of Prayer (Com Cristo na Escola de Oração), Abide in Christ (Habite em Cristo), Raising Your Children for Christ (Criando Seus Filhos para Cristo) e Humildade, os quais são considerados clássicos da literatura cristã. Entre tantos que foram ajudados por ele, podemos mencionar Watchman Nee, cujas obras O Homem Espiritual e O Poder Latente da Alma trazem marcas do pensamento de Murray.

(Extraído do livro Humildade – A Beleza da Santidade. © Editora dos Clássicos, 2000.)

20 de julho de 2021

JOHN BUNYAN - O GRANDE SONHADOR

 



JOÃO BUNYAN, FOI  UM PREGADOR E UM ESCRITOR INGLÊS QUE ESCREVEU O FAMOSO LIVRO " O PEREGRINO ". DETALHE QUE ESCREVEU ESSE LIVRO NA CADEIA, ONDE FOI PRESO POR DISCORDAR DA IGREJA DA INGLATERRA QUE O PROIBIU DE PREGAR AO AR LIVRE


VIDEO: QUEM FOI JOHN BUNYAN, vídeo mostra a vida desse nosso herói da fé que revolucionou a igreja com sua criatividade e interpretação das alegorias bíblicas



 









16 de julho de 2021

William Carey - 0 PAI DAS MISSÕES MODERNAS

 

William Carey ( Guilherme Carey ) 0 PAI DAS MISSÕES MODERNAS

William Carey ( Guilherme Carey )

0 PAI DAS MISSÕES MODERNAS
 
O menino Willian, era apaixonado pelo estu­do da natureza. Enchia seu quarto de coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar al­cançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna. Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. - "Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o menino.



Diz-se que Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua vida.

Quando Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, per­manecia firme, dia após dia, mês após mês e ano após ano,até acabá-la. Deixou o Senhor utilizar-se de sua vida, não somente para evangelizar durante um período de quarenta e um anos no estrangeiro, mas também para executar a fa­çanha por incrível que pareça, de traduzir as Sagradas Es­crituras em mais que trinta línguas.
 
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Aos doze anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino, por Dyche,. o qual decorou. Aos quatorze anos ini­ciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na loja encon­trou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim iniciou o estudo do grego. Foi nesse tempo que che­gou a reconhecer que era um pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras.
 
Não muito depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. Ao reconhecer que o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a igreja congregacional  a que pertencia e se filiou a igreja batista. Tomava emprestados livros para estudar e, apesar de viver em pobreza, adquiria alguns li­vros usados. Um de seus métodos para aumentar o conhe­cimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em latim, em grego e em hebraico.

Foi durante o tempo que ensinava geografia em Moul­ton, que Carey leu o livro As Viagens do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na pa­rede um grande mapa-mundi, que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres dis­poníveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de indus, na própria língua deles.


As igrejas de então não aceitavam a idéia, que conside­ravam absurda, de levar o Evangelho aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e su­geriu que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável pre­sidente da reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando agradar a Deus converter os pa­gãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o meu."
Porém o fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se seguiram esforçou-se inin­terruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o as­sunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu memorável sermão sobre Isaías 54.2,3: "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas."
Discursou sobre a importância de esperar grandes coi­sas de Deus e, em seguida, enfatizou a necessidade de ten­tar grandes coisas para Deus.
O auditório sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de "levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se unissem para susten­tá-los.

Apesar de a sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não tomou parte na sua for­mação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse tempo:
"Aí está Carey, de estatura pequena, humilde de espí­rito, quieto e constante; tem transmitido o espírito missio­nário aos corações dos irmãos, e agora quer que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem contente que formulem todos os planos".


A igreja onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos deixe aquele a quem amamos mais que a nos­sa própria alma."
Entretanto, o que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a Inglaterra com os fi­lhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para trabalhar na Índia que nem por isso vacilou.
Havia outro problema que parecia insolúvel: Era proi­bida a entrada de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas condições, conseguiram embarcar sem esse documento. In­felizmente o navio demorou algumas semanas e, pouco an­tes de partir, os missionários receberam ordem de desem­barcar.
A sociedade missionária, apesar de tantos contratem­pos, continuou a confiar em Deus;

 conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio dinamarquês. Uma vez mais Carey rogou à sua querida es­posa que o acompanhasse. Ela ainda persistia na recusa e nosso herói, ao despedir-se dela, disse: "Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer em culpa a minha alma."



Não se deve concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar na obra de ganhar almas.
Quando um de seus filhos começou a pregar, Carey es­creveu"Meu filho, Félix, respondeu à chamada para pre­gar o Evangelho". Anos depois, quando esse filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desa­pontado e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix en­colheu-se até tornar-se um embaixador!"

Eis aqui um relato di dia de Carey:
"Levantei-me hoje às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei o resto do tempo, até às sete, em oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, com os cria­dos. Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do sânscrito para o ramayuma. Tra­balhamos até as dez horas, quando então fui ao colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas da tradução de Jeremias em bengali, só findan­do em tempo para jantar. Depois do jantar, traduzi, ajuda­do pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois das seis assentei-me com um pundite de Te­linga, para traduzir do sânscrito para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pes­soas assistiram ao culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou escrevendo esta carta. De­pois, encerrei o dia com oração. Não há dia em que dispo­nha de mais tempo do que isto, mas o programa varia."

Quando Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. Ao morrer, po­rém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que to­dos os generais britânicos.
Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Assim escreveu um de seus sucesso­res, o missionário Wenger: "Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções. Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresen­tarem o Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey."
O corpo de Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma grande parte do mundo.
"Espere coisas grandes.Tente coisas grandes" - William Carey
 










ASSISTA O FILME ( UMA CHAMA NA ESCURIDÃO) 




TEXTO BÍBLICO PREFERIDO DE Willian Carey



[1.] Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto;  porque mais são os filhos da mulher solitária do que os filhos da casada, diz o Senhor. [2.] Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas.
[3.] Porque transbordarás para a direita e para a esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e fará que se povoem as cidades assoladas.[4.] Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez.
[5.] Porque o teu Criador é o teu marido;
o Senhor dos Exércitos é o seu nome;
e o Santo de Israel é o teu Redentor;
ele é chamado o Deus de toda a terra.
(Isaías 54.1-5)


Quem tem a Deus como Senhor é comparado a uma mulher estéril, incapaz de dar à luz, numa cultura em que a fecundidade era um valor supremo. Sua vergonha era imensa.
Na comparação poética, não tinha filhos, mas recebe a estranha ordem de alargar o espaço da tenda, isto é, aumentar o tamanho da sua casa, como se fosse ter um filho.


1. Mantenha a visão de Quem Deus é (verso 5).
“O desencanto com a vida advém de uma falta de visão de quem Deus é.Neste texto, encontramos algumas imagens para Deus que indicam o modo como Ele se relaciona conosco: Ele é o marido, mas marido cuidadoso, fiel, infalível. Seu nome é Senhor dos Exércitos, indicando que é forte, acima de qualquer força e de qualquer obstáculo.
Ele é santo, palavra aqui é sinônimo de perfeito. E é ainda o Deus de toda a terra, o que mostra que Ele é universal; por isto, Ele nos alcança, e não há limite em Sua ação para conosco.”

Carey cria num Deus assim.
Carey cria que Deus marido amava os indianos. Ele era marido também dos indianos. Quando Carey tentou, o resultado foi o nascimento de uma sociedade missionária foi fundada e Carey, junto com um médico, foram os primeiros enviados, no caso à Índia.
Carey cria no Nome de Senhor dos Exércitos. Para ele, Deus triunfaria sobre os obstáculos, principalmente do comodismo e do egoísmo humanos
Carey cria que Deus era Santo, logo, perfeito em Seus planos
Carey cria que Deus era o Deus de toda a terra, e alcançaria os indianos. E alcançou.

2. Louve a Deus, pelo que Ele fará embora ainda não esteja fazendo, por crer que Ele fará e estar convencido que Ele fará (verso 1)
O desencanto com a vida se expressa na lamentação. Acontece por causa da ilusão, que é o encanto com pessoas e causas, que devem ser conseqüências de um entusiasmo com Deus.
Jonas e a mulher de Jó são exemplos da falta de encanto com o Senhor e com a vida .
Perda da visão de Deus. Perdemos a visão de Deus quando olhamos apenas para nós mesmos. Quando olhamos apenas para os nossos problemas. 


. Esta visão de Deus deve provocar uma atitude que transcenda a contemplação, mas que chegue à ação.
. Louve Aquele Deus que está atento às suas necessidades. Como Israel se sentia, Deus se apresentou.
. Como você se sente, Deus se apresenta. Louvar, o que é isto? Segundo a Bíblia, Louvar é ter uma visão de Deus e ser possuído por esta visão. É dizer o que Ele é e viver segundo esta visão. O louvor é filho e mãe da fé, porque nasce dela e a fortalece. Se seu Deus for pequeno, você não precisa louvá-lO e você será pequeno também.

3. Faça grandes coisas, mesmo que pareçam sem sentido 
(versos 2 e 3)
Carey foi um homem que fez grandes coisas.
Ele acreditou que os indianos eram amados por Deus e foi ser o amor de Deus para eles.
Fundou uma sociedade missionária e tornou-se ele mesmo um missionário.
Viu as necessidades dos indianos. A partir de Serampore, atuou como educador, pregador, ativista, tradutor, gramático e editor.
No campo da educação, ele fundou uma escola e traduziu e editou a Bíblia, em 40 idiomas e dialetos diferentes; no campo da justiça, ele se empenhou pelo fim do infanticídio e o enterro das viúvas vivas. Foi em parte graças a ele que na Índia se aboliram o infanticídio.

Faça inteiro. Faça grande. Mesmo que movido apenas pela fé. Não deixe nada pela metade.
4. Faça grandes coisas para Deus como o propósito da sua vida. 
Tenha um projeto de vida. Carey tinha.
Quando ele estava próximo da morte, notou que as pessoas começavam a falar dele, do seu trabalho, etc. Ele chamou um amigo e disse:
-- Dr. Duff! Você tem falado acerca do Dr. Carey. Quando eu partir, não diga nada sobre o Dr. Carey; fale sobre o Deus do Dr. Carey.

Considerado pai do movimento moderno de missões, há outro episódio na sua vida que revela bem a sua fibra e sua fé.

No dia 11 de Março de 1832, Carey estava fora de Serampore, ensinando em Calcutá. Repetinamente seu assistente, William Ward, sentiu cheiro de fumaça. Era o fogo queimando o escritório e a gráfica, onde traduções da Bíblia eram impressas. Apesar dos esforços, tudo foi destruído.
Quando soube da notícia, Carey ficou atordoado. Estavam perdidos um amplo dicionário poliglota, duas gramáticas, duas versões inteiras da Biblia., além de impressoras em 14 idiomas, 1200 resmas de papel, 55 mil páginas impressas e 30 páginas do dicionário bengali. Toda a sua biblioteca também fora queimada. O trabalho de muitos anos estava destruído.
Depois de chorar um pouco, ele disse: "A perda é pesada, mas, assim como viajar por uma estrada pela segunda vez é geralmente mais fácil e mais seguro que na primeira, estou certo que a obra nada perderá nada de real valor. Não estamos desanimados, uma vez que a obra já está iniciada em todos os idiomas. Estamos abatidos, mas não desesperados".

O propósito da sua vida não podia ser queimado. Não se queima a esperança. Não se queimam ideais.


Quando as notícias chegaram à Inglaterra, Carey imediatamente se tornou amplamente conhecido e aquela tragédia tornou-se o principal fator para o desenvolvimento do seu ministério. Muitos recursos financeiros foram levantados e centenas de pessoas se apresentaram como voluntários. A editora foi reconstruída e ampliada. Em 1832, Bíblias completas, Novos Testamentos e porções bíblicas tinham sido impressas em 44 idiomas e dialetos.


" NÃO TENHO MEDO DE FRACASSAR, EU TENHO MEDO DE SER BEM SUCEDIDO EM COISAS QUE NÃO TENHAM IMPORTÂNCIA" WILLIAM CAREY

Conde Zinzendorf - 0 PAI DOS MORÁVIOS

 

Conde de Zinzendorf

 
Conde de Zinzendorf

O selo da Igreja Moraviana, o tema deste opúsculo. Diz "Venceu o nosso Cordeiro. Vamos segui-Lo". Depois de muita perseguição no seu país de origem, Boemia - Morávia, no centro da Europa, um pequeno grupo escapou para a Alemanha oriental (1722).


   Cinco anos depois, na vila de Herrnhut (abrigo do Senhor), na propriedade rural do Conde de Zinzendorf, Deus derramou sobre eles seu Espírito Santo de uma maneira especial (1727). Não é que houve milagres e línguas, mas muito quebrantamento verdadeiro e uma consciência profunda de ser uma comunhão ao redor do Cordeiro de Deus.

   Iniciaram o que seria a reunião de oração mais longa da história, cem anos de intercessão ininterrupta. Um grupo de jovens começou a preparar-se para missões após o dia de trabalho árduo de colono, estudando a Bíblia, línguas, geografia e medicina. Mas cinco anos depois, o Conde estava em Copenhagen na festa de coroação de 
um rei dinamarquês. Ali ele recebeu duas chamadas, uma para trabalhar entre os escravos numa ilha dinamarquesa no Caribe, outra para ajudar na evangelização entre os esquimós na Groenlândia. Voltando para casa, a sua igreja aceitou o  desafio, iniciando o imenso  trabalho missionário moraviano.

   Pastor Florêncio descreve este movimento que, em 20 anos, enviou mais missionários para os campos do que toda a igreja protestante em dois séculos!

   "Venceu o nosso Cordeiro! Vamos seguí-Lo!" Que privilégio ser seguidor de Jesus! Vamos por onde Ele nos levar. Amém!



OS MORÁVIOS E A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
Em um  pequeno vilarejo chamado Herrnhut,  o Conde Zinzendorf fundou através da oração, o movimento missionário Morávio, conhecido como uma das maravilhas espirituais da igreja. Herrnhut, na Alemanha, era conhecida como “O RELÓGIO DE DEUS “, lugar onde a vida de oração era tão efusiva, que despertou o zelo por missões em toda a comunidade, que enviou, praticamente sem dinheiro e sem treinamento, homens e mulheres para todos os confins da terra.

Herrnhut (vila Morávia)

 Devido os Moravianos terem sido pessoas sofredoras, podiam facilmente se identificar com aqueles que sofriam. Eles iam àqueles que eram rejeitados por outros. Dificilmente qualquer missionário seria mandado para a costa leste de Honduras ou Nicarágua. Essas partes da América Central eram inóspitas. Lá, contudo, estavam os Moravianos. Isso era característico da vocação missionária deles; eles se dirigiam a pessoas receptivas. Devido ao fato de os Moravianos crerem ser o Espírito Santo o “Missionário” primário, aconselhavam seus missionários a “procurarem as primícias, procurarem aquelas pessoas que o Espírito Santo já havia preparado, e trazer-lhes as boas novas”. Eles colocavam o crescimento do reino de Cristo acima de uma expansão denominacional.  A obra missionária Moraviana era regada de oração. No ano de 1727,
 em Herrnhut na Alemanha , ocorreu um grande avivamento espiritual, os Moravianos  começaram uma vigília de virada de relógio, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana,
trezentos e sessenta e cinco dias 
por ano.


Nesse OOoO livro devocional conhecido como Lemas Diários, que ainda tem sido publicado pela Igreja Moraviana, era o devocional mais amplamente usado entre os cristãos europeus. O ministério Moraviano FOI ESTABELECIDO COM OS CRENTES MORÁVIOS PROSTRADOS ROSTOS EM TERRA.