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27 de agosto de 2016

AS 6 REGRAS DE GEORGE MUELLER


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AS 6 REGRAS DE GEORGE MUELLER, o Apóstolo da fé

 “Pela fé, Abel… Pela fé, Noé… Pela fé, Abraão…” Assim é que o Espírito Santo conta as incríveis proezas que Deus fez por intermédio dos homens que ousavam confiar unicamente nEle. Foi no século XIX que Deus acrescentou o seguinte a essa lista: “Pela fé, George Müller levantou orfanatos, alimentou milhares de órfãos, pregou a milhões de ouvintes ao redor do globo e ganhou multidões de almas para Cristo”.
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George Müller nasceu en Bristol, Inglaterra, em 1805, de pais que não conheciam a Deus.
Aos vinte anos de idade, contudo, houve uma completa transformação na vida desse moço. Assistiu a um culto onde os cristãos, de joelhos, pediam que Deus fizesse cair a Sua bênção sobre a reunião. Ficou profundamente comovido com o ambiente espiritual a ponto de buscar também a presença de Deus.


Foi nesses dias, depois de sentir-se chamado para ser missionário, que passou dois meses hospedado no orfanato do famoso A. H. Frank. Mais ou menos no mesmo tempo em que George Müller hospedou-se no orfanato, um certo dentista, o senhor Graves, abandonou as suas atividades que davam um salário de 7.500 dólares por ano, a fim de ser missionário na Pérsia, confiando só nas promessas de Deus para suprir todo o seu sustento.

Logo depois chegou a reconhecer o erro, mais ou menos universal, de ler muito acerca da Bíblia e quase nada da Bíblia. Esse livro tornou-se a fonte de toda a sua inspiração e o segredo do seu maravilhoso crescimento espiritual. “O Senhor me ajudou a abandonar os comentários e a usar a simples leitura da Palavra de Deus como meditação. O resultado foi que, quando, a primeira noite, fechei a porta do meu quarto para orar e meditar sobre as Escrituras, aprendi mais em poucas horas do que antes durante alguns meses”. E acrescentou: “A maior diferença, porém, foi que recebi, assim, força verdadeira para a minha alma”.

George Müller achava quase impossível ajuntar e guardar dinheiro para qualquer imprevisto, e não ir direto a Deus. “Sem me aperceber, tenho sido levado a confiar no braço da carne, mas o melhor é ir diretamente ao Senhor”.
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Certo dia, quando só restavam oito xelins, Müller pediu ao Senhor que lhe desse dinheiro. Esperou muitas horas sem qualquer resposta. Então chegou uma senhora e perguntou: – “O irmão precisa de dinheiro?” Foi uma grande prova de sua fé, porém, o pastor respondeu: – “Minha irmã, eu disse aos irmãos, quando abandonei meu salário, que só informaria o Senhor a respeito de minhas necessidades”. – “Mas”, respondeu a senhora, “Ele me disse que lhe desse isto”, e colocou 42 xelins na mão do pregador.
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Nessa ocasião, George Müller fez para si a seguinte regra, da qual nunca mais se desviou: “Não nos endividaremos, porque achamos que tal coisa não é bíblica (Rm. 13:8). Assim sempre saberemos quanto realmente possuímos e quanto temos o direito de gastar”.

Um outro segredo que o levou a alcançar tão grande bênção de confiar em Deus, foi a sua resolução de usar o dinheiro que recebia somente para o fim a que era destinado.
“Sentindo grande necessidade ontem de manhã, fui dirigido a pedir com insistência a Deus e, em resposta, à tarde, um irmão me deu dez libras”. Muitos anos antes de sua morte, afirmou que, até aquela data, tinha recebido da mesma forma 5.000 vezes a resposta, sempre no mesmo dia em que fazia o pedido.
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Era seu costume, e recomendava também aos fiéis, guardar um livro. Numa página assentava seu pedido com a data e no lado oposto a data em que recebera a resposta. Desse modo, foi levado a desejar respostas concretas aos seus pedidos e não havia dúvida acerca dessas respostas.
“Ao orar, estava lembrado de que pedia a Deus o que parecia impossível receber dos fiéis, mas que não era demasiado para o Senhor conceder”. Ele orava com noventa pessoas sentadas às mesas: “Senhor, olha para as necessidades de teu servo”. Essa foi uma oração que Deus abundantemente respondeu. Antes de morrer, testificou que, pela fé, alimentava 2.000 órfãos, e nenhuma refeição se fez com atraso de mais de 30 minutos.

Muitas pessoas perguntavam a George Müller como conseguia ele saber a vontade de Deus, pois nada fazia sem antes ter a certeza da vontade do Senhor. Ele respondia:

1) “Procuro manter o coração em tal estado que ele não tenha qualquer vontade própria no caso. De dez problemas, já temos a solução de nove, quando conseguimos ter um coração entregue para fazer a vontade do Senhor, seja essa qual for. Qaundo chegamos verdadeiramente a tal ponto, estamos, quase sempre, perto de saber qual é a Sua vontade.
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2) “Tenho o coração entregue para fazer a vontade do Senhor, não deixo o resultado ao mero sentimento ou a uma simples impressão. Se o faço, fico sujeito a grandes enganos”.
3) “Procuro a vontade do Espírito de Deus por meio de Sua Palavra. É essencial que o Espírito e a Palavra acompanhem um ao outro. Se eu olhar para o Espírito, sem a Palavra, fico sujeito, também, a grandes ilusões”.
4) “Depois considero as circunstâncias providenciais. Essas, ao lado da Palavra de Deus e do Seu Espírito, indicam claramente a Sua vontade”.
5) “Peço a Deus em oração para que me revele a Sua própria vontade”.
6) “Assim, depois de orar a Deus, estudar a Palavra e refletir, chego à melhor resolução deliberada que posso com a minha capacidade e conhecimento; se eu continuar a sentir paz, no caso, depois de duas ou três petições mais, sigo conforme essa direção. Nos casos mínimos e nas transações de maior responsabilidade, sempre acho esse método eficiente”.

George Müller, três anos antes de sua morte, escreveu: “Não me lembro, em toda a minha vida de cristão, num período de 69 anos, de que eu jamais buscasse, SINCERAMENTE E COM PACIÊNCIA, saber a vontade de Deus pelo ENSINAMENTO DO ESPÍRITO SANTO POR INTERMÉDIO DA PALAVRA DE DEUS, e que não fosse guiado certo. Se me faltava, porém, SINCERIDADE DE CORAÇÃO E PUREZA PERANTE DEUS, ou se eu não olhava para Deus, com PACIÊNCIA, ou se eu preferia o CONSELHO DO PRÓXIMO AO DA PALAVRA DO DEUS VIVO, então errava gravemente”.


25 de agosto de 2016

O QUE A BÍBLIA NOS ENSINA PREGAR - CHARLES HADDON SPURGEON

O QUE A BÍBLIA NOS ENSINA PREGAR
CHARLES  HADDON SPURGEON
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Você já viu uma pessoa que continuamente vai de um lado a outro perguntando: “vocês escutaram a nosso ministro? Deu-nos um assombroso discurso no domingo passado pela manhã; mencionou citações em hebraico, e em grego, e em latim, e recitou partes encantadoras de poesia; com efeito, foi por completo um festejo intelectual.” Sim, e eu tenho comprovado que, usualmente, esses festejos intelectuais conduzem à ruína das almas; esse não é o tipo de pregação que Deus geralmente abençoa para a salvação das almas, e, então, ainda que outros preguem a filosofia de Platão, ou adotem os argumentos de Aristóteles, “nós pregamos a Cristo crucificado,” ao Cristo que morreu pelos pecadores, o Cristo do povo, e “nós pregamos a Cristo crucificado” em uma linguagem simples e uma mensagem clara que as pessoas comuns possam entender. Vou procurar dar a nosso texto uma aplicação prática, dizendo-lhes, primeiro, o que pregamos.
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I-                             O QUE PREGAMOS.
Paulo é um modelo para todos os pregadores, e ele diz: “nós pregamos a Cristo crucificado.” Para poder pregar o Evangelho plenamente, deve haver uma claríssima descrição da pessoa de Cristo; e nós pregamos a Cristo como Deus; não um homem convertido em Deus, não um Deus rebaixado ao nível de homem, não alguém entre um homem e um Deus, mas “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,” um com seu Pai em todos os atributos: eterno, que não tem começo de dias, nem fim de vida; onipresente, enchendo todo o espaço; onipotente, tendo todo o poder no céu e na terra; onisciente, sabendo todas as coisas desde a eternidade; o grandioso Criador, Preservador, e Juiz de tudo, em todas as coisas, a mesma e expressa imagem do Deus invisível. Se erramos em relação à Deidade de Cristo, erramos em tudo. O Evangelho que não revela o Salvador Divino, não é absolutamente um Evangelho. É como um barco sem leme. O primeiro vento contrário que sopra, o leva à destruição, e, ai das almas que confiam nele. Não há ombros, exceto os ombros poderosos que sustentam as gigantescas colunas da terra que poderiam sustentar o enorme peso das necessidades humanas. Nós lhes pregamos a Cristo, o Filho de Maria, que uma vez dormiu nos braços de sua mãe, e, contudo, é o Infinito, inclusive quando era um bebê; Cristo, o conhecido Filho de José, trabalhando na oficina de carpintaria, mas sendo todo tempo o Deus que fez os céus e a terra; Cristo, que não tinha onde reclinar a cabeça, desprezado e rejeitado entre os homens, que é, contudo, “Deus sobre todas as coisas, bendito pelos séculos”; Cristo cravado no maldito madeiro, sangrando por cada um de Seus poros, e morrendo na cruz, e, contudo, vivendo para sempre; Cristo sofrendo agonias que são indescritíveis, mas sendo ao mesmo tempo o Deus em que na Sua destra há prazeres para sempre. Se Cristo não houvesse sido homem, não haveria podido identificar-se nem com você, nem comigo, nem poderia ter sofrido em nosso lugar. Como poderia ser a Cabeça do pacto dos filhos e filhas de Adão, se não houvesse sido feito em tudo segundo a semelhança deles, exceto que não tinha pecado? Com somente essa exceção, Ele era tal como somos, osso de nossos ossos e carne de nossa carne, e, contudo, era tão verdadeiramente Deus como era homem, o Ser de quem Isaías foi inspirado a profetizar: “Se chamará seu nome Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz.” Então, quando pregamos a Cristo crucificado, pregamos a glória do céu conjuntamente com a beleza da terra, a perfeição da humanidade reunida com a glória e a dignidade da Deidade.
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Continuando, devemos pregar muito claramente a Cristo como o Messias, o Enviado de Deus. Desde muito tempo atrás, havia sido profetizado que um grande Libertador devia vir, que seria: “Luz para revelação dos gentios,” e “glória de Seu povo Israel”, e Jesus de Nazaré foi esse Libertador prometido, de quem, tanto Moisés na lei, como os profetas, escreveram. Ele foi enviado por Deus para ser o salvador dos pecadores. Não assumiu este ofício sem autoridade, mas podia dizer de verdade: “Aqui venho, oh Deus, para fazer tua vontade.” Ele se converteu no Substituto dos pecadores, mas isto não sucedeu acidentalmente, mas por um decreto divino, pois lemos: “mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos.” Um sacerdote que não fosse ordenado, um profeta que não fosse enviado por Deus, um rei sem a autoridade divina teria sido unicamente uma piada; mas nosso grandioso Sumo Sacerdote foi ungindo divinamente, nosso profeta sem igual foi enviado por Deus, e nosso Rei é Rei dos reis e Senhor dos senhores, reinando justamente como o Filho eterno do Pai eterno.
Pecador, esta verdade deveria lhe proporcionar esperança e consolo: o Cristo que pregamos é o Ungido do Senhor; e o que Ele faz, o faz por decreto. Quando Ele lhes disse:
“Venham a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu os farei descansar,” fala em nome do Seu Pai como também em seu nome próprio, pois tem a garantia do Eterno que apoia Sua declaração. Portanto, venham com confiança a Ele, e ponham sua confiança Nele.
Uma vez que o pregador põe um fundamento bom e só lido por meio da pregação da pessoa de Cristo e a condição de Messias de Cristo, ele deve continuar pregando a obra de Cristo. Só posso proporcionar um breve resumo do qual tomaria toda a eternidade para explicá-lo. Temos de pregar de tal maneira que mostremos como, no pacto eterno, Cristo tomou o lugar de Fiança e Representante de Seu povo; e como, na plenitude dos tempos, saiu dos palácios de mármore, levando as vestes da carne; e como cumpriu,  primeiro, uma justiça ativa por meio da perfeita obediência de Sua vida cotidiana, e ao final, cumpriu uma justiça passiva através de Seus sofrimentos e morte na cruz. Começando na encarnação, prosseguindo à obra grandiosa da redenção, falando da morte de Cristo, da ressurreição, ascensão, intercessão diante do trono de Seu Pai e da gloriosa segunda vinda, temos um tema que os anjos muito bem poderiam cobiçar, um tema que poderia despertar a esperança no coração do pecador.
Mas é especialmente a Cristo crucificado a quem temos de pregar. Suas feridas e inchaços nos lembram de que devemos lhes dizer que: “Mas Ele foi ferido por nossas transgressões, moído por nossos pecados; o castigo que nos trouxe a paz, estava sobre Ele, e por suas chagas, fomos curados.” A salvação deve ser encontrada no Calvário; onde Jesus inclinou sua cabeça, e entregou seu Espírito, venceu os poderes das trevas e abriu o Reino dos Céus a todos os crentes.

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Há uma palavra que todo verdadeiro servo de Cristo deve ser capaz de explicar de maneira muito clara; e esta palavra é: substituição. Eu creio que ‘substituição’ é a palavra chave para toda a teologia: Cristo ocupa o lugar dos pecadores, e é contado entre os transgressores por causa das transgressões deles, não das Suas próprias; Cristo paga nossas dívidas e salda todos nossos passivos. Esta verdade implica, consequentemente, que nós tomamos o lugar de Cristo, quando Ele toma o nosso, de tal forma que todos os crentes são amados, aceitos, feitos herdeiros de Deus, e, no tempo designado, serão glorificados com Cristo para sempre. Irmãos ministros, se vocês não pregam outra coisa, fa çam com que seus ouvintes entendam sempre, claramente, que há um Substituto divino e suficiente em tudo para os pecadores, e que, todos que põem sua confiança Nele, serão salvos eternamente.
Quando pregamos a Cristo assim, devemos pregar também Seus ofícios. Devemos pregar a Cristo como o grandioso Sumo Sacerdote que vive para sempre e intercede por nós. Devemos pregá-lo como Profeta cujas palavras são divinas, e, portanto, chegam a nós com uma autoridade da qual não podemos ignorá-la. Devemos assegurar-nos de pregá-lo sempre como Rei, pondo a coroa de louvor sobre Sua cabeça real, e exigindo de Seu povo a inalterável fidelidade e lealdade de seus corações, e o serviço indivisível de suas vidas. Devemos pregar também os direitos de Cristo para seus ofícios. Ele é um Esposo? Devemos dizer-lhes quão amoroso e quão terno é. Ele é um Pastor? Devemos proclamar Sua paciência, Seu poder, Sua perseverança, e devemos tornar público, especialmente, Seu abnegado amor demonstrado ao entregar Sua vida por Suas ovelhas. Ele é um Salvador? Devemos mostrar como Ele pode salvar perpetuamente aos que por Ele se achegam a Deus. Devemos falar muito sobre a mansidão que não quebra a cana, nem apaga o pavio que fumega. Deve nos deleitar o falar de Cristo, que se inclina até o homem de coração quebrantado e lhe sara as feridas, e tem Seu ouvido aberto para ouvir o clamor de um espírito contrito. O caráter de Cristo é o ímã que atrai os pecadores a Si, Oh, quão glorioso é o nosso bendito Senhor! Podemos dizer muito bem com a esposa de Cantares: “Ele é totalmente desejável.” Não podemos exagerar Suas Excelências e Seus encantos, e nossa meta constante tem que ser pintar tal retrato Dele que os pecadores se apaixonem por Ele, e confiem Nele para serem salvos com Sua grandiosa salvação.

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Devemos ter sempre o propósito de pregar a Cristo como a única esperança do pecador. Em tempos antigos, haviam certas pessoas ingênuas que pretendiam encontrar um remédio universal para todas as enfermidades; mas sua busca foi em vão. Todos os anúncios de remédios de curandeiros que podem enganar as pessoas ingênuas, jamais convencerão as pessoas maduras de que se descobriu ou descobrirá, que jamais haverá um remédio único para todas as enfermidades herdadas pela carne. Contudo, há um remédio universal para as enfermidades da alma, e esse remédio universal é Cristo. Qualquer que seja sua enfermidade: a furiosa febre da luxúria, a trêmula febre intermitente das dúvidas e dos temores, ou a feroz destruição da desesperança, Jesus Cristo pode curar. Sem importar a forma que o pecado possa tomar – seja um olho cego, ou um ouvido surdo, ou o duro coração de pedra, ou uma consciência ignorante e cauterizada – existe um remédio nas veias de Jesus que pode curar todos os males. Nenhum caso submetido alguma vez a Cristo foi capaz de desconcertar Sua habilidade, e Ele é ainda “grande para salvar.” Devemos ser muito claros em dizer ao pecador que não há esperança para ele em nenhuma parte exceto em Cristo.
“Nove de dez das flechas que estão na aljava de um ministro devem ser disparados contra as boas obras do pecador, pois estas são seus piores inimigos”.

A tentativa de procurar um meio para poder salvar-se a si mesmo, fora de Cristo – essa é a maldição de muitos.

Oh, pecador, ainda que, da coroa de sua cabeça até a planta de teus pés não haja nenhuma parte sã em você, e somente esteja cheio de feridas, contusões e chagas podres, se crê em Jesus, Ele sarará cada partícula de seu ser, e você seguirá seu caminho como um pecador salvo pela graça. Devemos também pregar a Cristo como o único deleite do cristão. Necessitamos de Cristo como um salva-vidas quando estamos afundando nas ondas do pecado, mas agora que nos colocou a salvo em terra, necessitamos que seja nosso alimento e nossa bebida. Quando estávamos enfermos por meio do pecado, necessitávamos de Cristo como nosso remédio; mas agora que Ele restaurou nossa alma, necessitamos Dele como nosso sustento contínuo. Não há nenhuma carência que um cristão possa experimentar, que Cristo não possa suprir, e não há nada em Cristo que não seja útil para um cristão. Vocês sabem que algumas coisas que possuímos são boas, mas nem todas são completamente úteis para nós. Por exemplo, uma fruta é boa, mas tem uma casca que tem que ser descascada, e uma semente que tem que ser retirada; mas quando Cristo se dá a nós, podemos tomá-lo totalmente, e alegrar-nos para deleite do nosso coração. Tudo que Cristo é, e tudo que Cristo tem, é nosso. Portanto, cristão, faça um pacto com sua mão, de que se agarrará à cruz de Cristo para que seja sua única confiança; faça um pacto com seus olhos, de que não buscará a luz em nenhuma outra parte, exceto no Sol da justiça; faça um pacto com seu ser inteiro, de que será crucificado com Cristo, e logo será levado ao céu para viver e reinar com Ele eternamente. Sim, esta tem de ser a expressão do teu coração – “Tu, oh Cristo, Tu és tudo o que necessito, O que encontro em ti não tem limites.

2 de agosto de 2016

A. W. Tozer / A Velha Cruz e A Nova

A. W. Tozer e Suas Mensagens Sempre Atuais!
A. W. Tozer nasceu na Pensilvânia, no final do século 19. Conhecido e considerado um grande pensador, e além disto, alguém que contribuiu grandemente para a literatura cristã.
Mesmo nunca frequentando um seminário, Tozer era um grande estudioso da Bíblia, e seu conhecimento e vivência da Palavra, lhe rendeu conteúdo para escrever mais de 40 livros.
Falecido em 1963, este grande pastor, pelo que podemos ler no artigo abaixo, pode vivenciar algo que muito temos vivido em nossos  dias, a saber, a pregação de um evangelho “defeituoso”. 
Será que temos vivido e pregado o antigo (porém atual) Evangelho da Cruz? Ou temos moldado as verdades bíblicas à novos conceitos deste século?
Na postagem de hoje veremos um paralelo entre; A VELHA CRUZ E A NOVA .  Este é um artigo antigo, mas ao lê-lo, sentirá que seu autor ainda está entre nós, vivendo cada momento das igrejas de nosso país! Uma ótima leitura!


A Velha Cruz e A Nova

O evangelismo de confrontos amistosos entre os caminhos de Deus e os do homem falsifica as Boas-Novas e apresenta ao mundo uma nova cruz, sem ação e sem poder.
Sem fazer-se anunciar, e em grande parte despercebida, entrou nos meios evangélicos populares uma nova cruz. Parece-se com a velha cruz, porém é diferente: as semelhanças são superficiais; as diferenças, fundamentais.
Dessa nova cruz nasceu uma nova filosofia de vida cristã; dessa nova filosofia, uma nova técnica evangélica: um novo tipo de reunião e de pregação do evangelho. Esse novo evangelismo emprega a mesma linguagem do antigo; seu teor, porém, não é mais o mesmo, e sua ênfase também difere da anterior.
A velha cruz não transigia com o mundo. Constituía o fim da linha para a altiva carne de Adão, ao executar a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não tem qualquer conflito com a raça humana; antes, é considerada bem camarada. E fonte de abundância de divertimento sadio e prazeres inocentes. Deixa o nosso Adão viver sem opor-lhe obstáculo, sem modificar-lhe a razão de viver. Ele continua vivendo para seus interesses egoístas, com a diferença de que, agora, em lugar de entoar canções indecentes e tomar bebidas fortes, se deleita em cantar corinhos e assistir a filmes religiosos. A motivação continua sendo o divertimento, embora o prazer, agora, esteja em plano moralmente mais elevado.
A nova cruz dá preferência a uma orientação inteiramente diferente. O evangelista já não exige o abandono da velha vida para que se possa receber a vida nova. Não prega os contrastes, e, sim, as semelhanças. Procura adaptar-se ao gosto do público, insinuando que o cristianismo não faz exigências desagradáveis, e dizendo que, pelo contrário, ele oferece as mesmas coisas que o mundo, só que em nível mais elevado. Tudo que o mundo em seu pecado e insensatez esteja procurando no momento, é exatamente o que procuram provar que o evangelho oferece, com a diferença de o produto religioso ser melhor.
A nova cruz não aniquila o pecador: dá-lhe nova orientação. Entrosa-o com um modo de vida mais limpo e divertido. Poupa-lhe o amor próprio. Ao indivíduo que gosta de se impor, diz: “Venha impor-se para Cristo.” Ao jactancioso diz: “Venha vangloriar-se no Senhor.” Aos que gostam de emocionalismo diz: “Venha gozar as emoções da comunhão cristã.” A mensagem cristã é adaptada aos modismos do momento, a fim de torná-la aceitável ao público.
Pode ser bem intencionada a filosofia em que se baseia essa orientação, porém as boas intenções não a tornam menos falsa. É falsa porque é cega. Foge completamente ao verdadeiro sentido da cruz.
A velha cruz é símbolo de morte. Representa o fim abrupto e violento da criatura humana. No tempo dos romanos, o homem que tomava sua cruz e partia estrada fora já tinha dado adeus aos amigos. Não pensava voltar. Não partia para reorientar sua vida, mas para vê-Ia liquidada. A cruz não transigia; nada modificava, nada poupava: acabava com o homem, completa e permanentemente. Não se esforçava para manter boas relações com sua vítima: atacava de rijo e sem misericórdia; terminado seu trabalho, o homem não existia mais.
A raça adâmica está sob sentença de morte. Não há esperança de atenuação de pena, nem por onde fugir. Deus não pode aprovar nenhum fruto do pecado, por mais inocente ou belo que pareça aos olhos humanos. Deus recupera o homem liquidando-o, para então ressuscitá-lo em “novidade de vida”.
O evangelismo que apresenta confrontos amistosos entre os caminhos de Deus e as veredas dos homens, falsifica o ensino bíblico e demonstra falta de amor ao pecador. A fé cristã não segue o mesmo caminho que o mundo; vai em direção oposta. Ao chegarmo-nos a Cristo, não elevamos nossa velha vida para um plano superior: deixamo-la na cruz. O grão de trigo precisa cair na terra e morrer.
Quem prega o evangelho, não pode se imaginar agente de relações públicas enviado para estabelecer a boa vontade entre Cristo e o mundo. Não somos encarregados de tornar Cristo aceitável ao alto comércio, à imprensa, ao mundo esportivo ou à cultura moderna. Não somos diplomatas e sim profetas; a mensagem que nos foi entregue não é de transigência: é um ultimato.
O que Deus oferece é uma nova vida e não a velha vida melhorada. Ela brota da morte. Fica sempre do lado de lá da cruz. Quem quiser possuí-Ia há de passar sob a vara. Há de repudiar a si mesmo e aceitar a justa sentença divina contra si.
Em termos práticos, o que significa isso para o pecador que quer encontrar a vida em Cristo Jesus? Significa simplesmente que ele precisa de arrepender-se e confiar. Tem que abandonar seus pecados e parar de tentar defender-se. Não ocultar cousa alguma: nada de justificativas nem desculpas. É preciso que o pecador não procure impor condições a Deus; antes curve a cabeça diante do desagrado divino e se reconheça digno de morte.
Se você já fez tudo isso, contemple agora com confiança singela o Salvador ressurreto, pois que dele virá vida, renascimento, purificação e poder. A cruz que pôs fim à vida terrestre de Jesus, agora faz morrer o pecador; e o poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos, agora o ressuscita para uma nova vida junto de Cristo.
Aqueles que têm objeções a esta mensagem, considerando-a questão de ponto de vista ou interpretação pessoal, devem lembrar-se de que ela vem recebendo a aprovação divina desde o tempo de Paulo até o presente. Quer exposta nesses termos exatos ou não, tem sido esse, através dos séculos, o teor da pregação que vem trazendo vida e poder ao mundo. Os místicos, os reformadores, os avalistas têm dado ênfase a esse aspecto da verdade, e o testemunho da aprovação de Deus tem sido os sinais, as maravilhas e operação do Espírito Santo.

Caberia a nós, herdeiros de semelhante legado de poder, bulir com a verdade? Ousaríamos tomar de nossos toquinhos de lápis para alterar a planta ou modificar o modelo que nos foi mostrado no monte? De modo nenhum! Preguemos a velha cruz e conheceremos o velho poder.