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29 de agosto de 2010

CORRIE TEN BOOM



Essas são cenas do filme o refúgio secreto. Assista o filme no You-tube ou alugue em uma locadora, vale a pena. Esse filme conta a história de Corrie e sua família, que perderam tudo mas ganharam o céu.




Depois de sobreviver a um campo de concentração na Alemanha nazista ela disse "Não há abismo tão profundo que o amor de Jesus não possa ser mais profundo ainda ".
Sobrevivente do holocausto nazista
Corrie Ten Boom
Seus ensinamentes eram focalizados no evangelho, com ênfase no perdão. Em seu livro Tramp for the Lord (1974), ela narra a história de como, após estar ensinando na Alemanha, em 1947, ela se aproximou de um dos mais cruéis guardas de Ravensbruck, Ela estava relutante em perdoá-lo, mas orou para que conseguisse fazê-lo. Conforme ela escreveu:

Por um longo momento, nós tocamos nossas mãos, o ex-guarda e a ex-prisioneira. Eu jamais havia conhecido o amor de Deus tão intensamente quanto naquela hora “ trechos to testemunho de Corrie

“A medida de uma vida, afinal, não é sua duração, mas sua doação.”

Ela era conhecida por sua rejeição à doutrina do arrebatamento antes da tribulação Em seus escritos ela afirma que não há fundamentação bíblica para isso e argumenta que a tal doutrina deixou a Igreja Cristã mal preparada em tempos de grande perseguição, como na China comunista de Mao Tsé Tung. Corrie apareceu em muitos programas de tv cristãos narrando sua experiência com o holocausto, perdão e amor de Deus.


Na mesma passagem, ela escreve também que, em sua experiência do pós-guerra com outras vítimas da brutalidade nazista, aqueles mais capazes de perdoar foram os que mais facilmente puderam reconstruir suas vidas.

“A fé é como o radar, que enxerga através do nevoeiro; vê a realidade das coisas a uma distância que os olhos humanos não conseguem alcançar.” Corrie Ten Boom

Corrie acordou nesta manhde 28 de fevereiro de 1944 com uma forte gripe. Ela tinha vontade de gritar por conta dos pequenos ruídos que ela ouvia da rua lá de fora que aumentavam ainda mais a sua dor de cabeça, mas ela não podia, pois era em seu quarto que estava a porta secreta que escondia os judeus da polícia nazista e a entrada era exatamente debaixo de sua cama. Logo que amanheceu, sua irmã Betsie veio acordá-la com uma xícara de chá, dizendo : “Tem um homem lá for . Ele diz ser amigo dos judeus e procura por abrigo“, mas Betsie porém dizia não se lembrar dele. Corie entretanto não poderia esperar, pois estava em sua alma ajudar todos os judeus. Ela desceu vagarosamente as escadas e foi ao encontro do intrigante cavalheiro. O homem foi direto ao assunto
_ Preciso de ajuda! Minha esposa foi presa por ajudar os judeus e preciso de dinheiro para libertá-la. Corie ficou um tanto que desconfiada, mas seu coração não pode negar a ajuda e foi buscar o dinheiro em seu quarto. Repentinamente a luz de alarme acendeu, avisando que havia polícia perto da casa e todos correram para se esconder no refúgio secreto. Deu somente tempo para fechar a porta e a Gestapo ( polícia nazista ) apareceu derrubando tudo e perguntando onde estavam escondidos os judeus. Vasculharam toda a casa sem nada encontrarem, mas levaram presos Corie, Betsie e o seu Pai, que mais tarde foram levados a um campo de concentração nazista. Somente Corie sobreviveu, por um milagre do Senhor, quando que por engano liberaram ela no lugar de outra pessoa. Os judeus que estavam em seu refúgio secreto escaparam todos com vida, mas Betsie, sua irmã e seu idoso pai morreram por ocultarem aqueles judeus. Mas os caminhos do Senhor porém são mais altos e ali naquele campo de concentração, Corrie e sua irmã Betsie puderam testemunhar do amor de Cristo e muitos se converteram.
“Deixem as crianças vir ter Comigo!” C. T. Boom Um dia aconteceu algo muito importante enquanto eu brincava ao “faz-de-conta”. No meu mundo de fantasia, eu visitava uma vizinha que não me queria atender. Eu batia, e batia à porta dela... e nada. A Mamã, que me observava, entendendo o meu “faz-de-conta”, chamou-me: - Corrie, a tua vizinha não te atende? Eu conheço Alguém que está neste exacto momento batendo à tua porta, esperando que tu Lha abras. Estaria a Mamã brincando ao "faz-de-conta" comigo? Hoje eu sei que o meu coração infantil estava sendo preparado naquele momento; o Espírito Santo prepara-nos para receber Jesus Cristo fazendo a fim de que a nossa vida se volte inteiramente para Ele. - Jesus disse que Ele está à porta; e se tu o convidares, Ele entrará no seu coração, continuou a Mamã. E tu gostarias de convidar Jesus para entrar no teu coração? Naquele momento a Mamã pareceu-me a mais bela pessoa do mundo inteiro. - Sim, Mamã, eu quero Jesus no meu coração. Ela tomou as minhas pequeninas mãos nas suas e orámos juntas. Era tão simples; todavia Jesus diz que todos devemos ir a Ele como crianças, não importa a idade, posição social ou intelectual. Quando mais tarde a Mamã me falou sobre esta experiência de criança, eu lembrei-me dela claramente. Pode uma criança de cinco anos saber o que está fazendo? Há os que dizem que crianças não têm discernimento espiritual para tomar uma decisão, por isso devem esperar até que possam pensar por si mesmas. Creio que a criança deve ser conduzida e não abandonada ao léu da sorte. Jesus tornou-Se mais real para mim depois daquela experiência.»
Dezenas de anos mais tarde, fazendo uma palestra a um grupo, dirigi-me especialmente aos pais, incentivando-os a trazerem os seus filhinhos a Jesus. O próprio Jesus disse: «Deixem as crianças vir ter Comigo! Não as estorvem, porque o reino dos céus é dos que são como elas.» (Mt 19:14. ABíbliaparatodos). Então narrei como eu me decidi por Jesus quando tinha cinco anos de idade. Depois da palestra, encaminhei-me para uma saleta onde encontrei um pai, com dois meninos sobre os joelhos. Ele, com os braços ao redor dos dois garotinhos, falava ternamente com eles. Voltei-me sobre meus pés silenciosamente, enquanto o pai dizia com todo o amor aos filhinhos que eles não eram tão pequenos que Jesus não pudesse entrar e morar nos seus corações. Que herança maravilhosa o pai daqueles garotos lhes transmitia! Sentir que o pai os amava tanto ao ponto de guiá-los ao conhecimento do Pai do Céu! In “Na Casa De Meu Pai”, C. T. Boom Publicada por Carlos António da Rocha à(s) 20:33:00 Etiquetas: C. T. Boom

Charles wesley



Charles Wesley - A Palavra registrada nas partituras Charles Wesley, que compôs mais de seis mil hinos, não só acompanhou seu irmão John Wesley nas cruzadas, como também é considerado o maior compositor do reavivamento WesleyanoÉ certo que o talento não é hereditário, mas é fato que sempre existiram vários casos de irmãos que se tornaram famosos graças aos dons incomuns nas áreas mais variadas. Eles brilham na mesma época e até em profissões semelhantes. Na História da Igreja, uma dupla de irmãos, John e Charles Wesley, não fez por menos. Escolhidos por Deus para a missão de pregar Sua Palavra como evangelistas, eles fundaram o metodismo no século 18. Aquela semente deu frutos 

– atualmente (2002) os metodistas formam uma comunidade de, aproximadamente, 80 milhões de pessoas em todo o mundo, embora a maior parcela concentre-se nos Estados Unidos.John Wesley tornou-se o mais famoso dos pregadores por falar e escrever com rara eloqüência. No entanto, Charles Wesley (1707-1788), seu irmão mais novo, não apenas deu suporte àquele ministério, apoiando e criticando John quando necessário, como também fez das partituras seu principal púlpito. Charles Wesley é considerado o grande compositor do reavivamento wesleyano: compôs mais de seis mil hinos, que eram cantados em cruzadas evangelísticas. Muitos deles causaram estranheza por terem influência dos ritmos populares, comuns nas tavernas e casas de ópera da Inglaterra.Não foi à toa que, certa vez, alguém escreveu que, se George Whitefield ficou conhecido como o orador do metodismo, e John Wesley seu organizador, podia-se afirmar que Charles Wesley foi seu poeta.


Vida o obra - O poeta Charles nasceu em 18 de dezembro de 1707, na cidade de Epworth, na Inglaterra. Filho de Samuel, reitor da Faculdade de Epworth, e de Susanna Wesley, Charles foi marcado por Deus para uma obra muito específica desde cedo. Tinha apenas um ano e três meses de vida quando o prédio da reitoria da faculdade foi totalmente destruído pelo fogo. Charles, assim como John, foi resgatado do verdadeiro inferno em que se transformou o edifício tomado pelas chamas.Na adolescência, enquanto John estudava na Escola de Charterhouse, Charles foi estudar na Escola de Westminster, mesmo colégio do irmão Samuel. Lá, provou ser um excelente aluno. Criado sob rígida educação familiar evangélica, Charles fora ensinado a defender a justiça e, por isso, logo se envolveu em diversas causas na escola.Não houve, entretanto, alguém que pudesse duvidar do impacto da experiência de sua conversão, em 1738, aos 31 anos. Sua vida espiritual logo se voltou para a compaixão pelos homens perdidos. Assim, pregou de improviso pela primeira vez na Igreja de Saint Antholin, em Bristol.

No ano seguinte, tornou-se publicamente defensor do ministério do grande pregador George Whitefield, que, embora tivesse grande impacto, era alvo de críticas ferozes em Londres e em Bristol. Charles Wesley juntou-se a Whitefield quando este falou a uma enorme multidão na cidade de Blackheath sob o título: "O que Satanás tem ganhado ao manter você fora das igrejas?" Charles Wesley repetiria o feito ao lado de seu irmão John, à frente de multidões nas vilas da região inglesa de Essex."Sua pregação era como um trovão e um relâmpago", diziam os primeiros metodistas a respeito da retórica de Charles Wesley. Mas sua força não estava apenas na pregação: sua música tornou-se, de fato, sua melhor ‘retórica’. Em 1739, a primeira seleção de seus hinos foi publicada e tornou-se logo muito popular.

Seus hinos - Os hinos de Charles possuíam uma mensagem fundamentada na piedade cristã, própria para as reuniões devocionais e também para os grandes agrupamentos ao ar livre. Eles destacavam o fervor da fé e tornavam a mensagem inesquecível.Suas composições eram inspiradas nas melodias seculares de Purcell e de Haendel e, embora destinadas a congregações, eram editadas como solos. Eram melodias populares ou adaptadas da música das óperas que abundavam na época. A contextualização da música dos hinos de Wesley chocou muitos elementos conservadores da Igreja, mas foi bem aceita pelo povo.Seus hinos também eram fundamentados no lema da Reforma Protestante - Sola Scriptura (Só as Escrituras) - ou seja, enfatizavam que a Bíblia é a única regra de fé do cristão. Cantam anjos harmonias e Cristo já ressuscitou, aleluia são alguns de seus hinos. Preocupou-se também com um acervo de hinos para os sacramentos da igreja, como a Santa Ceia, e com a koinonia (a comunhão cristã), à época, principal base do crescimento da Igreja Metodista.Paralelamente à música, Charles Wesley investiu todo o seu tempo para salvar os homens distantes de Deus. Charles, assim como seu irmão John, não deu importância nem mesmo às pressões eclesiásticas e viajou muito, especialmente para a Irlanda, a Escócia e o País de Gales. Ao lado do irmão, Charles pregou contra o consumo de bebidas alcoólicas, a guerra e a escravidão, e incentivou a medicina humanitária, a abertura de novas escolas e uma reforma penitenciária. Mesmo com a "agenda" tão cheia, Charles arrumou tempo para casar-se, em abril de 1749, com Sarah Gwynne. O casal se estabeleceu em Bristol, mas sempre que podia Sarah acompanhava Charles em suas excursões de pregação da Palavra.Seus contemporâneos ficavam espantados ao ver seu ministério itinerante, que também incluiu os Estados Unidos, onde, em 1760, fundou com John as primeiras missões metodistas. Naquele tempo, o metodismo era um fenômeno.

Lição do vida - Em 1771, depois de centenas de idas e vindas, Charles e Sarah, então, mudaram-se para Londres. O ministério de Charles continuou, embora mais voltado para o âmbito local. Em Londres, eles também puderam ver muito mais de perto o crescimento dos dois filhos, Charles e Samuel, músicos excepcionais que se tornaram "alvos" de muitos convites para concertos.Em 1786, já com 79 anos, Charles Wesley, que já percorrera 365 mil quilômetros em seu ministério e havia participado de 46 mil cultos, cruzadas e reuniões evangelísticas, assumia novas responsabilidades na igreja. Foi ele quem enviou, naquele ano, os primeiros missionários metodistas para a Índia.Quase dois anos depois, Charles Wesley faleceu. O dia 29 de março de 1788, data de sua morte, tornou-se, entretanto, apenas mais um fato dentro de uma história de vitórias e de milhares de hinos cantados até hoje. 

28 de agosto de 2010

Charles Thomas Studd

Charles Thomas Studd (1860-1931) poderia ter sido mais um atleta que gastou seus dias em árduas competições e apenas isso. Entretanto, sua biografia demonstra que quando Deus toca o coração de alguém, seus rumos e planos são mudados dramaticamente, de uma maneira maravilhosa.O inglês Charles Studd era considerado um dos maiores desportistas do final do século 19. Milionário, ele herdara da família a importância de 29 mil libras esterlinas, uma fortuna naquela época, mas se recusara a tirar proveito dela, temendo que o dinheiro pudesse atrapalhar seus nobres ideais. Determinado a investir na obra de Deus, enviou cinco mil libras esterlinas para o missionário James Hudson Taylor, que se tomou uma lenda ao ser o primeiro a levar a Palavra ao interior da China; outras cinco mil libras para um pastor, William Booth, fundador do Exército da Salvação; cinco mil para Dwight L. Moody, para que este iniciasse o estabelecimento do Instituto Bíblico Moody.Studd doou ainda outras importâncias, sobrando-lhe apenas 3.400 libras, as quais ele, no dia do seu casamento, deu à esposa. Esta também doou o presente e comentou, na época: Jesus pediu ao jovem rico que desse tudo aos pobres. E Studd completou: Agora nos achamos na situação de poder dizer que não possuímos nem prata nem ouro, referindo-se ao texto de Atos 3.6. Loucura? Não. Charles Thomas Studd tinha a certeza de que o Senhor era o dono de todas as coisas. Essa demonstração de entrega total foi apenas o começo. Todavia, foi o suficiente para que o Senhor desse a Charles um novo rumo. Mais tarde, Ele o chamaria para o ministério.Studd viajou para a China, onde trabalhou como missionário. Posteriormente, foi para a Índia e para o continente africano. Seu pensamento era: "Se Jesus é Deus e Ele morreu por mim, então nenhum sacrifício pode ser muito grande para nós". Como resultado de seus esforços, foi fundada, um pouco antes de sua morte, a Cruzada de Evangelização Mundial, que hoje conta com mais de mil missionários em todo o mundo.

A mensagem deixada por Studd foi simples: enquanto a maioria investe em bens materiais, outros investem no Reino de Deus.
Família - Essas lições de Charles Studd foram aprendidas desde muito cedo. Ele era filho de um fazendeiro de origem indiana, Edward Studd, que se havia aposentado na Índia e mudado para uma casa rural no município de Tidworth, em Wiltshire, Inglaterra.O pai de Studd, curiosamente, tinha-se convertido em 1877, quando um amigo o levou para ouvir uma pregação de Moody, o mesmo pastor que seria ajudado por seu filho, Charles Studd, anos mais tarde. Após a conversão, Edward, imediatamente, deixou as atividades seculares e passou a usar sua casa para reuniões evangelísticas até o dia de sua morte, em 1879.Charles Studd e seus dois irmãos, Kynaston e George, estudavam longe de casa. Curiosamente, os três converteram-se a Cristo em um culto doméstico, e terminaram apaixonados pelo Evangelho. Os três irmãos eram campeões de críquete, um dos esportes mais tradicionais da Inglaterra. As habilidades excepcionais mostradas por Charles Studd naquele esporte fizeram com que ele ganhasse um lugar na seleção inglesa, em 1882, época em que a equipe havia perdido uma partida para a Austrália e estava desacreditada. Sob a liderança de Charles Studd, os ingleses jogaram na Austrália, no ano seguinte, e recuperaram o troféu.Tempo de confrontação - Dois anos após a conquista do campeonato, no entanto, com a doença e morte de George, Charles Studd sentiu-se confrontado pela seguinte pergunta: De que adiantam toda a fama e valor de lisonja quando um homem tem de enfrentar a eternidade? Ele percebeu, então, que sua conversão, ocorrida seis anos antes, não havia produzido frutos. Resoluto, ele declarou: O críquete não vai durar; a honra também não, bem como nada neste mundo. Mas tenho que viver para o mundo que há de vir.A partir de então, Charles começou a testemunhar de Jesus aos amigos e jogadores da mesma equipe. Sua intenção era captar recursos para o ministério de seu irmão, Kynaston, que tinha fundado uma organização missionária entre estudantes. Logo, ele teve a alegria de conduzir outros a Deus.Até aquele momento, Studd testemunhara entre os próprios sócios e amigos. Contudo, depois de ouvir, na China, uma pregação na qual um missionário falara da necessidade de os servos de Deus agirem como pescadores de almas, tudo mudou. Ele sentiu que Deus o estava chamando. Embora seus amigos e parentes tentassem dissuadi-lo, Charles começou a considerar a pregação que ouvira e marcou uma reunião com o Pr. James Hudson Taylor, o diretor da missão no interior da China.Rumo à China - A decisão de Studd foi seguida por mais seis amigos dele. Ao mesmo tempo em que o grupo se preparava, uma onda de conversões ocorria entre os estudantes das maiores Universidades da Grã-Bretanha, graças à missão fundada por Kynaston, anos antes. Alunos de Edimburgo, Londres, Oxford e Cambridge entregavam-se ao Senhor como jamais ocorrera antes. Eles se transformariam, anos depois, nos missionários que difundiriam a Palavra de Deus pelo mundo. Em pouco menos de dois meses, Studd e alguns amigos já estavam prontos para a viagem à China.Lá, Charles Studd passou dez anos. Quando, finalmente, retomou à Inglaterra, ele foi convidado a visitar a América, onde Kynaston havia organizado um movimento evangelístico entre os estudantes locais. Durante aquela excursão, ele testemunhou o derramar de bênçãos poderosas em muitas faculdades e igrejas. Aquilo mexeu tanto com Studd, que ele iniciaria uma seqüência de viagens missionárias impressionante.Missões na Índia e na África - De 1900 a 1906, Studd pastoreou uma igreja em Ootacamund, no Sul da Índia. Naquela região, diversos funcionários britânicos se converteram a Cristo. Depois de um rápido retomo à Inglaterra, ele partiu, em 1910, para o Sudão, na África. Studd ficara impressionado com o fato de a Palavra ser quase totalmente desconhecida na África Central, e lá fundou uma missão, a Heart of Africa Mission (Missão Coração da África).Em sua primeira viagem ao Congo Belga*, em 1913, ele estabeleceu quatro missões em uma área habitada por oito tribos diferentes. A partir dali, Charles começaria a viajar sozinho — sua esposa ficara doente. Entretanto, o trabalho do Senhor e o chamado da família não mudaram. De sua casa, na Inglaterra, ela e as quatro filhas do casal coordenavam o ministério de Studd. Sua esposa era a responsável por missões em diversos países da África, do Oriente Médio e da China.Ela fez uma última visita ao Congo em 1928, reviu o marido e faleceu pouco tempo depois. Em 1931, aos 70 anos, Charles Thomas Studd morreu, entretanto, até os seus últimos dias, ele pregou a salvação pela fé em Jesus Cristo, no campo missionário, em Málaga, na África. Foi, de fato, um gigante. Um herói da fé.* (Até 1971, este país tinha o nome de Congo Belga. Depois, Mobuto Sese Seko o batizou com o nome de Zaire. Em 1997, passou a se chamar República Democrática do Congo

Charles Hodge


Mas, o que eu amo quando amo o meu Deus? ... não o cântico suave e harmonioso; não a fragrância das flores, dos perfumes, das especiarias; não o maná ou o mel; não aqueles membros que o corpo tem prazer em abraçar. Não são estas coisas que amo quando amo o meu Deus. Mas, quando O amo, é verdade que amo certo tipo de luz, uma voz, um perfume, uma comida, um abraço. Mas estas são coisas do tipo que amo no meu interior, quando minha alma se banha na luz que não é limitada por espaço; quando ouve o som que nunca acaba; quando sente a fragrância que o vento não dissipa; quando prova o alimento que nunca acaba; quando se prende num abraço do qual não é separada pela satisfação do desejo. Isto é que eu amo quando amo a meu Deus!”
...porque... “A razão e a consciência podem levar um homem a mudar de conduta, mas não podem levá-lo a mudar de coração”. Charles Hodge








Charles Hodge, foi um consagrado teólogo, temente a Deus, piedoso, lúcido em seus pensamentos, vigoroso em suas afirmações e respeitado pela sua integridade cristã, fiel ao conteúdo das Antigas Escrituras dos patriarcas, profetas e apóstolos. Sua Teologia Sistemática não é especulativa, nem filosófica, nem teórica, mas Bíblica. Ele também foi professor, exegeta, escritor, pregador e pastor Presbiteriano norte-americano e um dos maiores expoentes e defensores do Calvinismo histórico nos Estados Unidos durante o século XIX.

livros em português
 
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A seguinte carta foi transcrita de um esboço manuscrito de Charles Hodge, que a escreveu em nome de duas Assembléias Gerais da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, para explicar por que motivo declinou-se do convite do Papa aos Protestantes para enviarem delegados ao Primeiro Concílio Vaticano de 1869 a 1870.
A Pio IX, Bispo de Roma.
Pela vossa encíclica, datada de 1869, convidais os protestantes a enviarem delegados para o Concílio convocado a reunir-se em Roma durante o mês de dezembro, do corrente ano. Esta carta foi levada ao conhecimento de duas Assembléias Gerais da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América. Estas Assembléias representam cerca de cinco mil ministros e um número bem maior de congregações cristãs.
Crendo, como cremos, que é a vontade de Cristo que a Sua Igreja na terra deva ser unida, e reconhecendo que temos o dever de fazer coerentemente tudo que pudermos para promover a caridade e a comunhão crista, julgamos por certo apresentar resumidamente as razões que nos proíbem de participar nas deliberações do Concílio vindouro.
Não é que tenhamos rejeitado nenhum artigo da fé católica. Não somos heréticos. Recebemos sinceramente todas as doutrinas contidas no Símbolo conhecido como o Credo dos Apóstolos. Consideramos todas as decisões doutrinárias dos primeiros seis concílios ecumênicos como consistentes com a Palavra de Deus, e por causa disso os recebemos como expressão da nossa fé. Cremos portanto na doutrina da Trindade e da pessoa de Cristo conforme expressas nos símbolos adotados pelo Concílio de Nicéia (321 A.D.), nos do Concílio de Constantinopla (381 A.D.), e mais inteiramente nos do Concílio de Calcedônia (451 A.D.). Cremos que há três pessoas na Divindade, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo; e estes três são de uma mesma substância e iguais em poder e glória.



Cremos que o Eterno Filho de Deus tornou-se homem ao tomar sobre si um corpo verdadeiro e alma racional, e assim foi e continua a ser, igualmente Deus e homem, em duas naturezas distintas numa pessoa para todo sempre. Cremos que o nosso adorável Senhor e Salvador Jesus Cristo é o profeta que deveria vir ao mundo, em cujos ensinamentos devemos crer, e em cujas promessas, confiar. Ele é o Sumo Sacerdote de quem a infinita satisfação meritória à justiça divina, e intercessão sempre eficaz, é a única base para a aceitação e justificação do pecador diante de Deus.
Reconhecemo-Lo como nosso Senhor não apenas por sermos Suas criaturas, mas por termos sido comprados pelo Seu sangue. À Sua autoridade devemos nos submeter, em Seu cuidado confiar, e todas as criaturas no céu e na terra devem ser consagradas ao Seu serviço.
Recebemos todas aquelas doutrinas concernentes ao pecado, à graça e a predestinação — conhecidas coma Agostinianas — que foram sancionadas não apenas pelo Concilio de Cartago e outros Sínodos provinciais, mas também pelo Concílio Ecumênico de Éfeso (431 AD.), e por Zózimo, bispo de Roma.
Não podemos, por essa causa, ser acusados de heréticos sem que, conjuntamente, se condene toda a antiga igreja.
Tampouco somos cismáticos. Afetuosamente reconhecemos como membros da Igreja visível de Cristo na terra, todos aqueles que, juntamente com seus filhos, professam a verdadeira religião. Não só estamos dispostos, mas também ardentemente desejosos em manter comunhão cristã com eles, desde que não exijam, como condição desta comunhão, que professemos doutrinas que a Palavra de Deus condena, ou que devamos fazer o que ela proíbe. Em todo caso, qualquer igreja que estabelece tais termos antibíblicos para a comunhão, o erro e a falta está nesta igreja, e não em nós.
Embora não declinamos do vosso convite por sermos heréticos ou cismáticos, somos, entretanto, impedidos de aceitá-lo porque adotamos, com uma confiança cada vez maior, os princípios pelos quais nosso pais foram excomungados e amaldiçoados pelo Concílio de Trento, que representou, e ainda representa, Igreja sobre a qual presidis.
O mais importante desses princípios são: primeiro, que a Palavra de Deus, contida nas Escrituras do Velho e do Novo Testamento é a única e infalível regra de fé e de prática.
O Concílio de Trento, contudo, declarou anátema todo aquele que não recebe o ensinamento da tradição “pari pietatis affectu” (com igual sentimento piedoso) como as próprias Escrituras. Não podemos fazer isso sem incorrer na condenação que nosso Senhor pronunciou contra os fariseus que invalidavam a Palavra de Deus pelas tradições deles (Mt. 15:6). Em segundo lugar, o direito de julgamento individual. Quando abrimos as Escrituras, descobrimos que elas são voltadas para as pessoas. Elas falam conosco. Somos ordenados a buscá-las (Jo 5:39), a crer no que elas ensinam.
Somos pessoalmente responsáveis pela nossa fé. O apóstolo nos ordena a denunciar como anátema, apóstolo ou anjo descido do céu que ensine qualquer coisa contrária à Palavra de Deus divinamente autenticada (Gal.1:8). Ele nos tornou juizes, colocando em nossas mãos o preceito do julgamento, e nos fez responsáveis pelos nossos julgamentos.
Ainda mais, encontramos que o ensinamento do Espírito Santo foi prometido por Cristo não apenas ao clero, muito menos a uma específica ordem clerical, mas a todos os crentes. Está escrito: “E serão todos ensinados por Deus”. O apóstolo João diz aos crentes: E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento [...] Quanto a vós outros, a unção que dEle recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, com a Sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nEle, como também ela vos ensinou” (1 João 2:20,27).
Este ensinamento do Espírito autentica a si mesmo, como o mesmo apóstolo nos ensina, quando diz; : “Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho” (1 João 5:10).
 
 Admitir, portanto, o sacerdócio do clero, como intervenção necessária para nos assegurar a remissão do pecado e outros benefícios da redenção de Cristo, é renunciar ao sacerdócio de nosso Senhor, ou a suficiência deste sacerdócio em nos assegurar a reconciliação com Deus.

Em quarto lugar, negamos a perpetuidade do apostolado. Assim como nenhum homem poder ser apóstolo sem o Espírito de profecia, também nenhum homem pode ser apóstolo sem os dons de apóstolo. Tais dons, como aprendemos pela Escritura, eram o conhecimento plenário da verdade derivada de Cristo pela revelação imediata (Gal.1:12), e infalibilidade pessoal como mestres e legisladores. Paulo nos ensina quais eram os selos do apostolado, quando diz aos Coríntios: “Pois as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2Cor. 12:12). Não podemos nos submeter a prelados que reivindicam ser apóstolos, e que requerem a mesma confiança em seus ensinamentos, e a mesma submissão à sua autoridade, como a que é devida aos inspirados mensageiros de Cristo. Isto seria conceder a homens falíveis a submissão devida somente à Deus ou aos seus mensageiros divinamente autenticados e infalíveis.

Muito menos podemos reconhecer o Bispo de Roma como o vigário de Cristo sobre a terra, coberto da autoridade que Cristo exerceu sobre a Igreja e o mundo, quando aqui esteve encarnado.É patente que ninguém que não tenha os atributos de Cristo não pode ser o vigário de Cristo. Considerar o Bispo de Roma como vigário de Cristo, é, portanto, reconhecê-lo virtualmente como divino. Devemos permanecer firmes na liberdade com que Cristo nos libertou. Não podemos ser despojados da nossa salvação por colocarmos um homem no lugar de Deus; concedendo a alguém semelhante a nós, o controle interior e exterior de nossa vida, o que é devido unicamente Àquele em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento, e em quem habita a plenitude da Divindade.
Poder-se-iam assinalar outras razões, igualmente compulsórias, pelas quais não podemos, de boa consciência, ser representados no Concílio proposto. Entretanto, como o Concilio de Trento, cujos cânones ainda vigoram, declarou maldito todo aquele que crê nos princípios enumerados acima, nada mais é necessário para demonstrar qual a razão por que declinamos do vosso convite.
Conquanto não possamos voltar à comunhão com a Igreja de Roma, desejamos viver em caridade com todos os homens. Amamos todos aqueles que sinceramente amam ao nosso Senhor Jesus Cristo. Consideramos como irmãos em Cristo todos aqueles que O adoram, O amam, e O obedecem como seu Deus e Salvador; e esperamos estar juntos no Céu com todo aquele que juntamente conosco na terra, declara:
“Àquele que nos ama, e, pelo Seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém” (Ap.1:6).
Assinado em nome das duas Assembléias Gerais da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América,

Charles Hodge
 
 
 
 
 

Charles Haddon Spurgeon - O príncipe dos pregadores lutando contra a igreja apóstata



John Mcarthur citando Spurgeon e a igreja moderna















"Vocês e eu, somos constrangidos a pregar o evangelho, mesmo que nenhuma alma jamais seja convertida por ele; pois o grande propósito do evangelho é a glória de Deus, visto que Deus é glorificado mesmo naqueles que rejeitam o evangelho".

BIOGRAFIA
Um dos maiores pregadores de todos os tempos. Houve época em que o simples fato de optar pela religião evangélica equivalia a colocar a cabeça a prêmio. No século 15, Carlos V, o imperador espanhol, queimou milhares de evangélicos em praça pública. Seu filho, Filipe II, vangloriava-se de ter eliminado dos países baixos da Europa cerca de 18 mil "hereges protestantes". Para fugir da perseguição implacável, outros milhares de cristãos foram para a Inglaterra. Dentre eles, estava a família de Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), o homem que se tornaria um dos maiores pregadores de todo o Reino Unido. Charles obteve tão bom resultado em seu ministério evangelístico que, além de influenciar gerações de pastores e missionários com seus sermões e livros, até hoje é chamado de Príncipe dos pregadores.O maior dos pecadores - Spurgeon era filho e neto de pastores que haviam fugido da perseguição. No entanto, somente aos 15 anos, ocorreu seu verdadeiro encontro com Jesus. Segundo os livros que contam a história de sua vida, Spurgeon orou, durante seis meses, para que, "se houvesse um Deus", Este pudesse falar-lhe ao coração, uma vez que se sentia o maior dos pecadores. Spurgeon visitou diversas igrejas sem, contudo, tomar uma decisão por Cristo.
Certa noite, porém, uma tempestade de neve impediu que o pastor de uma igreja local pudesse assumir o púlpito. Um dos membros da congregação - um humilde sapateiro - tomou a palavra e pregou de maneira bem simples uma mensagem com base em Isaías 45.22a: "Olhai para mim e sereis salvos", vós todos os termos da terra. Desprovido de qualquer experiência, o pregador repetiu o versículo várias vezes antes de direcionar o apelo final. Spurgeon não conteve as lágrimas, tamanho o impacto causado pela Palavra de Deus.Início de uma nova caminhada - Após a conversão, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete Cambridge. Embora fosse jovem, Spurgeon tinha rara habilidade no manejo da Palavra e demonstrava possuir algumas características fundamentais para um pregador do Evangelho. Suas pregações eram tão eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermão, Spurgeon, então aos 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso. Afinal, que chance de sucesso teria um menino criado no campo (Anteriormente, Spurgeon pastoreava uma pequena igreja em Waterbeach, distante da capital inglesa), diante do púlpito de uma igreja enorme que agonizava?Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas. A última metade do século 19 foi um período muito difícil para as igrejas inglesas. Londres fora industrializada rapidamente, e as pessoas trabalhavam durante muitas horas. Não havia tempo para as pessoas se dedicarem ao Senhor. No entanto, Spurgeon aceitou sem temor aquele desafio.Tamanha audiência - O sermão inaugural de Spurgeon, naquela enorme igreja, ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de rogar a Deus por um glorioso avivamento. No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações.
Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, não suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somada a assistência de todos os cultos da semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Logo, as instalações do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.Muitas congregações, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda. Spurgeon levava as Boas Novas não só para as reuniões ao ar livre, mas também aos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.Segundo uma de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente, 23.654 pessoas: este imenso público lotou o Crystal Palace, de Londres, no dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas. Sucesso

- Mais de cem anos depois de sua morte, muitos teólogos ainda tentam descobrir como Spurgeon obtinha tamanho sucesso. Uns o atribuem às suas ilustrações notáveis, a habilidade que possuía para surpreender a platéia e à forma com que encarava o sofrimento das pessoas. Entretanto, para o famoso teólogo americano Ernest W. Toucinho, autor de uma biografia sobre Spurgeon, os fatores que atraíam as multidões eram estritamente espirituais: O poder do Espírito Santo, a pregação da doutrina sã, uma experiência de religioso de primeira-mão, paixão pelas almas, devoção para a Bíblia e oração a Cristo, muita oração. Além disso, vale lembrar que todas as biografias, mesmo as mais conservadoras, narram as curas milagrosas feitas por Jesus nos cultos dirigidos pelo pregador inglês.As pessoas que ouviam Spurgeon, naquela época, faziam considerações sobre ele que deixariam qualquer evangélico orgulhoso. O jornal The Times publicou, certa ocasião, a respeito do pastor inglês: Ele pôs velha verdade em vestido novo. Já o Daily Telegraph declarou que os segredos de Spurgeon eram o zelo, a seriedade e a coragem. Para o Daily Chronicle, Charles Spurgeon era indiferente à popularidade; um gênio, por comandar com maestria, uma audiência. O Pictorial World registrou o amor de Spurgeon pelas pessoas.Importância - O amor de Spurgeon tinha raízes. Casou-se em 20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos não-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle, relatou, certa vez, Susannah.

A importância de Charles Haddon Spurgeon como pregador só encontra parâmetros em seus trabalhos impressos. Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Seus vários comentários bíblicos ainda são muito lidos, dentre eles: O Tesouro de Davi (sobre o livro de Salmos), Manhã e Noite (devocional) e Mateus - O Evangelho do Reino. Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Na ocasião em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.





FRASES DE SPURGEON
"Nas ruas de Nínive, Jonas foi ouvido por multidões que jamais teriam sabido da sua existência, se ele tivesse alugado um salão. João Batista, junto ao Jordão, despertou um interesse que nunca teria surgido, se ele tivesse restringido à sinagoga. E aqueles que foram de cidade em cidade proclamando por toda parte a Palavra do Senhor Jesus, nunca teriam transtornado o mundo se tivessem achado necessário limitar-se a igrejas adornadas com o aviso ortodoxo: "O evangelho de graça de Deus será pregado aqui, no próximo domingo à noite, se Deus quiser
 
"Se formos fracos em nossa comunhão com Deus, seremos fracos em tudo".

"O pesar pelo pecado é uma chuva perpétua, um banho doce e agradável, que dura toda a vida de um homem verdadeiramente salvo...Ele está sempre pesaroso por haver pecado... não deixa de sentir-se pesaroso até que todo o pecado tenha se ido."

Foi C H Spurgeon que disse ao seu filho: “Meu filho, se Deus te chamou para ser missionário, eu ficaria triste ao ver-te ser reduzido a um rei.”

"Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor."

"Cuide bem da sua integridade, e Deus cuidará da sua prosperidade"

"Uma pequena fé levará tua alma ao céu; uma grande fé trará o céu para sua alma."

"O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo". C H S




SERMÃO DE SPURGEON
Poupado!

"Ficando eu de resto." (Ez 9-8)



A VISÃO de Ezequiel, registrada no capítulo prévio, trouxe à luz as abominações da casa de judá. A visão que se segue neste capítulo mostra a terrível punição im­putada pelo Senhor Deus à nação culpada, começan­do por Jerusalém.

Ele viu os executores apresentarem-se armados, e o homem ves­tido de Unho marcar as pessoas antes que os executores começassem o trabalho de destruição pela porta do Templo; viu-os sair pelas prin­cipais ruas da cidade e não deixar de percorrer um único beco; eles mataram todas as pessoas que não tinham o sinal na testa marcado com a tinta do tinteiro de escrivão. Ele ficou só, esse profeta do Se­nhor, ele próprio poupado em meio ao massacre universal; e quando as carcaças caíram aos seus pés, e corpos manchados de sangue der­ramado e coagulado jaziam espalhados ao redor, ele disse: "Ficando eu de resto". Ele ficou vivo entre os mortos, porque foi encontrado fiel entre os incrédulos. Ele sobreviveu à destruição universal, porque tinha servido o seu Deus em meio à depravação universal.

Agora retiraremos a sentença da visão de Ezequiel e nos apropri­aremos dela. Penso que quando a relemos e a repetimos: ''Ficando eu de resto", ela muito naturalmente nos convida a fazer um retrospecto do passado, também sugere muito prontamente um prospecto do futu­ro, e, acho, permite igualmente um contraste terrível reservado aos impenitentes.



1. Em primeiro lugar, meus irmãos, temos aqui uma reflexão paté­tica, que nos convida a fazer um retrospecto solene. "Ficando eu de resto'-. Muitos aqui se lembram dos tempos de enfermidade, quando a cólera grassava pelas ruas da cidade. Talvez você tenha esquecido aquele período de pestilência, mas eu não, nunca esquecerei, quan­do os deveres de meu pastorado me convocaram a andar continua­mente por entre as casas atingidas pelo terror e ver os que morriam e os mortos. Impresso em meu coração sempre permanecerá algumas dessas cenas tristes que testemunhei quando cheguei pela primeira

vez a esta metrópole e, em vez de abençoar os vivos, fui empregado para enterrar os mortos. Alguns aqui presentes passaram não só por uma epidemia de cólera, mas por muitas, e talvez tenham testemu­nhado também climas onde a febre prostrava centenas de pessoas, e onde a peste e outras doenças medonhas esgotaram seus tremores, e toda seta atingiu o alvo no coração de alguns de seus companheiros. Contudo, alguns ficaram de resto. Você andou por entre os sepulcros, mas não tropeçou neles. Doenças cruéis e fatais espreitaram seu ca­minho, mas não lhes foram permitido devorar você. Balas da morte assobiaram perto de seus ouvidos, e no entanto você ficou vivo, pois a bala não estava destinada ao seu coração. Você olha para trás, al­guns de vocês, por cinqüenta, sessenta, setenta anos. A cabeça calva e branca conta a história de que você não é mais um recruta inexperiente na guerra da vida. Você se tornou veterano, se não invá­lido, no exército. Você está pronto para se aposentar, tirar a armadura e dar lugar a outro. Olhe para trás, irmão, você entrou no descanso; lembre as muitas vezes em que você viu a morte granizar multidões à sua volta, fazendo-o pensar: "Eu fiquei de resto". E nós também que somos mais jovens, em cujas veias o sangue ainda pulsa com vigor, nos lembramos dos tempos de perigo quando milhares caíam à nossa volta, contudo podemos dizer na casa de Deus com grande ênfase: "Eu fiquei de resto" — protegido, grande Deus, quando muitos outros pereceram; sustentado, permanecendo sobre a rocha da vida quando as ondas da morte colidiam sobre mim, os borrifos incidiam com forte impacto sobre mim e meu corpo ficou saturado com doença e dor, contudo ainda estou vivo — ainda tenho a permissão de conviver entre as ocupadas tribos dos homens.

Que retrospecto como este nos sugere? Não deve cada um de nós fazer a pergunta: "Para que fui poupado? Por que fui deixado?" Nessa época muitos de vocês estavam — c mesmo agora alguns ainda estão — mortos em delitos e pecados. Você não foi poupado porque era fiel, pois você não produziu nada mais que as uvas de Gomorra. Certamente, Deus não deteve sua espada por haver alguma coisa boa em você. Inúmeros e clamorosos males em seu temperamento, se não ainda em sua conduta, bem poderiam ter exigido sua execução. Você foi poupado. Deixe-me perguntar-lhe por quê. Foi porque essa misericórdia o visitou, essa graça renovou sua alma? Você constatou que foi 0 que se deu com você? A graça soberana o venceu, destruiu os preconceitos, desgelou seu coração glacial, fez em pedaços sua vontade empedernida? Pecador, lembrando as vezes em que você ficou de resto, você foi poupado para que fosse salvo com grande salvação? E se você não pode dizer sim a esta pergunta, permita-me perguntar-lhe se ainda não pode. Amigo, por que Deus o poupou por tanto tempo, quando você ainda era inimigo dEle, um estranho para Ele e muito distante dEle pelas más obras? Ou, pelo contrário, Ele o poupou — tremo com a mera menção da possibilidade —, Ele pro­longou seus dias para desenvolver suas propensões a fim de que você ficasse mais maduro para a condenação, enchesse a medida de sua flagrante iniqüidade e fosse lançado no inferno, um pecador murcho e seco, como lenha pronta para o fogo? Sua vida encontra-se em tal situação? Esses momentos poupados se deteriorarão através de más condutas, ou serão entregues ao arrependimento e à oração? Antes que o último dos sóis se ponha em trevas perpétuas para você, você olhará para Ele agora? Neste caso, você terá razão de bendizer a Deus por toda a eternidade porque você ficou de resto, porque você ficou de resto para que ainda buscasse e ainda o encontrasse, aquEle que é o Salvador dos pecadores.

Será que entre muitos de vocês a quem falo não são cristãos, e vocês, também, não ficaram de resto? Quando santos melhores que você foram arrancados dos vínculos terrenos de laços familiares, quan­do estrelas mais luminosas que você foram enviadas pela noite, você ainda teve a permissão de brilhar com seu pobre e tremeluzente raio? Por que, grande Deus? Por que eu fiquei de resto? Vou fazer essa pergunta para mim mesmo. Ao me poupar por tanto tempo, meu Senhor, tu não tens algo mais para eu fazer? Não há um propósito até agora não concebido em minha alma, o qual tu irás me indicar, para cuja execução tu ainda me darás graça e força e ainda me pouparás por mais um pouco de tempo? Ainda sou imortal ou protegido ao menos de toda seta de morte, porque meu trabalho está incompleto? A história dos meus anos foi prolongada porque toda a história das tabuinhas1 ainda não se completou? Então mostre-me o que tu tens para eu fazer. Visto que fiquei de resto, ajuda-me a que eu me sinta como alguém especialmente consagrado, deixado para um propósito. guardado para um fim, de outro modo eu teria tido vermes, virado comida há muito tempo e meu corpo esmigalhado de volta à terra mãe. Cristão, sempre faça esta pergunta para si mesmo; mas faça sobretudo quando em tempos de doença e mortalidade incomuns você é poupado. Se fiquei de resto, por que foi? Por que não fui levado para casa no céu? Por que não entrei em meu descanso? Gran­de Deus e Senhor, mostra-me o que tu tens para eu fazer, e dá-me graça e força para fazê-lo.

Mudemos o retrospecto por um momento e olhemos a misericór­dia poupadora de Deus sob outra luz. "Eu fiquei de resto". Alguns aqui presentes, cuja história eu sei bem, podem afirmar: "Eu fiquei de resto", e dizê-lo com ênfase peculiar. Você nasceu de pais descrentes; as primeiras palavras de que você se lembra eram vis e blasfemas, muito ruins para repetirmos. Você se lembra de quanto estava poluí­do o ar que seus pulmões infantis sorveram em sua primeira respira­ção — o ar do vício, do pecado e da iniqüidade. Vocês cresceram, você e seus irmãos e irmãs, lado a lado; vocês encheram a casa de pecado, prosseguiram em seus delitos juvenis e incentivavam-se uns aos outros a hábitos ruins. Assim você cresceu para a humanidade, e depois foi atado em laços de obliqüidade como também em laços de consangüinidade. Você aumentou as opções; fez novas associações À medida que seu círculo familiar aumentava, assim aumentava a notoriedade de sua conduta. Vocês todos conspiraram para transgre­dir o sábado; você engendrou a mesma artimanha e perpetrou as mesmas impropriedades.

Talvez você recorde o tempo em que sempre que os apelos de domingo eram feitos, uma zombaria à santidade era expressa diante do convite. Você se lembra de como um e outro de seus antigos companheiros morreu; você os acompanhou até o sepulcro e sua alegria foi retida por um pouco, mas logo irrompeu novamente. En­tão uma irmã morreu, consumida pela infidelidade; depois um irmão foi levado; ele não tinha esperança na morte; tudo era trevas e deses­pero para ele. E assim, pecador, você sobreviveu a todos os seus companheiros. Se você está inclinado a ir para o inferno, tem de ir para lá por um caminho trilhado; um caminho que, quando você olha para trás e vê o que já percorreu, está manchado de sangue. Você se lembra de como tudo era antes de você ter ido para a casa longínqua em trevas espessas, sem vislumbre ou raio de alegria? E agora você ficou de resto, pecador; e, santificado seja Deus, talvez você diga: "Sim, não só fiquei de resto, mas estou aqui na casa de oração; e se conheço meu coração, não há nada que eu odeie tanto quanto viver a vida que eu tinha. Aqui estou, e nunca acreditei que um dia estaria aqui. Olho para trás com profundo lamento por aqueles que já parti­ram; mas ainda que os lamente, expresso minha gratidão a Deus por eu não estar em tormentos — não no inferno —, mas ainda aqui; não somente aqui, mas tendo esperança de que um dia verei a face de Cristo e ficarei entre mundos flamejantes revestido com sua justiça e guardado por seu amor".

Você ficou de resto, e o que você deve dizer? Você deve se jactar? Não; seja duplamente humilde. Você deve tomar a honra para si? Não; ponha a coroa na cabeça da graça livre, rica e imerecida. E o que você deve fazer acima de todos os outros homens? Você deve se empenhar duplamente em servir a Cristo. Assim como você serviu o Diabo resolutamente, até que chegou a servi-lo exclusivamente, e todos os seus amigos morreram, pela graça divina empenhe-se por Cristo — para segui-lo, ainda que o mundo inteiro o menospreze, e continuar até ao fim, até, se todo mestre se apostatar, que seja dito acerca de você no final: "Ele ficou de resto. Só ficou ele em pecado enquanto seus companheiros morreram todos, e então só ele ficou em Cristo quando seus amigos o abandonaram". Isto sempre deve ser dito acerca de você: "Ele ficou de resto".

Isto também sugere mais uma forma do mesmo retrospecto. Que providência especial cuidou de nós e guardou nossas estruturas fra­cas! Entre vocês há, em particular, os que ficaram de resto numa idade que, se você olhar para os dias da mocidade, evocará muito mais parentes na tumba do que no mundo — mais debaixo da terra do que sobre ela. Em seus sonhos, você é companheiro dos mortos. Contudo você ficou de resto. Protegido entre mil perigos da infância, guardado na mocidade, guiado com segurança acima dos baixios e areias movediças da imaturidade, acima das pedras e recifes da matu­ridade, você chegou além do período regular da vida mortal e ainda está aqui- Setenta anos exposto à morte perpétua, e ainda guardado até que chegue, talvez, quase aos oitenta anos.

Você ficou de resto, meu querido irmão, mas por quê? Por que todos os irmãos e irmãs já partiram? Por que os antigos companheiros de escola foram se reduzindo em número? Você não se lembra de ninguém, que hoje esteja vivo, que tenha sido seu amigo na mocidade. Como é que você, que viveu em certo período há tanto tempo, vê novos nomes em todas as portas de lojas, novos rostos nas mas e tudo novo em relação ao que viu outrora nos dias da sua mocidade? Por que você foi poupado? Você não é convertido? Você é mulher não convertida? Você foi poupado para que fim? É para que você seja salvo na undécima hora — que Deus o conceda —, ou você foi pou­pado até que tivesse pecado até às mais baixas profundezas do infer­no, a fim de que vá para lá como o mais exasperado pecador por causa de repetidas advertências que foram todas negligenciadas — você foi poupado para isso, ou foi para que seja salvo? Mas você é cristão? Então não é difícil responder a pergunta: Por que você foi poupado?

Eu não creio que haja uma mulher idosa na terra, vivendo na cabana mais obscura da Inglaterra e sentada esta mesma noite no escuro, com falta de vela, sem ter meios para comprar outra — eu não creio que essa senhora idosa seja mantida fora do céu por cinco minutos a menos que Deus tivesse algo para ela fazer na terra; e não acho que os velhos sejam preservados aqui a menos que houvesse algo para eles fazerem. Conte, conte, você, homem idoso; conte a história dessa graça preservadora que o guardou até aqui. Conte a seus filhos e netos que é em Deus que você confia. Levante-se como patriarca venerável e conte como Ele o livrou em seis dificuldades diferentes, e em sete nenhum mal o tocou. Preste às gerações futuras o testemunho fiel de que a palavra que Ele disse é verdadeira e que a promessa que Ele fez não pode falhar. Apóie-se em seu bordão e diga antes de morrer no meio de sua família: "Nem uma só palavra caiu de todas as boas palavras que falou de vós o Senhor, vosso Deus" (Js 23.14). Que seus dias maduros produzam um testemunho jovial do amor de Deus; e à medida que você for avançando em anos, seja cada vez mais avançado em conhecimento e na convicção confirma­da da imutabilidade do seu conselho, da veracidade do seu juramen­to, da preciosidade do seu sangue e da certeza da salvação de todos os que puseram a confiança nEle. Então saberemos que você foi pou­pado para um propósito sublime e nobre. Você dirá com lágrimas de gratidão e o ouviremos com sorrisos de alegria: "Eu fiquei de resto".



2. Tenho de sugerir estes retrospectos em vez de segui-los, embo­ra, permita o tempo, aumentemos bem abundantemente, e portanto, devo me apressar em convidá-lo para um prospecto. "Ficando eu de, resto". Você e eu logo passaremos deste mundo para outro. Esta vida é apenas uma balsa; estamos sendo transportados, e em breve chega­remos à verdadeira margem, a verdadeira terra firme, pois aqui não há nada que seja significativo. Quando entrarmos no mundo vindou­ro, teremos de esperar uma ressurreição para breve — uma ressurrei­ção dos justos e dos injustos; e nesse dia solene devemos esperar que tudo o que habita a face da terra venha a ser reunido em um lugar. E Ele virá, aquEle que outrora viera para sofrer: “[Ele] vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o povo, com eqüidade" (SI 98.9). AquEle que veio como criança virá como o Infinito. AquEle que foi deitado envolto em faixas virá cingido com cinto de ouro, com grinalda de arco-íris e vestes de tempestade. Lá, todos seremos uma multi­dão inumerável; a terra será coroada desde o mais profundo leito do vale até o ápice da montanha, e as ondas do mar se tornarão o lugar permanente e sólido para os homens e mulheres que dormiram sob suas torrentes. Então todo olho se fixará nEle, todo ouvido estará aberto para Ele e todo coração observará com temor solene e expec­tativa temerosa as realizações daquele que será o maior de todos os dias, aquele dia de dias, aquele sinete das eras, quando será consu­mada a dispensação. Em pompa solene, entra o Salvador e seus anjos com Ele. Você ouve a voz quando Ele brada: "Colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar" (Mt 13-30).

Veja os ceifeiros, como vêm com asas de fogo! Veja como pegam foices afiadas, que por muito tempo foram aguçadas na pedra de moinho da longanimidade de Deus, mas que finalmente ficaram afia­das. Você os vê se aproximando? E lá estão eles ceifando uma nação com as foices. Os idolatras vis caíram agora mesmo, e ali uns blasfemadores conhecidos foram esmagados debaixo dos pés dos ceifeiros, Veja um bando de bêbedos sendo levado sobre os ombros dos ceifeiros para o grande fogo ardente. Veja em outro lugar o liber­tino, o adúltero, o impudico amarrados em feixes — feixes cujos vimes nunca se arrebentarão — e serem lançados no fogo, c como brilham nos tormentos indescritíveis daquele abismo; e eu fiquei de resto? Grande Deus, estarei envolto somente na sua justiça, a justiça daquele que pôs meu Juiz aprumado no tribunal? Quando os ímpios clamarem: "Pedras, escondem-nos; montes, caiam sobre nós", estes olhos observarão, esta face ousará virar-se para a face daquEle que se assenta no trono? Estarei tranqüilo e impassível em meio ao terror e consternação universal? Serei contado com a multidão de santos que, vestidos de linho branco que é a justiça dos santos, esperarão o im­pacto, verão os ímpios lançados na destruição e se sentirão seguros? Será assim, ou serei amarrado num feixe para queimar e varrido para sempre pelo sopro das narinas de Deus, como a palha lançada ao vento? Tem de ser um ou outro; qual será? Posso responder essa pergunta? Posso falar? Posso falar — falar agora —, pois tenho neste mesmo capítulo aquilo que me ensina como julgar a mim mesmo.

Aqueles que são preservados têm a marca na testa, e possuem um caráter como também uma marca, e o caráter é: eles suspiram e cho­ram por todas as abominações dos ímpios. Se eu odeio o pecado, e se eu suspiro porque outros o amam — se eu choro porque por fraque­za caí — se o meu pecado e o pecado dos outros me são fonte constante de tristeza e vexação de espírito, então tenho a marca e a evidência daqueles que nem suspirarão nem chorarão no mundo por vir, pois a tristeza e o suspiro fugirão? Tenho hoje a marca do sangue em minha fronte? Dize, minha alma, tu puseste a fé só em Jesus Cris­to, e, como fruto da fé, tua fé aprendeu a amar, não só aquEle que te salvou, mas também os outros que ainda não estão salvos? E suspiro e choro por dentro, enquanto trago por fora a marca de sangue? Venha, irmã, irmão, responda por si mesmo, eu lhe exorto; exorto-lhe a agir assim pela terra cambaleante e pelos pilares arruinados do céu. que seguramente tremerão. Eu lhe peço pelo querubim e serafim que estarão diante do trono do grande Juiz; pelos raios ardentes que ilu­minarão a espessa escuridão, deixarão o sol maravilhado e transfor­marão a lua em sangue; por aquEle cuja língua é como chamejante espada de fogo; por aquEle que o julgará, o provará, lera seu coração, declarará seus caminhos e lhe dará sua porção eterna.

Eu o exorto, pela certeza da morte, pela caução do julgamento, pelas glórias do céu, pelas solenidades do inferno — rogo, imploro, suplico, peço —, faça agora a si mesmo estas perguntas: "Eu ficarei de resto? Eu creio em Cristo? Eu nasci de novo? Eu tenho um coração novo e um espírito reto? Ou, ainda sou o que sempre fui — inimigo de Deus, desdenhador de Cristo, amaldiçoado pela Lei, expulso do Evangelho, sem Deus e sem esperança, estranho para a comunidade de Israel?" Não consigo lhe falar com tanta seriedade quanto falaria com Deus. Quero, com isso, lançar esta pergunta em seus próprios lombos e incitar os pensamentos mais profundos do coração. Peca­dor, o que será de você quando Deus o cirandar como a palha do trigo? Qual será sua porção? Você que está de pé no corredor, qual será sua porção; você que está no meio dessa aglomeração, qual será sua porção, quando Ele voltar e nada escapar dos seus olhos? Diga-me, você o ouvirá? Diga-me, e as cordas do seu coração arrebentarão no momento em que Ele proferir o som trovejante: "Apartai-vos, mal­ditos"; ou será sua porção feliz — a sua alma transportada todo esse tempo com felicidade indizível: "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Mt 25.34)? Nosso texto convida um prospecto. Peço que você o considere, olhe o fluxo estreito da morte e diga: "Eu ficarei de resto?"



Quando tu, meu justo Juiz, vieres

Levar para Casa teu povo resgatado.

Estarei eu entre eles?



Este verme desprezível que sou,

Que às vezes tem medo de morrer,

Será achado à tua mão direita?



3. Mas agora chegamos a um contraste terrível, que penso nos permitir o texto: "Ficando eu de resto". Haverá alguns que não ficarão de resto no sentido em que temos falado e, não obstante, ficarão de outra maneira mais horrível. Eles ficarão por misericórdia, abandona­dos pela esperança, entregues pelos amigos e tornar-se-ão presa da fúria implacável, da severidade súbita, infinita e não mitigada e da justiça de um Deus irado. Mas eles não ficarão isentos de julgamento, pois a espada os achará, as taças de Jeová lhes alcançarão os cora­ções. E esse zelo, cuja pilha é madeira, e muita fumaça os devorará súbita e irremediavelmente. Pecador, você ficará de fora. Digo que você ficará de fora de todas as alegrias afetuosas que hoje você adota — fora daquele orgulho que agora lhe robustece o coração; você será bastante humilhado. Você ficará de fora daquela estrutura de ferro que hoje repele o dardo da morte. Você ficará sem os amigos e com­panheiros que o atraem ao pecado e o endurecem na iniqüidade. Você ficará sem a sua fantasia agradável e a graça alegre que mofa as verdades da Bíblia e escarnece das solenidades divinas. Você ficará sem nenhuma das suas esperanças animadas e de todas as suas delí­cias imaginárias. Você ficará sem o anjo doce, a Esperança, que nunca abandona ninguém senão os que são condenados ao inferno. Você ficará sem o Espírito de Deus que hoje, por vezes, pleiteia com você. Você ficará sem Jesus Cristo, cujo Evangelho foi pregado com muita freqüência em seus ouvidos. Você ficará sem Deus Pai; Ele fechará os olhos da piedade contra você, suas entranhas de compaixão nunca mais anelarào por você; nem seu coração dará atenção aos seus gri­tos. Você ficará de fora; mas, repito, você não ficará como alguém que escapou, pois quando a terra se abrir para engolir os ímpios, ela se abrirá debaixo dos seus pés e o tragará.

Quando o raio reluzente vier perseguir o espírito que entra no inferno, ele o perseguirá, o alcançará e o achará. Quando Deus fizer os ímpios em pedaços e não houver ninguém que os livre, Ele fará você em pedaços, Ele lhe será como fogo consumidor, sua consciên­cia estará cheia de fel, seu coração impregnado de amargura, seus dentes serào quebrados até com pedras miúdas, suas esperanças estraçalhadas com seus raios e todas as suas alegrias fenecidas e destruídas com o seu sopro. Pecador descuidado, pecador furioso, você que agora está se arremessando para baixo a caminho da des­truição, por que bancar o louco a esse nível? Há maneiras mais em conta para rir-se de si mesmo. Bata a cabeça contra a parede; faça uns rabiscos e, como Davi, deixe a saliva escorrer pela barba, mas não permita que seu pecado caia em sua consciência e não admita que seu desdém por Cristo seja como pedra de moinho posta no pescoço, com a qual você será lançado no mar para sempre. Seja sábio, eu lhe peço. Senhor, faze o pecador sábio; cala sua loucura por algum tem­po; deixa-o sóbrio para ouvir a voz da razão; deixa-o em silêncio para ouvir a voz da consciência, deixa-o ser obediente para ouvir a voz das Escrituras. "Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei. prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus" (Am 4.12). Israel, "ordena a tua casa. porque morrerás e não viverás" (2 Rs 20.1).

"Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa" (At 16.31). Sinto que tenho uma mensagem hoje à noite para alguém. Embo­ra possa haver os que pensam que o sermão não é apropriado para uma congregação onde há tão grande proporção de homens e mu­lheres convertidos, contudo que grande porção de descrentes temos aqui também! Eu sei que você veio, muitos de vocês, para ouvir algu­ma história engraçada ou identificar um discurso estranho e extrava­gante de alguém que você reputa ser excêntrico. Ele é excêntrico e espera continuar assim até que morra; mas é excêntrico sendo sério e desejando ganhar almas. Pobre pecador, não há conto estranho que eu não contasse se achasse que seria bênção para você. Não há lin­guagem grotesca que eu não usasse, por mais que me fosse atirado de volta, se eu julgasse que lhe seria útil. Não tenho em vista ser conhecido como bom orador; os que usam de linguagem rebuscada moram nos palácios do rei. Eu falo com você como alguém que sabe que não tem de prestar contas a nenhum homem, senão a Deus; como alguém que terá de prestar contas de si mesmo no último gran­de dia. E peço-lhe que você não fale sobre isto e aquilo que observou no meu linguajar. Pense apenas sobre isto: "Eu ficarei de resto? Serei salvo? Serei arrebatado para habitar com Cristo no céu? Ou serei lan­çado no inferno para sempre e sempre?" Reflita a respeito destas coi­sas. Pense seriamente sobre elas. Ouça a voz que diz: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6.37). Dê atenção à voz que repreende: "Vinde, então, e argüi-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" (Is 1.18). Como sua vida será poupada quando os ímpios são julgados? Onde mais você achará abrigo quando a tem­pestade da ira divina rugir? Onde mais você estará senão na porção dos justos no fim dos dias?

Charles Finney - O grande avivalista











Finney nasceu em Warren, estado de Connecticut, depois sua família foi para a cidade de Hanover, em Nova Iorque. Seus pais não eram convertidos ao Evangelho, e a única imagem religiosa que tinha na adolescência era a de uma igreja conservadora e fria. Em 1821, após ler muitos livros de Direito, cujas leis eram fundamentadas na Bíblia, ele decidiu conhecer as Escrituras. Em uma tarde fria, Finney saiu para dar um passeio nos bosques. Lembrando-se dos exemplos do Livro Sagrado, procurou estar a sós com Deus. Ajoelhado em oração, Finney entregou-se a Jesus após travar uma batalha interior: Achei-me tomado por uma fraqueza e não consegui ficar em pé. Tive vergonha de que alguém me encontrasse ali, de joelhos, e logo em desespero percebi o que me impedia de entregar meu coração ao Senhor: meu orgulho. Fui vencido pela convicção do pecado. E me arrependi. Mais tarde no mesmo dia, ele foi batizado no Espírito Santo, numa experiência que ele relatou na sua autobiografia: "Mas assim que me virei para me sentar perto do fogo, um poderoso batismo do Espírito Santo caiu sobre mim inesperadamente. Nada esperava, tudo desconhecia daquilo que se estaria passando comigo. Nunca havia sequer imaginado que tal coisa existisse para mim, nunca me recordo de alguma vez haver ouvido uma pequena coisa sobre tal coisa. Foi de todo uma coisa absolutamente inesperada. O Espírito Santo desceu sobre mim de maneira que mais me parecia trespassar-me e atravessar-me de todos os lados, tanto física como espiritualmente. Mais me parecia uma corrente electrificada de ondas de amor. Passavam em e por mim, atravessando-me todo. Mais me pareciam ondas e ondas de amor em forma líquida, uma torrente de vida e amor, pois não acho outra maneira de descrever tudo aquilo que se passou comigo. Parecia-me o próprio sopro de vida vindo de Deus. Lembro-me distintamente que me parecia que esse amor soprava sobre mim, como com grandes asas.Não existem palavras que possam sequer descrever com a preciosidade e com a quantidade de amor que fora derramado em meu coração. Eu chorava de alegria profunda, urrava de amor e alegria! O meu coração muito dificilmente teria como se poder expressar de outra forma. Aquelas ondas sem fim passavam por mim, em mim, através de todo o meu ser. Recordo-me apenas de exclamar em alta voz que pereceria de amor se aquilo continuasse assim por muito mais tempo. Mas mesmo que morresse, não tinha qualquer receio de qualquer morte em mim presente." Quanto tempo permaneci neste estado de coisas, não sei precisar. Mas sei que muito tarde um membro do coro da igreja entrou nos escritórios para me encontrar naquele estado de coisas. Eu era então líder do coro e ele viera falar comigo sobre algo. Ele era um membro da igreja. Entrou e achou-me naquele estado de espírito de choro e lágrimas. Perguntou-me logo se estava bem. "Sr. Finney, o que se passa com o senhor?" Não conseguia responder-lhe uma palavra nesse preciso momento. Perguntou-me se estava com dores ou algo assim. Recolhi todo o meu ser o mais que pude e disse-lhe que não tinha qualquer dor, mas que estava tão feliz que não conseguia viver.Ele esgueirou-se rapidamente e saiu dali. Voltou com um dos presbíteros da igreja. Ele era um homem de feições muito sérias. Sempre que estava em minha presença, mantinha-se em vigilância absoluta, resguardando-se a ele próprio de mim. Nunca o havia visto rir-se sobre algo. Quando entrou, perguntou-me como me estaria a sentir. Comecei por lhe contar. Mas em vez de me dizer alguma coisa, deu-lhe um ataque de riso tão grande que não tinha como impedir de se rir muito à gargalhada e bem alto do fundo do seu coração!



A notícia da conversão de Finney espalhou-se rapidamento na cidade, e na noite seguinte ele deu seu testemunho na igreja, começando assim um avivamento naquela cidade: Comecei por dizer que agora sabia que a religião era vinda de Deus pessoalmente...Eu nunca havia orado em público. Mas logo o Sr. Gale [o pastor da igreja] tratou de remediar a questão, assim que terminara o seu discurso. Ele chamou-me a orar, o que fiz com grande liberdade de espírito e com largueza e abertura de coração. Aquela noite obtivemos uma reunião improvisada impar e bela. E a partir dali, não houve noite sem reunião de oração e isso durante muito tempo depois. A obra de Deus espalhava-se para todos os cantos e direções.

Finney começou reuniões de oração com os jovens da igreja, e todos foram convertidos. Depois ele foi visitar seus pais, e ambos foram tocados poderosamente por Cristo. Finney continuou tendo experiências poderosas e sobrenaturais com Deus, e passou a gastar muito tempo a sós com Ele em oração e jejum. Ele começou a pregar, primeiro nas pequenas cidades e aldeias, e depois nos grandes metrópoles, e muitos foram poderosamente convertidos.Ele entendeu a necessidade de comunicar o evangelho com simplicidade, usando ilustrações e linguagem apropriadas ao povo. Seu estilo de pregação atraiu muito oposição dos outros ministros: Antes mesmo de me haver convertido, eu tinha em mim uma tendência distinta desta. Eu aprendia a escrever e falar com linguagem muito ornamentada. "Mas quando comecei por pregar o evangelho de Cristo, a minha mente apoderou-se duma certa ansiedade em ser entendido por todos os que me tivessem como ouvir. Era urgente e expediente ser bem entendido. Estudei vigorosamente para encontrar e descobrir meios de persuasão que não fossem nem vulgares nem vulgarizados, mas também os quais fossem bem assimilados e que explanassem todos os meus pensamentos com a maior das simplicidades de linguagem, pois o alvo era ser entendido, salvar e não ser aceito pela opinião publica." Esta maneira de ser e estar no púlpito era opostamente agressiva à ideia comum entre o meio ministerial e as noções da altura, pois não aceitavam esta nova maneira de empreender e viver as verdades. A respeito das muitas ilustrações, eu não tinha como objectivo que se lembrassem da ilustração nem de mim, mas sim da verdade da ilustração contida em si e em mim.



Numa vila perto da cidade de Antwerp Finney pregou ao povo reunido na escola, e sua pregação foi interrompida por um grande mover do Espírito Santo: Falei-lhes durante algum tempo, mas quinze minutos depois de estar a falar sobre a sua responsabilidade pessoal diante de Deus, constrangendo-os ao arrependimento, de repente uma seriedade abismal apoderou-se daqueles rostos antes irados, uma solenidade fora do vulgar. Logo de seguida todas as pessoas começaram a cair nos seus joelhos, em todas as direções como que caindo dos seus assentos, clamando por misericórdia a Deus. Caso tivesse uma espada em minha mão, nada de igual havia de conseguir com efeitos parecidos e tão devastadores. Parecia que toda a congregação estava ou de joelhos, ou prostrados com o nariz no chão gritando por misericórdia logo ali. Numa questão de dois minutos toda aquela congregação estaria de joelhos a clamar. Cada um orava por si próprio, aqueles que tinham como falar.É obvio que tive de parar com a pregação, já que ninguém me prestava mais atenção( O Espírito Santo é o dono do culto ) . . Todo o meu coração palpitava e exultava de tal modo que me controlei com muito custo para não gritar de alegria por toda aquela visão celestial, dando glória a Deus.

Em 5 de outubro de 1824, Finney casou-se com Lydia. Ele a deixou para ir buscar seus pertences em Evan Mills, esperando estar de volta em uma semana, mas só voltou seis meses depois: Eis o que aconteceu: No outono anterior, Finney pregara várias vezes em Perch River. Um mensageiro foi procurá-lo, pedindo para pregar mais uma vez em Perch River porque Deus estava dando um reavivamento. Finney prometeu visitá-los na noite de terça-feira. Deus operou tão poderosamente que Finney prometeu outro culto na noite de quarta-feira, depois na de quinta, e outros mais...O reavivamento estendeu-se até uma grande cidade chamada Brownsville. O povo dali insistiu para que Finney passasse o inverno. No começo da primavera, Finney preparou-se para voltar para a esposa. Ele teve de parar para ferrar o cavalo em Rayville. As pessoas o reconheceram e correram ao seu encontro, insistindo para que pregasse pelo menos uma vez ali. Finney anunciou então uma reunião à uma hora da tarde. Uma multidão se formou ao seu redor. O Espírito Santo veio em poder e eles suplicaram que Finney passasse a noite na cidade. Ele pregou naquela noite e o fogo de reavivamento continuou queimando. Pregou então na manhã seguinte e teve de permanecer mais uma noite, já que Deus estava operando tão profundamente. Finney pediu a um irmão cristão que levasse seu cavalo e trenó à sua esposa e lhe contasse os fatos. Eles estivam separados há seis meses. Finney continuou pregando em Rayville mais algumas semanas e a maioria do povo se converteu.

A CONTROVÉRSIA TEOLÓGICA

A controvérsia teológoca de Finney Finney não ofuscou seu ministério, mas condenou parte de seu ensino e revelou também que um homem cheio do Espírito ainda é "apenas um homem". Apesar de presbiteriano rejeitou completamente o calvinismo. Estudou a doutrina apenas de modo lógico e com a sua mente de advogado criou um sistema teológico que satisfez seu próprio senso de lógica. Aplicou parâmetros legais norte-americanos do séc XIX a muitas das doutrinas bíblicas. “Eu não havia lido nada sobre o assunto da expiação, exceto minha própria Bíblia”, ele escreveu: “ E o que eu encontrei sobre o assunto, interpretei como teria com passagens semelhantes ou iguais em um livro a respeito de leis”. Finney concluiu que a justiça de Deus exigia que Ele extendesse sua graça igualmente a todos. Raciocinou que Deus não poderia, de forma justa, ter a humanidade como culpada pela desobediência de Adão. Em sua opinião, um Deus justo jamais condenaria as pessoas por serem pecadores por natureza: “A bíblia define o pecado como sendo a transgressão da lei. Que lei violamos ao herdarmos esta natureza {Pecaminosa}? Que lei exige que tenhamos uma natureza diferente da que possuímos ? A razão confirma o fato de que somos merecedores de ira e da maldição de Deus para sempre, por termos herdados de Adão uma natureza pecaminosa? Assim Finney descartou o ensino das Escrituras (Rm 5 16-19), em favor da razão humana, no tocante ao pecado original. Pior ainda, Finney negou que um Deus Santo imputaria os pecados das pessoas a Cristo ou a justiça de Cristo aos que Crêem. Concluiu que essas doutrinas, claramente ensinadas em Romanos 3, 4, 5, eram ‘Ficção teológica”. Em essência, ele rejeitou o cerne da teologia evangélica.

Infelizmente, o sucesso inicial de Finney na pregação obscureceu as imperfeições de sua teologia. Ao rejeitar as tendências hipercalvinista, Finney pendeu desenfreadamente ao outro extremo ( o famoso movimento pendular). “Não há nada na religião além das capacidades naturais”, escreveu ele. “Um avivamento não é um milagre nem depende, em qualquer aspecto, de um milagre. É um resultado puramente filosófico do uso adequado de meios constituídos, assim como qualquer outro efeito é produzido pela utilização de meios... Um avivamento é um resultado tão natural do uso de meios quanto, uma colheita resulta da aplicação dos meios apropriados”. Eis aí Finney, Herói como ganhador de almas mas para muitos vilão como mestre. Seus erros doutrinários não puderam porém apagar a gigantesca obra que Deus realizou através desse vaso de honra na casa do Senhor.

Ministro do Evangelho -

Em 1823, Finney se tornou ministro do Evangelho na Igreja Presbiteriana de Saint Lawrence, e iniciou, no ano seguinte, o processo conhecido nos livros de história como "o fogo dos nove anos", entre 1824 e 1832. Naquele período, ele administrou reuniões de reavivamento ao longo das chamadas cidades orientais: Gouverneur, Roma, Utica, Ruivo, Troy, Wilmington, Filadélfia, Boston e Nova Iorque. Durante as reuniões, advogados, médicos e homens de negócios se arrependiam de seus pecados e se entregavam a Jesus com lágrimas. Em Rochester, diz-se que o lugar foi estremecido até as suas fundações, e cerca de 1.200 pessoas converteram-se a Cristo. Boa parte delas tornou-se membro da Igreja Presbiteriana daquela cidade.

Daquele momento em diante, tudo em sua vida seria incomum. Conta-se que, após uma de suas pregações em Governeur, no estado de Nova Iorque, não houve baile ou representações teatrais por quase seis anos, tamanha a força das palavras proferidas pelo chamado apóstolo do avivamento. Ao longo de todo seu ministério pela América, calcula-se que cerca de 500 mil pessoas aceitaram ao Senhor.

Como mandar alguém para o inferno

O famoso pregador Charles Finney, ironicamente ensinava seus alunos sobre técnicas de pregação para que ninguém pudesse ser salvo. Se você não quer ver pessoas salvas, ironizava ele, use as dicas abaixo.

1. Que sua motivação para pregar seja a sua popularidade e não a salvação das pessoas.

2. Procure agradar a sua congregação, mantendo diante dela uma boa reputação em vez de agradar a Deus.

3. Pregue sobre coisas que o povo gosta, sobre temas sensacionais que atraiam as pessoas, e evite pregar a essência da doutrina da salvação.

4. Seja discreto na hora de denunciar o pecado, e nem mencione os pecados que assolam sua congregação.

5. Pregue apenas sobre o amor e as virtudes da glória celestial, e não mencione sobre os perigos do pecado.

6. Reprove os pecados dos que não estão no culto, e faça com os que estão nos cultos sintam-se bem consigo mesmos, para que seu sermão lhes agrade e não deixem o culto com seus sentimentos machucados.

7. Dê a entender aos crentes mundanos, membros da igreja de que Deus é bom demais para mandá-los pro inferno, se é que este existe.

8. Pregue sobre a fraternidade universal de Deus e a fraternidade dos homens e não fale a respeito da necessidade de um novo nascimento.

fontes: www.pastorjoao.com.br . Pastor João de Souza

SERMOES DE FINNEY EM PORTUGUÊS