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31 de julho de 2015

Griffith Jones - 48 anos pregando sempre com o poder do Espírito

O pais de Gales sempre mostrou um respeito maior do que as outras nações para as Igrejas e as pessoas eclesiásticas".
Assim escreveu Giraldus Cambrensis, sobre o povo do País de Gales. Outros escritores têm aprovado esta opinião. Talvez no próprio temperamento do povo galês reside a razão do País de Gales ser chamado de “ a terra dos avivamentos” ("The Land of Revivals"). 


Efeito de longo alcance foram os avivamentos religiosos no País de Gales durante o século XVIII.
 Um ex-bispo de St. Asaph descreve as condições então vigentes no País de Gales:
“O isolamento levou a uma estagnação intelectual do país,  mas o mais doloroso foi o fato de o País de Gales no início do século  18  ver o seu povo descer a altos níveis de ignorância e imoralidade nas classes mais baixas . "
 
Havia pobreza entre o clero; igrejas e as casas pastorais foram negligenciadas, alguns bispos se mostraram indignos de seu cargo, enquanto que entre os outros clérigos
havia demasiada frequência de um espírito de mundanismo e apatia espiritual, sendo que os cultos muitas vezes e eram vazios e formais. 
 
Mas, como Deus sempre preserva aqueles que não dobram seus joelhos a Baal, havia alguns bispos que eram exemplos de fidelidade a toda a Igreja em geral.  "Eram homens sóbrios e de vidas exemplares em todos os campos do bom viver.”

Não obstante, na maioria dentre as pessoas de lá prevalecia "uma ignorância e uma indiferença para com as coisas espirituais, até mesmo um ateísmo que tinha contaminado famílias inteiras para várias gerações, de modo que os camponeses não freqüentavam mais a  Igreja, e nenhum tipo de reunião religiosa ".


Foi nesse cenário que surgiu uma grande estrela no céu espiritual de Gales, seu nome era GRIFFITH JONES (1684-1761), Reitor da Llanddowror, Carmarthenshire.  Ele pode ser mais precisamente descrito como "pregador e professor" e não como um "Reavivalista".

O filho de um fazendeiro crente, que a semelhança de Davi, cuidava das ovelhas de seus pai. "Um dia, quando ele se ajoelhou para orar no canto de um campo, ele caiu em um transe e viu o Senhor Jesus, que disse a ele: 'Meu filho, eu quero que você seja uma testemunha para mim no mundo ". Isto teve uma influência profunda sobre ele, e ao longo de sua vida, ele nunca esqueceu essa experiência. "
 

Foi ordenado em 1708 e em 1716 tornou-se reitor da Llanddowror. Desde o início, era evidente que ele era um homem consciente de sua comissão divinaele pregou o Evangelho com sinceridade e sem medo. As pessoas logo se reuniram a sua igreja e sua fama se espalhou. Recebeu convites para pregar em outros lugares, ele viajou
em todo País de Gales, muitas vezes entregando seu sermão ao ar livre pois na  igreja não pôdia conter as multidões ansiosas. Desta forma, multidões foram trazidos sob o som do Evangelho, de forma clara e direta.

 Um contemporâneo escreveu: "Cristo era tudo para ele, e o seu maior prazer era proclamar as insondáveis riquezas de Cristo, seu Redentor”


Ele pregou a fé e o arrependimento toda a sua vida; ele era extenuante e enfático ao pregar a necessidade absoluta do novo nascimento e da santidade no viver cristão, tanto no coração e na vida; e, assim, ele era "uma ardente e brilhante luz a brilhar nos céus escuros do Pais de Gales"

 
Poderoso e eficaz era seu ministério era naqueles dias negros, mas ele logo percebeu que algo mais do que a pregação era necessário. 

Entre 1699 e 1737 o governo tinha fundado noventa e cinco escolas no País de Gales, e havia vinte e nove outras escolas  particulares. No entanto, as pessoas eram em sua maior parte, bastante analfabetas. 
Chegaram a ser distribuídas 30000 bíblias, tanto em galês como em ingles, mas por causa do analfabetismo o esforço evangelístico foi de pouca utilidade. 
Griffith Jones entendeu que as pessoas deveriam ser ensinados a ler, e ele montou a primeira escola em sua própria paróquia de Llanddowror em 1730, e no prazo de nove anos setenta e uma escolas tinha sido estabelecido por ele no Norte e Sul de Wales.


A linguagem utilizada era o galês. As escolas foram definitivamente o braço da Igreja da Inglaterra, usando como seu único livro-texto a  Bíblia e o catecismo da Igreja,  dando uma educação  religiosa forte a todo o povo,com base nesses "livros-texto", abraçando as doutrinas fundamentais da fé cristã.

O imenso custo de manutenção dessas escolas vinham de generosas doações de simpatizantes, entre os quais Sir John Phillips de Picton Castle, Pembrokeshire, cuja irmã, Margaret, se tornou esposa de Griffith Jones em 1720, e uma senhora rica, Senhora Bridget Bevan de Laugharne, Carmarthenshire. 
 
 Os professores eram todos clérigos, treinados por Griffith Jones em Llanddowror. A escola permanecia até cinco meses em uma paróquia, e depois mudava-se para outra paróquia, daí o título " escolas circulantes ". Entre 1737 e 1761 (quando Griffith Jones morreu) não menos de 3.495 escolas foram abertas e 158.237 alunos passaram por eles, e este número não inclui a adultos não registradas que assistiram à noite. De acordo com a estimativa de Griffith Jones estes últimos contados duas vezes ou três vezes mais do que os alunos de dia, o que dá um número de quase 500.000 pessoas alfabetizadas, sem dinheiro público, com ofertas dos alunos e simpatizantes e isso em 1730.
 ISSO É APENAS UMA PROVA DO QUE A FÉ DE UM SÓ HOMEM NO DEUS TODO PODEROSSO PODE FAZER.
 

Não só foi Griffith Jones um pioneiro da educação moderna no País de Gales, mas ele fez muito para que o país se tornasse  uma nação que conhecesse a palavra de Deus e isso preparou o caminho para evangelistas posteriores e
reavivalistas que vieram depois dele para o desenvolvimento do seu trabalho. 

Seus principais livros-texto eram a Bíblia e o Livro de Oração Comum da igreja da Inglaterra parecia muito natural estudar esses livros sagrados em um domingo do que em um dia de semana e assim também  Começou o "Movimento da Escola Dominical" no País de Gales, que plantou as bases do "renascimento" e do avivamento no País de Gales e do avivamento metodista galês. "

Em 1.739 George Whitefield era o gênio que presidia todo o movimento em Wales. Os líderes neste reavivamento eram Daniel Rowlands, Howell Harris, William Williams, sendo DANIEL ROWLANDS (1713-1790),  o mais importante dos três.
 
Rowland foi o maior pregador que o País de  Gales conheceu. Ele foi um dos gigantes espirituais do século XVIII. . . e nenhum homem daquela época parece ter pregado com tal poder inconfundível do Espírito Santo  como Rowlands ".

Em 1735 ele se converteu ao ouvir Griffith Jones pregar. Ele foi mudado completamente, e tornou-se um poderoso pregador; multidões de todas as partes do País de Gales fizeram o seu caminho para Llangeitho para ouvi-lo pregar, e muitos receberam uma bênção. Pessoas viajavam cinqüenta ou sessenta milhas para ouvi-lo e nos domingos era comum se reunirem  2500 pessoas em seus cultos. A carga de "emocionalismo" não pode explicar os efeitos do ministério de Rowlands, pois sua influência perdurou ao longo de muitos de seus ouvintes em um período de 48 anos.

28 de julho de 2015

AMAR O MUNDO É PERIGOSO ? A W TOZER




 
 
"O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber."
João 14:17


A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre a igreja e o mundo. Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo.

 A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor. O cristianismo está tão emaranhado no mundo que milhões nunca percebem quão radicalmente abandonaram o padrão do Novo Testamento. A transigência está por toda parte. O mundo está suficientemente caiado, encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo. Mediante mútuas concessões, homens que a si mesmos se denominam cristãos manobram para ficar bem com homens que para as coisas de Deus nada têm, senão mudo desprezo.

Toda esta questão é espiritual, em sua essência. O cristão não é o que é por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento.

É cristão por causa de um Espírito que nele habita. Só o que é nascido do Espírito é espírito. A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem. A confirmação, o batismo, a santa comunhão, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. "E, porque vós sois filhos", escreveu Paulo aos gálatas, "enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.". E aos Coríntios, ele escreveu: "Examinai-vos a vós mesmos, se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". E aos romanos: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".



A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. A casa de Adão tem que permanecer leal a si própria, ou se romperá. Conquanto os filhos da carne possam brigar entre si, no fundo estão unidos uns aos outros. É quando o Espírito de Deus entra, que entra um elemento estrangeiro

. "Se o mundo vos odeia", disse o Senhor aos Seus discípulos, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.". Paulo explicou aos gálatas a diferença entre o filho escravo e o livre: "Como, porém outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora" (Gálatas 4:29).

Assim, através do Novo Testamento inteiro, é traçada uma aguda linha entre a igreja e o mundo. Não há meio termo. O Senhor não reconhece nenhum bonzinho "concordar para discordar" para que os seguidores do Cordeiro adotem os procedimentos do mundo e andem pelo caminho do mundo.
O abismo que há entre o cristão e o mundo é tão grande como o que separou o rico de Lázaro. E, além disso, é o mesmo abismo, isto é, é o abismo que separa o mundo, dos resgatados do mundo; o mundo, dos que continuam caídos.

Bem sei, e o sinto profundamente quão ofensivo esse ensino deve ser para aquele bando de mundanos que mói e remói o rebanho tradicional. Não posso alimentar a esperança de escapar da acusação de fanatismo e intolerância que, sem dúvida, lançarão contra mim os confusos religionistas que procuram fazer-se ovelhas por associação.


Mas bem podemos encarar a dura verdade de que os homens não se tornam cristãos associando-se com gente de igreja, nem por contato religioso, nem por educação religiosa; tornam-se cristãos somente por uma invasão da sua natureza, invasão feita pelo Espírito de Deus por ocasião do novo nascimento. E quando se tornam cristãos assim, imediatamente passam a ser membros de uma nova geração, uma "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus.


A dificuldade que nós cristãos contemporâneos enfrentamos não é a de entender mal a Bíblia, mas a de persuadir os nossos indóceis corações a aceitarem as suas claras instruções. O nosso problema é conseguir o consentimento das nossas mentes amantes do mundo para termos Jesus como Senhor de fato, bem como de palavra. Pois uma coisa é dizer, "Senhor, Senhor", e outra completamente diferente é obedecer aos mandamentos do Senhor. Podemos cantar, "Coroai-O Senhor de todos", e regozijar-nos com os agudos e sonoros tons do órgão e com a profunda melodia de vozes harmoniosas, mas ainda não teremos feito nada enquanto não abandonarmos o mundo e não voltarmos os nossos rostos na direção da cidade de Deus na dura realidade prática. Quando a fé se torna obediência, aí é de fato fé verdadeira.


O espírito do mundo é forte, e gruda em nós tão entranhadamente como cheiro de fumaça em nossa roupa. Ele pode mudar de rosto para adaptar-se a qualquer circunstância e assim enganar muito cristão simples, cujos sentidos não são exercitados para discernir o bem e o mal. Ele pode brincar de religião com todas as aparências de sinceridade. Ele pode ter acessos de sensibilidade de consciência, e até pode confessar os seus maus caminhos pela imprensa pública. Ele louvará a religião e bajulará a igreja por seus fins. ele contribuirá para as causas de caridade e promoverá campanha para distribuir roupas aos pobres.. A imprensa do mundo (que é seu real porta-voz) raramente dará tratamento justo a um filho de Deus.
Tanto os filhos deste mundo como os filhos de Deus foram batizados num espírito, mas o espírito do mundo e o Espírito que habita nos corações dos homens nascidos duas vezes, acham-se tão distanciados um do outro com o céu do inferno. Não somente são o completo oposto um do outro, mas também estão em extremo combate um contra o outro, como também estão em agudo antagonismo um contra o outro. Para um filho da terra as coisas do Espírito são, ou ridículas, caso em que ele se diverte, ou sem sentido, caso em que ele se aborrece. "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente."


Na Primeira Epístola de João duas palavras são empregadas uma e outra vez, as palavras eles e vós, e elas designam dois mundos totalmente diversos; vós refere-se aos escolhidos, que deixaram tudo para seguir a Cristo. O apóstolo não se põe genuflexo, de joelhos, ante o deus de Tolerência (cujo culto se tornou na América uma espécie de religião de segunda capa); João é grosseiramente intolerante. Ele sabe que a tolerância pode ser simplesmente outro nome para a indiferença. Exige-se vigorosa fé para aceitar o ensino do experimentado João. É muito mais fácil apagar as linhas de separação e, assim, não ofender ninguém. A paternidade de Deus pode ser ampliada para incluir toda gente, desde Jack, o Estripador, até Daniel, o Profeta. Assim, ninguém fica ofendido e todos se sentem banhados e prontos para o céu. Mas o homem que se reclinara sobre o peito de Jesus não foi enganado assim tão facilmente.

Eis aqui o modo como João o declara:
"Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro". Uma linguagem como esta é clara demais para confundir qualquer pessoa que honestamente queira conhecer a verdade. Nosso problema não é de entendimento, repito, mas de fé e obediência. A questão não é teológica: Que é que isto ensina? É moral: Estou disposto a aceitar isto e arcar com as conseqüências? Posso agüentar o olhar frio? Tenho coragem de enfrentar os acerbos ataques movidos pelos modernistas? Ouso provocar o ódio dos homens que se sentirão apontados por minha atitude? Tenho suficiente independência mental para desafiar as opiniões da religião popular e de acompanhar um apóstolo? Ou, em resumo, posso persuadir-me a tomar a cruz com o seu sangue e com o seu opróbrio?

O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou, mais importante, o que Deus quer dizer) com o mundo.

É provável que o façamos significar alguma coisa externa apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Teatro, cartas, bebidas, jogos — estas coisas não são o mundo; são simples manifestações externas do mundo. A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja moralmente vil ou moralmente respeitável. Os antigos fariseus, a despeito da sua zelosa dedicação à religião, eram da própria essência do mundo. Os princípios espirituais sobre os quais eles contruíram o seu sistema foram retirados, não do alto, mas de baixo. Eles empregaram contra Jesus as táticas dos homens. Subornavam os homens para dizerem mentiras em defesa da verdade. Para defender Deus, agiam como demônios. Para proteger a Bíblia, desafiavam os ensinamentos da bíblia. Eles sabotavam a religião para salvá-la. Davam rédeas soltas ao ódio cego em nome da religião do amor. Vemos aí o mundo com todo o seu cruel desafio a Deus. Tão feroz foi esse espírito, que não descansou enquanto não levou à morte o próprio Filho de Deus. O espírito dos fariseus era ativa e maliciosamente hostil ao Espírito de Jesus, pois cada qual era uma espécie de destilação de ambos os respectivos mundos dos quais provinham.

Os mestres atuais que situam o Sermão do Monte nalguma outra dispensação que não esta e, assim, liberam a igreja do seu ensino, mal percebem o mal que fazem. Pois o Sermão do Monte dá em resumo as características do Reino dos homens regenerados. Os bem-aventurados pobres que choram seus pecados e têm sede de justiça são verdadeiros filhos do Reino. Com mansidão mostram misericórdia para com os seus inimigos; com sincera simplicidade contemplam a Deus; rodeados de perseguidores, abençoam, e não amaldiçoam. Com modéstia escondem as suas boas obras e com paciência aguardam a visível recompensa de Deus. Livremente renunciam aos seus bens terrenos, em vez de usar a violência para protegê-los. Eles acumulam os seus tesouros no céu. Evitam os elogios e esperam o dia da prestação final de contas para saber quem é maior no Reino do céu.

Se esta é uma visão bem precisa das coisas, que podemos dizer quando cristãos disputam entre si lugar e posição? Que podemos responder quando os vemos famintamente procurando homenagens e louvor? Como podemos desculpar a paixão por publicidade, tão claramente evidente entre os líderes cristãos? Que dizer da ambição política nos círculos cristãos? E das febris mãos estendidas para mais e maiores "oferendas de amor"? Que dizer do desavergonhado egoísmo entre os cristãos? Como explicar o grosseiro culto do homem que habitualmente infla um ou outro líder popular dando-lhe somas endinheiradas, beijo dado por aqueles que se propõe como fiéis pregadores do Evangelho?


Há só uma resposta a essas perguntas, é simplesmente que nessas manifestações vemos o mundo, e nada senão o mundo. Nehuma apaixonada declaração de "amor" às "almas" pode transformar o mal em bem. Estes são os mesmos pecados que crucificaram Jesus. Portanto, que o mundo se apresente em seus aspectos mais feios, quer em suas formas mais sutis e refinadas, devemos reconhecê-lo pelo que ele é, e repudiá-lo categoricamente. Um rompimento puro e simples com o mundo é imperativo. "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). "Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (I João 2:15,16). Estas palavras de Deus não estão diante de nós para nossa consideração; estão aí para nossa obediência, e não temos direito de nos entitular-nos cristãos se não as seguimos.

Quanto a mim, temo qualquer tipo de movimento religioso entre os cristãos que não leve ao arrependimento, resultando numa aguda separação do crente e o mundo. Suspeito de todo e qualquer esforço de avivamento organizado, que seja forçado a reduzir os duros termos do Reino. Não importa quão atraente pareça o movimento, se não se baseia na retidão e não é cuidado com humildade, não é de Deus. Se explora a carne, é uma fraude religiosa e não deve receber apoio de nenhum cristão temente a Deus. Só é de Deus aquele que honra o Espírito e prospera às expensas do ego humano. "Como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor".

A.W.TOZER (1960)

26 de julho de 2015

A. W. Tozer - UM PROFETA DA ERA MODERNA




Aiden Wilson Tozer, mais conhecido por A. W. Tozer, foi um pregador americano que viveu de 1897 a 1963. Poucos homens estiveram tão cheios de Deus como ele. Apesar de nunca ter cursado Teologia, recebeu dois doutorados honorários devido ao seu profundo conhecimento das Escrituras, sua paixão. É considerado um dos maiores pregadores da história americana. Um homem profundamente apaixonado por Deus e dedicado ao Reino. Um gigante da fé!
No dia em que ele foi consagrado ao ministério ele fez a oração abaixo (no Brasil ela foi publicada como "Oração de um profeta menor"). Palavras estas que ele manteve até a sua morte.




 
“Senhor, escutei a tua voz e tive medo. Chamaste-me a uma tarefa solene numa hora grave e perigosa. Em breve abalarás todas as nações, a terra e também o céu, para que fique só aquilo que é inabalável. Senhor, nosso Senhor, aprouve-Te honrar-me chamando-me a ser teu servo. Só aceita esta honra aquele que é chamado a ser teu servo, visto ter de ministrar junto àqueles que são obstinados de coração e duros de ouvido. Eles Te rejeitaram, a Ti, que és o Amo, e não posso esperar que me recebam a mim, que sou o servo.

Meu Deus, não vou perder tempo a deplorar a minha fraqueza ou a minha incapacidade para o trabalho. A responsabilidade é tua, não minha, pois disseste: “Conheci-te, ordenei- te, santifiquei-te”, e também: “Irás a todos aqueles a quem Eu te enviar, e falarás tudo aquilo que Eu te ordenar”. Quem sou eu para argumentar contigo ou para pôr em dúvida a tua escolha soberana? A decisão não é minha, mas sim tua. Assim seja, Senhor; cumpra-se a tua vontade e não a minha.
 

 
 
Bem sei, Deus dos profetas e dos apóstolos, que, enquanto eu Te honrar, Tu me honrarás a mim. Ajuda-me, portanto, a fazer este voto solene de Te honrar em toda a minha vida e trabalho futuros, quer ganhando quer perdendo, na vida ou na morte, e a manter intacto esse voto enquanto eu viver.
É tempo, ó Deus, de agires, pois o inimigo entrou nos teus pastos e as ovelhas são dilaceradas e dispersas.
Abundam também falsos pastores que negam o perigo e se riem das ameaças que rodeiam o teu rebanho. As ovelhas são enganadas por estes mercenários e seguem-nos com fidelidade, enquanto o lobo se acerca para matar e destruir. Imploro-Te que me dês olhos bem abertos para descobrir a presença do inimigo; que me dês compreensão para distinguir entre o falso e o verdadeiro amigo. Dá-me visão para ver e coragem para declarar fielmente o que vejo. Torna a minha voz tão parecida com a tua que até as ovelhas doentes a reconheçam e Te sigam.
 



Senhor Jesus, aproximo-me de Ti em busca de preparação espiritual. Pousa a tua mão sobre mim. Unge-me com o óleo do profeta do Novo Testamento. Impede que eu me transforme num religioso e perca assim a minha vocação profética. Salva-me da maldição que paira sombriamente sobre o sacerdócio moderno; a maldição da transigência, da imitação, do profissionalismo. Salva-me do erro de julgar uma igreja pelo número de seus membros, pela sua popularidade ou pelo total de suas ofertas anuais. Ajuda-me a lembrar-me de que eu sou profeta, não um animador, não um gerente religioso, mas um profeta. Que eu nunca me transforme num escravo das multidões. Cura a minha alma das ambições carnais e livra-me do prurido da publicidade. Salva-me da servidão das coisas materiais. Impede-me de gastar o tempo entretendo-me com as coisas da minha casa. Faze o teu terror pousar sobre mim, ó Deus, e impele-me para o lugar de oração onde eu possa lutar com os principados, e potestades, e príncipes das trevas deste mundo. Livra-me de comer demais e de dormir demais. Ensina-me a auto-disciplina para que eu possa ser um bom soldado de Jesus Cristo.
 

 
 Aceito trabalho duro e pequenas compensações nesta vida. Não peço um cargo fácil. Procurarei ser cego aos pequenos processos de facilitar a vida. Se outros procuram o caminho mais plano, eu procurarei o caminho mais árduo, sem os julgar com demasiada severidade. Esperarei oposição e procurarei aceitá-la serenamente quando ela vier. Ou se, como por vezes sucede aos teus servos, o teu povo bondoso me obrigar a aceitar ofertas expressivas de gratidão, conserva-Te ao meu lado e salva-me da praga que a isso freqüentemente se segue; ensina-me a usar o que porventura receber de tal modo que não prejudique a minha alma nem diminua o meu poder espiritual. E se a tua providência permitir que me advenham honras da tua Igreja, que eu não esqueça naquela hora que sou indigno da mais ínfima das tuas misericórdias, e que, se os homens me conhecessem tão intimamente como eu me conheço a mim próprio, me retirariam tais honrarias para as darem a outros mais dignos delas.
 

E agora, Senhor do céu e da terra, consagro-Te o resto dos meus dias, sejam eles muitos ou poucos, consoante a tua vontade. Quer eu me erga perante os grandes quer ministre aos pobres e humildes, essa escolha não é minha, e eu não a influenciaria, mesmo que pudesse. Sou teu servo para cumprir a tua vontade. Ela é mais doce para mim do que a posição, ou as riquezas, ou a fama, e escolho-a acima de tudo o mais na terra ou no céu.
 

Embora eu tenha sido escolhido por Ti e honrado por uma alta e santa vocação, que eu nunca esqueça que não passo de um homem de pó e cinza com todos os defeitos e paixões naturais que atormentam a humanidade. Rogo-Te, portanto, meu Senhor e Redentor, que me salves de mim próprio e de todo o mal que eu puder fazer a mim mesmo enquanto procuro ser uma bênção para os outros. Enche-me do teu poder pelo Espírito Santo, e eu caminharei na tua força e proclamarei a tua justiça - a tua tão somente. Anunciarei a mensagem do teu amor redentor enquanto tiver forças.
E, Senhor amado, quando eu for velho e estiver fatigado, demasiado cansado para prosseguir, prepara-me um lugar lá em cima e conta-me entre o número dos teus santos na glória eterna. Amém.


 








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