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26 de julho de 2012

JESSIE PENN-LEWIS - ÁGUAS PROFUNDAS DO REINO DE DEUS










Jessie Penn-Lewis, com 21 anos, ouviu uma pregação do Sr. Evan H. Hopkins sobre a vitória do cristão por meio da cruz de Cristo. Assim, começaria o ministério de Penn-Lewis caracterizado pela "cruz como identificação do crente com Cristo no poder de Sua morte e a glória de Sua ressurreição", tema principal dos seus discursos e dos seus livros. Até aos 30 anos de idade, Penn-Lewis vivenciou experiências cristãs maravilhosas, o que habitualmente chamamos de "obras do primeiro Amor".
Penn-Lewis também foi muito influenciada pela quietista 
Madame Guyon e pelo pastor avivalista  sul-africano Andrew Murray (1828-1917), os escritos de ambos ajudaram a experienciar a vida profunda em Deus. A maturidade espiritual de Jessie Penn-Lewis e a sua experiência com o Senhor Jesus, com a Sua cruz e com a Sua Palavra influenciaram Theodore Austin-Sparks eWatchman Nee. Austin-Sparks ficou conhecido como o herdeiro espiritual e sucessor de Penn-Lewis.
Em 1895, foi convidada para pregar em uma reunião organizada pela Missão para o Interior da China, fundada por Hudson Taylor. Sua mensagem foi muito impactante e os organizadores da reunião resolveram transcrever e imprimir sua pregação sob o título "O Caminho para a Vida em Deus", que vendeu milhares de exemplares. Jessie Penn-Lewis também desenvolveu comunhão duradoura com Andrew Murray e F.B. Meyer.

Jessie Penn-Lewis foi muito atuante como Evangelista e Conferencista, viajando para a Suécia, Rússia, Escandinávia, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Canadá, Coréia, Índia e China. O seu trabalho missionário mais importante foi realizado na cidade de Madras ou Madrasta, atual Chennai, capital do Estado de Tamil Nadu, no sul da Índia.

Também, ministrou diversas mensagens no Reino Unido nas Convenções Keswick, MildmayLlandrindod Wells, principalmente mensagens sobre a Cruz e centradas em Cristo - Mateus 16:24, VRA "Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.".

Em 1909, aos 58 anos, fundou a revista The Overcomer (O Vencedor) principiando o Movimento Vencedor.

Jessie Penn-Lewis foi testemunha do 
Avivamento do País de Gales e associou os seus escritos com Evan Roberts, Líder do Avivamento. Na oportunidade, escreveram o clássico de batalha espiritual "Guerra contra os Santos" acerca das manifestações sobrenaturais provocadas por Satanás e recepcionadas como obras do Espírito Santo. Eles evidenciaram a batalha espiritual para o público cristão e, principalmente, para os obreiros do Senhor que constantemente contatam o mundo espiritual, portanto, precisam de discernimento.

Era uma mulher fisicamente frágil, mas sempre exercitava o seu espírito humano para contatar Deus. Seu ministério foi extraordinário, sempre destacando a importância da cruz de Cristo na vida e na experiência do cristão. Foi uma mulher de espírito humano forte e alma submissa ao mover de Deus. Atualmente, os seus escritos exercem influência direta em milhares de pessoas e indiretamente, em milhões, através dos escritos de T. Austin-Sparks,Watchman Nee, Witness Lee, dentre outros.

Durantes os anos de 1926 e 1927, três vezes Penn-Lewis foi levada para as portas da morte, mas devido às orações e coragem por causa do ministério, ela foi trazida de volta como um milagre. Seu corpo ficou muito fraco, mas seu espírito estava radiante.

Sua vida sempre esteve conectada com os gigantes espirituais de sua época:D.L. Moody, Hudson Taylor, F.B. Meyer, A.B. Simpson e Andrew Murray.

Jessie Penn-Lewis faleceu em 1927, na Inglaterra. Os presentes nos seus últimos momentos, quando ela entrou para a glória, sentiram a presença do Senhor na sala reinando num cenário de fé. Mary Garrard continuou com os trabalhos da revista The Overcomer (O Vencedor) e publicou uma biografia in memorian da Sra. Penn-Lewis.








Leitura: "Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se" (Mateus 27.42).

Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se" (Mt 27.42). Esse foi o escárnio dirigido ao Cristo que morria, quando ficou pendurado em Sua cruz naquele "distante monte verde". Palavras de deboche, mas incorporando a própria essência da vida e morte do Filho de Deus, a própria essência dos tratos de Deus com o mundo - a própria essência do Calvário. "Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito". Para salvar os outros - pecadores, rebeldes, inimigos - o Pai não pode salvar a Si mesmo de enviar, do Seu seio, o Filho do Seu amor. Para salvar os outros, o Filho não pode salvar a Si mesmo, mas deve derramar Sua alma na morte e, assim, ver Sua semente e dividir o despojo com os poderosos (Is 53.12 - EC). Para salvar os outros, o Espírito Santo não pode salvar a Si mesmo da angústia, à semelhança da tristeza e angústia do Filho no Getsêmani, em Sua entrada no coração dos que uma vez afundaram-se no pecado e são freqüentemente obstinados e desobedientes aos clamores do Filho.

Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se. Essa expressão engloba, em poucas palavras, toda a história do caminho do Deus-Homem na terra; desse modo, Ele manifestou ao homem caído a expressa imagem ou caráter (conforme o grego, Hb 1.3) do Pai no céu. "Nisso se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado Seu Filho unigênito (...) para vivermos" (1 Jo 4.9). "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós" (3.16). O caráter de Deus foi revelado em Seu Filho; a natureza divina foi manifestada Naquele que era a "expressão exata do Seu ser". Resumindo: salvar os outros é próprio de Deus, recusando-se salvar a Si mesmo.

Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se. Isso não significa que Ele não tivesse o poder e os recursos para salvar a Si mesmo. Pelo contrário, Ele tinha o poder, mas não iria usá-lo! Salvar os outros quando isso não custa nada a você é algo possível até para criaturas caídas. Mas salvar os outros e recusar-se a salvar a si mesmo quando você tem condições para fazê-lo é divino. Ele não pode salvar a Si mesmo porque é contrário à natureza divina salvar o ego à custa da perda dos outros.
A Si mesmo não pode salvar-se. Palavras impressionantes, pronunciadas como deboche e pelos lábios de pecadores que crucificaram o seu Salvador. Mesmo na tentação no deserto (Mt 4.1), essa lei da Sua vida foi manifestada; ali Ele não se alimentou, porque não podia alimentar a Si mesmo, mas mais tarde, alimentou os outros (14.13-21). Ele podia utilizar todo o poder da Divindade para abençoar os outros, para alimentar os outros, para salvar os outros; mas para Si mesmo, nada! Não usou os recursos divinos para salvar a Si mesmo num momento de fome aguda, para ter uma palavra menos de desprezo ou um golpe menos do açoite, e ser apenas golpeado com a mão. Assim devem ser os filhos de Deus conformados à imagem do Filho, para manifestar Seu caráter divino, como o Filho revelou a expressa imagem do Pai. "Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se" é a lei da vida de Jesus e deve ser a lei da vida de cada seguidor do Cordeiro.

Ter o poder para salvar a si mesmo e recusar-se a usá-lo, porque, se o usasse, os outros não poderiam ser salvos, é a vida de Jesus manifestada naqueles que Ele redimiu. Derramar sua vida pelos outros que o rejeitam e o julgam incorretamente, quando você não precisaria fazê-lo: isto é o Calvário! Ter o poder para salvar a você mesmo e não usá-lo, por significar perda para os outros: isto é o Calvário! Ser usado para libertar almas do poder de Satanás e, depois, colocar-se, como Cristo o fez, à aparente mercê da "vossa hora e o poder das trevas" (Lc 22.53): isso é verdadeiramente o Calvário!

Ó filho de Deus, Ele salvou os outros, mas a Si mesmo não pode salvar! Este deve ser o caminho para você em cada momento de tensão dolorida e tempestade para os seguidores do Cordeiro. Deus tem usado você para libertar os outros, e talvez você esteja desejando saber por que você mesmo não é libertado das lutas por fora e temores por dentro (2 Co 7.5) que estão assediando sua própria vida. Outros vêm a você em extrema necessidade, e, com seu próprio coração partido, você é solicitado a dar do seu próprio vazio e com a perda daquilo que parece ser sua própria necessidade. Você é solicitado a clamar pela vitória pelos outros que estão em angústia, quando você mesmo parece estar em angústia muito maior. No Calvário foi assim! Aquele que havia libertado outros do poder de Satanás foi entregue, como vimos, à fúria total do poder das trevas. Aquele que havia realizado obras poderosas de Deus pelos outros, jaz em impotência e fraqueza nas mãos dos homens. Sim, isso é o Calvário. Vida, poder, bênção e libertação para os outros, e nada para você mesmo, a não ser permanecer na vontade de Deus e aceitar das mãos do Pai tudo o que for do Seu agrado permitir que chegue a você.

Salvou os outros - todos os recursos em Deus e o poder de Deus para os outros! A Si mesmo não pode salvar-se - impotência, vacuidade, sofrimento, conflito e morte para Si mesmo. Essa foi a marca registrada da mais elevada manifestação do espírito do Cordeiro vista nos heróis da fé, conforme o registro de Hebreus 11; e entre esses heróis da fé, que alcançaram o lugar mais elevado nesse rol de honra, estavam mulheres que foram abatidas à morte, não aceitando o livramento, a fim de que pudessem alcançar uma melhor ressurreição (v. 35) . Sim, essa é a marca registrada mais elevada do espírito do Cordeiro. Subjugar reinos, obter promessas, fechar a boca dos leões, extinguir a violência do fogo, escapar ao fio da espada, tornar-se poderoso na guerra (v. 34) - tudo como resultado de fé num Deus Onipotente -: isso é poder; mas ser torturado e não aceitar ser resgatado (v. 35) - isso é o Calvário. A escolha voluntária para sofrer e morrer, ao invés de salvar a si mesmo, é algo mais elevado do que a fé para conquistar e subjugar.
E, se não estamos enganados, esse é o caminho mais elevado colocado diante de todos aqueles que avançam em direção ao alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus no tempo presente. "Nova evidência de que Deus está operando poderosamente para levantar e estabelecer um povo realmente conformado à morte de Cristo veio a mim esta manhã - um assunto muito mais sério e poderoso do que a concessão de dons", escreveu um ministro de grande experiência e em condições de ver e conhecer de forma especial a tendência da obra do Espírito. Sim, Deus "está operando poderosamente em minha direção", dirão muitas almas profundamente provadas, quando pensam em seu próprio caso e nos caminhos estranhos e especiais nos quais estão sendo estranhamente conduzidas, a fim de poder conhecer o caminho da cruz e entrar no espírito do Cordeiro.
Dois caminhos parecem estar claramente abertos diante da Igreja de Deus, com uma escolha para cada membro do Corpo de Cristo, que tem resultados eternos. Há a conformidade ao Cordeiro, que já mencionamos antes, em relação à qual necessitamos de visão divina para discernir sua beleza e glória celestiais. Por outro lado, o caminho de salvar a nós mesmos do sentido pleno de tudo o que significa seguir o Cordeiro na terra, com a conseqüente perda da glória de participar do trono do Cordeiro. Porque está escrito: "Se com Ele sofremos, com Ele reinaremos" (2 Tm 2.12 - BJ); "se com Ele sofremos, com Ele também seremos glorificados" (Rm 8.17). O sofrimento de Cristo foi totalmente voluntário, pois Ele disse: "Eu dou a minha vida (...) Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou" (Jo 10.17, 18). E no caminho da conformidade à Sua morte, muitos que escolheram seguir o Cordeiro onde quer que Ele vá (Ap 14.4), encontram-se no caminho da cruz, o que poderia ser evitado, se quisessem! Eles poderiam aceitar o livramento e salvar a si mesmos, mas perderiam a superior ressurreição. Isso é, na verdade, o espírito do Cordeiro morto, suprido pela graça de Deus a pecadores redimidos. Tudo o que é da terra, nas vozes dos amigos e do mundo, e da própria vida deles clama: "Salva a Ti mesmo e a nós". Mas o Espírito de Cristo no interior deles os conduz no caminho do Cordeiro, pois, como Ele, não podem salvar a si mesmos. Ver um caminho de escape do sofrimento e, por sua própria livre escolha, decidir recusar-se a entrar por ele, por significar a salvação deles mesmos: isto é digno de reconhecimento diante de Deus, pois é o caminho mais próximo da semelhança com Aquele a respeito do Qual foi dito em tom de escárnio: "Salvou os outros, a Si mesmo não pode salvar-se."
(Jessie Penn-Lewis, in A Cruz: O Caminho Para o Reino, Editora dos clássicos




DESMASCARANDO O ENGANO DE SATANÁS
Jessie Penn-Lewis


ENGANADO: DESCRIÇÃO DE TODO HOMEM NÃO-REGENERADO




A palavra "enganado" é, de acordo com as Escrituras, a
descrição apropriada de todos os seres humanos nãoregenerados,
sem distinção de raça, cultura ou sexo.
"Também éramos (...) enganados" (Tt 3.3 - NVI), disse Paulo, o
apóstolo, embora em sua condição de "enganado" ele tivesse
sido um homem religioso, andando segundo a justiça da lei,
irrepreensível (Fp 3.6).
Todo homem irregenerado é, antes de tudo, enganado
por seu próprio coração enganoso (Jr 17.9; Is 44.20) e pelo
pecado (Hb 3.13). O deus deste século acrescentou a isso o
cegar do entendimento para que a luz do evangelho de Cristo
não ilumine as trevas (2 Co 4.4). E o engano do maligno não
termina quando a vida regeneradora de Deus alcança o
homem, pois o cegar do entendimento só é removido quando
as mentiras enganadoras de Satanás são desalojadas pela luz
da verdade.
Muito embora o coração esteja renovado e a vontade
tenha-se voltado para Deus, a disposição profundamente
enraizada para o auto-engano e a presença, até certo ponto,
do poder do enganador de cegar o entendimento acabam se
revelando de muitas formas, como as seguintes declarações
das Escrituras nos mostram:
O homem é enganado se for apenas ouvinte e não
praticante da Palavra de Deus (Tg 1.22); ele é enganado se diz
que não tem pecado (1 Jo 1.8);
UMA ANÁLISE BÍBLICA SOBRE O ENGANO SATÂNICO
ele é enganado quando pensa que é "alguma coisa",
quando, na verdade, é nada (Gl 6.3);
ele é enganado quando pensa ser sábio de acordo com a
sabedoria deste mundo (1 Co 3.18);
ele é enganado quando, aparentando ser religioso, sua
língua descontrolada revela sua verdadeira condição (Tg
1.26);
ele é enganado se pensa que vai semear sem colher o
que semeia (Gl 6.7);
ele é enganado se pensa que os injustos herdarão o
reino de Deus (1 Co 6.9);
ele é enganado se pensa que o contato com o pecado
não traz conseqüências sobre ele (1 Co 15.33).
Enganado! Quanto essa palavra produz repulsa e como
cada ser humano involuntariamente se ressente de vê-la
aplicada a si mesmo, não sabendo que a própria repulsa já é
obra do enganador, com o propósito de manter os enganados
longe do conhecimento da verdade e da conseqüente
liberdade do engano! Se os homens podem ser tão facilmente
enganados pelo engano que surge de sua própria natureza
caída, quão avidamente as forças de Satanás tentarão
"ajudar" a natureza acrescentando mais engano e não
diminuindo sua influência nem um "jota"! Com que prazer
elas trabalharão para manter os homens presos à velha
criação, da qual diversas formas de auto-engano brotarão,
capacitando-as a dar continuidade a sua obra enganadora.
Seus métodos de engano podem ser velhos ou novos,
adaptados para se adequarem à natureza, ao estado e às
circunstâncias da vítima. Instigados pelo ódio, maldade e má
vontade cheia de amargura em relação à humanidade e a
toda forma de bondade, os emissários de Satanás não falham
na execução de seus planos, com uma perseverança digna de
ser imitada por quem esteja desejoso de alcançar suas metas.

SATANÁS, O ENGANADOR TAMBÉM DOS FILHOS DE DEUS
O arquienganador não é somente o enganador de todo o
mundo não-regenerado, mas também dos filhos de Deus, com
esta diferença: no engano que pratica nos santos, ele muda
suas táticas e trabalha por meio das mais precisas
estratégias, em artimanhas de erro e engano a respeito das
coisas de Deus (Mt 24.24; 2 Co 11.3, 13-15).
A principal arma em que o príncipe-enganador das
trevas se apoia para manter o mundo sob seu poder é o
engano. O inimigo planeja enganar o homem em cada estágio
de sua vida, quais sejam: 1) engano dos irregenerados que já
são enganados pelo pecado; 2) engano adaptado para o crente
carnal e 3) engano ajustado para o crente espiritual, que já
passou pelos estágios anteriores e chegou a um plano onde
estará aberto para artimanhas mais sutis. Que o engano seja
removido ainda nos dias de sua condição nâo-regenerada ou
no estágio da vida cristã carnal, pois quando o homem
emerge para os lugares celestiais, descritos por Paulo na
Epístola aos Efésios, ele se encontrará envolvido pelas obras
mais intensas das artimanhas do enganador, onde os
espíritos enganadores trabalham ativamente para atacar
aqueles que estão unidos ao Senhor ressurreto.
O ENGANO: O PERIGO DO FINAI, DOS TEMPOS
Em Apocalipse, temos a plena revelação da confederação
satânica no controle abrangente de toda a terra e da guerra
contra os santos como um todo; mas a obra do enganador
entre os principais santos de Deus c descrita de forma
especial na carta do apóstolo Paulo aos efésios, onde, em
6.10-18, o véu é removido e os poderes satânicos são vistos
em sua guerra contra a Igreja de Deus e a armadura e as
armas para que o crente individual vença o inimigo são
descritas. Nessa passagem, podemos aprender que no plano
da experiência mais elevada do crente em sua união com o
Senhor e nos "lugares elevados" da maturidade espiritual da
Igreja, as batalhas mais acirradas e intensas contra o
enganador e suas hostes serão travadas.
Portanto, conforme a Igreja de Cristo se aproxima do
tempo do fim e vai sendo amadurecida para sua
transformação pelo poder interior do Espírito Santo, mais o
enganador e suas hostes de espíritos enganadores dirigem
sua força total contra os membros vivos do Corpo de Cristo.
Um vislumbre desse ataque de espíritos enganadores sobre o
povo de Deus no final dos tempos é descrito no Evangelho de
Mateus, onde o Senhor usa a palavra enganar para descrever
alguns dos sinais especiais dos últimos dias. Ele disse: "Vede
que ninguém vos engane. Porque virão muitos em Meu nome,
dizendo: Eu sou o cristo, e enganarão a muitos (...) levantarse-
ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos (...).
Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando
grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os
próprios eleitos" (24.4, 5, 11, 24).

O ENGANO RELACIONADO COM O MUNDO SOBRENATURAL
A forma especial de engano também é apresentada como
relacionada com coisas espirituais, e não terrenas, o que
mostra que o povo de Deus, no fim dos tempos, estará
esperando a volta do Senhor e, por isso, ficará bastante
aberto a todos os movimentos vindos do mundo sobrenatural,
a tal ponto que os espíritos enganadores serão capazes de
tirar proveito desse fato e antecipar a vinda do Senhor com
falsos cristos e falsos sinais e maravilhas, ou de misturar
suas imitações com as verdadeiras manifestações do Espírito
de Deus. O Senhor diz que homens serão enganados:
1) a respeito de Cristo e Sua parousia, ou vinda;
2) a respeito de profecias, ou seja, ensinamentos vindos
do mundo espiritual por mensageiros inspirados, e
3) a respeito ao fornecimento de provas em relação aos
"ensinamentos" serem verdadeiramente de Deus, por meio de
sinais e maravilhas tão semelhantes aos de Deus e, portanto,
imitações tão exatas da obra de Deus que seriam
indistinguíveis das verdadeiras por aqueles descritos como
"Seus eleitos", os quais precisarão utilizar algum outro teste,
adicional ao julgamento das aparências, para saber se um
sinal é de Deus, se quiserem discernir o falso do verdadeiro.
As palavras do apóstolo Paulo a Timóteo, contendo a
profecia especial dada a ele pelo Espírito para a Igreja de
Cristo nos últimos dias da dispensação, coincidem
exatamente com as palavras do Senhor registradas por
Mateus.
As duas cartas de Paulo a Timóteo são as últimas
epístolas que ele escreveu antes de sua partida para estar
com Cristo. Ambas foram escritas na prisão, que foi para
Paulo como Patmos foi para João, quando ele, "em espírito"
(Ap LIO)3, viu as coisas que estavam por vir. Paulo estava
dando suas últimas orientações para Timóteo para a ordem
da Igreja de Deus até seus últimos dias na terra; ele estava
dando as diretrizes para orientar, não só a Timóteo, mas a
todos os servos de Deus, a como lidar com a casa de Deus.
Em meio a todas essas instruções detalhadas, sua visão
precisa se volta para os "últimos tempos" e, por ordem
expressa do Espírito de Deus, ele descreve em breves
sentenças, o perigo da Igreja nesses tempos finais, da mesma
forma que o Espírito de Deus havia dado aos profetas do
Antigo Testamento algumas profecias "em gestação", que só
seriam completamente compreendidas depois que os eventos
viessem a acontecer.
UMA ANÁLISE BÍBLICA SOBRE O ENGANO SATÂNICO
O apóstolo disse: "O Espírito afirma expressamente que,
nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,
pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm
cauterizada a própria consciência" (1 Tm4.1, 2).
____________________
3 "Ele estava em espírito - numa condição completamente liberada
da terra - transportado por meio do Espírito - no dia do Senhor". (Seiss)
(NE)
O RELATO DE PAULO EM 1 TIMÓTEO 4.1, 2: A ÚNICA DECLARAÇÃO
ESPECÍFICA SOBRE A CAUSA DO PERIGO
A declaração profética de Paulo parece ser tudo o que é dito
em palavras específicas sobre a Igreja e sua história no fim da
dispensação. O Senhor falou em termos gerais sobre os perigos
que Seu povo teria de enfrentar no fim dos tempos, e Paulo
escreveu aos tessalonicenses mais especificamente sobre a
apostasia e os enganos malignos do Corrupto nos últimos dias,
mas a passagem em Timóteo é a única que mostra de forma
explícita a causa especial do perigo que a Igreja enfrentaria em
seus últimos dias na terra e como os espíritos malignos de
Satanás se lançariam sobre os membros dela e, por meio de
engano, afastariam a alguns da pureza da fé em Cristo.
O Espírito Santo, na breve mensagem dada a Paulo,
descreve o caráter e a obra dos espíritos malignos, reconhecendo:
1) sua existência, 2) seus esforços dirigidos aos crentes com o
objetivo de enganá-los e, por meio de engano, afastá-los do
caminho da fé simples em Cristo e de tudo que está incluído na "fé
que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3).
Pode-se entender, a partir do original grego, que é o
caráter dos espíritos que está descrito em 1 Timóteo 4.1-3, e
não o dos homens que eles, por vezes, usam em sua obra de
engano.4
GUERRA CONTRA OS SANTOS
O perigo da Igreja no final dos tempos é, portanto,
proveniente de seres sobrenaturais hipócritas, que fingem ser
o que não são, que dão ensinamentos que aparentam
produzir maior santidade, por meio da severidade ascética
para com a carne, mas são, em si mesmos, malignos e
impuros, e trazem para aqueles a quem enganam toda a
maldade de sua própria presença. Onde eles enganam,
ganham a posse; e enquanto o crente enganado pensa estar
mais santo e mais santificado, esses espíritos hipócritas
defraudam o enganado com sua presença e sob uma capa de
santidade tomam posse de seu terreno legal e ocultam suas
obras.
_________________
4 Pember diz que o v. 2 se refere ao caráter dos espíritos
enganadores e deve ser lido deste modo: "ensinamento direto de
espíritos impuros, que, apesar de carregarem uma marca em sua
própria consciência, como um criminoso é desfigurado - pretendem
santificar (i. e., santidade) para ganhar crédito por suas mentiras" (NE)
O PERIGO DE ESPÍRITOS ENGANADORES
AFETA A TODOS OS FILHOS DE DEUS
O perigo diz respeito a todos os filhos de Deus, e
nenhum crente espiritual ousa dizer que está livre do perigo.
A profecia do Espírito Santo declara que:
1) "alguns" apostatarão da fé;
2) a razão da apostasia será obedecer a espíritos
enganadores, isto é, a natureza da obra deles não
será declaradamente má, mas, sim, engano, que é
uma obra disfarçada. A essência do engano é que a
obra é vista como sincera e pura;
3) a natureza do engano será doutrinas de demônios,
isto é, o engano se dará numa esfera doutrinária;
4) o engano se dará pelo fato de que as doutrinas serão
entregues com hipocrisia, ou seja, serão faladas como se
fossem verdade;
5) dois exemplos do efeito dessas doutrinas de espíritos
malignos são mostrados: a proibição do casamento e a
abstinência de alimentos; ambos, disse Paulo, criados por
Deus. Portanto, o ensinamento deles é marcado pela oposição
a Deus, até mesmo em Sua obra como Criador.

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