22 de junho de 2021

ANDREW MURRAY - HUMILDADE É A BELEZA MAIOR DO CRISTÃO

 

 

HUMILDADE - A BELEZA DA SANTIDADE

 Título do original em inglês: Humility - The Beauty of Holiness

livro de Andrew Murray


Não é apenas porque a conexão entre a humildade e o pecado seja tão abundantemente destacada em todo ensino religioso, mas porque creio que para a plenitude da vida cristã é indispensável 

que a proeminência seja dada a este outro aspecto. Se Jesus deve realmente ser nosso exemplo em Sua humildade, precisamos entender os princípios em que isso é baseado e nos quais encontramos o terreno comum no qual estamos com Ele.

Humildade é estar revestido com a própria beleza e bem-aventurança do céu e de Jesus. Veremos que, assim como Jesus encontrou Sua glória tomando a forma de um servo, então, quando disse: "Quem quiser tornar-se grande entre vós, esse será o que vos sirva", Ele simplesmente nos ensinou a verdade abençoada de que não há nada tão divino e celestial como ser um servo e ajudador de todos.

 O servo fiel que reconhece sua posição encontra um prazer real em suprir os desejos do mestre ou de seus convidados. Quando vemos que a humildade é algo infinitamente mais profundo do que contrição, e a aceitamos como nossa participação na vida de Jesus, então, começaremos a aprender que ela é nossa verdadeira nobreza, e que provar isso sendo servos de todos é o mais elevado cumprimento de nosso destino como homens criados à imagem de Deus.

Quando olho para trás, em minha própria experiência religiosa, ou olho ao redor para a Igreja de Cristo pelo mundo, fico preocupado ao considerar quão pouco a humildade é buscada como aspecto distintivo do discipulado de Jesus. Na pregação e no viver, no convívio diário do lar e da vida social, na comunhão mais especial com cristãos, na direção e execução da obra de Cristo, ah! quanta prova há de que a humildade não é considerada a virtude principal, a raiz da qual as graças podem crescer, a única condição indispensável da verdadeira comunhão com Jesus.


O fato de os homens poderem dizer que a afirmação daqueles que dizem estar buscando uma santidade mais elevada não vem acompanhada de um aumento em humildade é um sonoro desafio para todos os cristãos sérios –

A mansidão e humildade de coração são as marcas essenciais pelas quais devem ser conhecidos os que seguem o manso e humilde Cordeiro de Deus.HUMILDADE: A GLÓRIA DA CRIATURA: "E depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as cousas Tu criaste, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas" (Apocalipse 4.10c, 11). Quando Deus criou o universo, Ele o fez com o único objetivo de tornar a criatura participante de Sua perfeição e bem-aventurança e, assim, mostrar nela a glória do Seu amor, sabedoria e poder.

A criatura não tem somente de olhar para trás, para a origem e para os primórdios da existência, e reconhecer que todas as coisas vêm de Deus; seu principal cuidado, sua virtude mais elevada, sua única felicidade, agora e por toda a eternidade, é apresentar a si mesma como um vaso vazio, no qual Deus possa habitar e manifestar Seu poder e bondade.


 

 A humildade, o lugar da plena dependência de Deus, é, pela própria natureza das coisas, a primeira obrigação e a virtude mais elevada da criatura, e a raiz de toda virtude.

 

 O orgulho, ou a perda dessa humildade, então, é a raiz de todo pecado e mal. Foi quando os anjos agora caídos começaram a olhar para si mesmos com autocomplacência que foram levados à desobediência, e foram expulsos da luz do céu para as trevas exteriores.


E também foi quando a serpente exalou o veneno do seu orgulho, o desejo de ser como Deus, no coração de nossos primeiros pais, que eles também caíram da sua posição elevada para toda a desgraça na qual o homem está, agora, afundado. No céu e na terra, orgulho — auto-exaltação — é a porta, o nascimento e a maldição do inferno .

Por isso, nossa redenção tem de ser a restauração da humildade perdida, o relacionamento original e o verdadeiro relacionamento da criatura com seu Deus.

 E, portanto, Jesus veio trazer a humildade de volta à terra, fazer-nos participantes dessa humildade e, por ela, nos salvar. Nos céus, Ele se humilhou para tornar-se homem. Nós vemos a humildade Nele ao descer até nós: "a Si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte".


Jesus Cristo tomou o lugar e cumpriu o destino do homem, como uma criatura, por Sua vida de perfeita humildade. Sua humildade é nossa salvação. Sua salvação é nossa humildade. Assim, a vida dos salvos, dos santos, tem necessariamente de exibir o selo de libertação do pecado e plena restauração do seu estado original; todo seu relacionamento com Deus e com o homem tem de ser marcado por uma humildade que a tudo permeia.

 Sem a humildade, não se pode permanecer verdadeiramente na presença de Deus ou experimentar do Seu favor e o poder do Seu Espírito; sem ela não há fé, ou amor, ou regozijo ou força permanentes, a falta de humildade é a suficiente explicação de todo defeito e fracasso. A humildade não é apenas uma graça ou virtude como outras; ela é a raiz de todas, pois somente ela toma a atitude correta diante de Deus, e permite que Ele faça tudo.

O chamado para a humildade tem sido muito pouco considerado na Igreja porque sua verdadeira natureza e importância tem sido muito pouco compreendida. Humildade não é algo que apresentamos para Deus ou que Ele concede; é simplesmente o senso do completo nada-ser que vem quando vemos como Deus verdadeiramente é, e no qual damos caminho a Deus para ser tudo.


Quando a criatura percebe que esta é a verdadeira nobreza, e consente ser com sua vontade, sua mente e seus afetos — a forma, o vaso no qual a vida e a glória de Deus estão para trabalhar e manifestar a si mesmas, ela vê que humildade é simplesmente conhecer a verdade de sua posição como criatura e permitir a Deus ter Seu lugar.

 Na vida dos cristãos sérios, aqueles que buscam e professam a santidade, a humildade tem de ser a marca principal de sua retidão. É frequentemente dito que isso não é assim. Não poderia ser uma razão para isso o fato de que, no ensinamento e exemplo da Igreja, a humildade nunca teve o lugar de suprema importância que lhe pertence?

E que isso, por causa dos anjos, por causa de Jesus, e por causa dos santos nos céus serem tão tão humildes, é  que a primeira e principal marca do relacionamento da criatura, o segredo de sua bem-aventurança, é a humildade e o nada ser que permitem que Deus seja tudo?


Tenho certeza de que há muitos cristãos que confessarão que sua experiência tem sido muito parecida com a minha nisto: que por muito tempo conhecemos o Senhor sem perceber que a mansidão e a humildade de coração devem ser os aspectos distintivos do discípulo assim como foram do Mestre.

O problema do orgulho

E, além disso, que essa humildade não é algo que virá por si mesma, mas deve ser feita o objeto de especial desejo, e oração, e fé e prática. Ao estudar a Palavra, veremos quais instruções distintas e repetidas Jesus deu a Seus discípulos nesse ponto, e como eles eram vagarosos em compreendê-Lo. Vamos, logo no início de nossa meditação, admitir que não há nada tão natural para o homem, nada tão insidioso e oculto de nossa visão, nada tão difícil e perigoso como o orgulho.

Vamos sentir que nada, a não ser uma espera determinada e perseverante em Deus e Cristo revelará como estamos carentes da graça da humildade, e quão débeis somos para obter o que buscamos. Vamos estudar o caráter de Cristo até nossa alma estar cheia de amor e admiração por Sua humildade. E vamos crer que, quando temos a percepção de nosso orgulho e de nossa impotência para expulsá-lo, o próprio Jesus Cristo virá para dar essa graça também como parte de Sua maravilhosa vida dentro de nós.

 

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