12 de setembro de 2011

MARTIN LUTHER KING

» "O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."


» MARTIN LUTHER KING Jr. - Pastor protestante americano, pacifista, líder do movimento dos direitos civis dos negros - 1929-1968

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 DÊ O MELHOR DE VOCÊ: Se um homem é chamado para ser um varredor de rua, ele deve varrer a rua como Michelangelo pintava, ou como Beethoven compunha, ou como Shakespeare escrevia poesia. Ele deveria varrer as ruas tão bem que todos os exércitos do céu e da terra parassem e dissessem: “Aqui viveu um grande varredor de ruas que fez muito bem o seu trabalho”.

  UM CORAÇÃO CHEIO DE GRAÇA: Todos podem ser grandes. Porque qualquer pessoa pode servir. Não precisamos ter um diploma universitário para servir. Não temos de fazer concordância entre o sujeito e o verbo para servir. Não precisamos saber sobre Platão e Aristóteles para servir. Não precisamos entender a teoria da relatividade de Einstein para servir. Não precisamos conhecer a segunda lei da termodinâmica na física para servir. Precisamos apenas um coração cheio de graça. Uma alma engendrada pelo amor. Fonte: Livro: As 
Palavras de Martin Luther King - Editora Zahar.  


 NOSSA ÚNICA SAÍDA: Retribuir ódio com ódio faz com que ele se multiplique, aumentando a escuridão em uma noite que já é desprovida de estrelas. A sombra não pode acabar com ela mesma, só a luz é capaz de extingui-la. O ódio não acaba com ele mesmo, só o amor pode fazer isso. O ódio, a violência e a agressividade multiplicam a si mesmos, criando uma ciranda de destruição. Assim, quando Jesus manda amar os inimigos. Ele apresenta uma recomendação profunda, da qual não é possível escapar. a 33verdade é que chegamos a um impasse no mundo moderno, porque nossa única saída é amar nossos inimigos. É necessário deter a reação em cadeia provocada pelo mal, onde o ódio gera mais ódio e as guerras produzem novas guerras, para não sermos jogados no abismo escuro da aniquilação. Fonte: Livro: Meditações para a Vida - Ken Gire - Editora Textos. "Eu segurei muitas coisas em minhas mãos, e eu perdi tudo; mas tudo que que eu coloquei nas mãos de Deus eu ainda possuo."
- Autor: Martin Luther King

» "Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos."
- Autor: Martin Luther King

» "Sonho com o dia em que a justiça correrá como água e a retidão como um caudaloso rio."
- Autor: Martin Luther King

» Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se partiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha macieira.
- Autor: Martin Luther King

MARTINHO LUTERO O PAI DA REFORMA


PALAVRAS ILUMINADAS: ♥O melhor nome pelo qual podemos pensar em Deus é Pai. É um nome amoroso, profundo, doce, to¬cante, pois o nome de pai é, por natureza, repleto de doçura e conforto inato. Assim, também precisamos con¬fessar que somos filhos de Deus, porque por esse nome tocamos nosso Deus de forma mais profunda, já que não existe som mais doce ao pai do que a voz do filho. ♥Da mesma forma como vamos até o berço tão-somente para encontrar um bebê, também recorremos às Escrituras apenas para encontrar Cristo. ♥A Bíblia é viva, ela fala comigo: tem pés, corre atrás de mim; têm mãos, ela sustenta-me. ♥A compreensão adequada das Escrituras só ocorre por meio do Espírito Santo. ♥A liberdade cristã apresenta dois princípios – primeiro: O cristão é SENHOR – ele é o mais livre dos homens e não está sujeito a ninguém; segundo: o cristão é SERVO – é o Servo – é o que tem mais deveres para com os outros e está sujeito a todos. Livre de todos os homens, para ser servidor de todos, eis o fundamento da liberdade cristã.
♥A mentira é como a bola de neve: quanto mais rola, tanto mais aumenta. ♥A música é o melhor refrigério para um desconsolado: por sua causa o coração serena, reconforta-se e renova-se. ♥A oração é o suor da alma. ♥De trabalho não há quem morra. De ociosidade sim, porque o homem nasceu para trabalhar como a ave nasceu para voar. ♥Deus cria a partir do nada. Portanto, enquanto o homem não se reduzir a nada, Deus não poderá fazer nada com ele. ♥Deus é um forno ardente tão cheio de amor que todo o céu e toda a terra estão envolvidos pelo seu calor. ♥Deus está mais perto de nós quando pensamos que está bastante distante.

♥Deus põe a sua marca em todos quantos Lhe obedecem. 

♥Deus é Castelo Forte e Bom. 



♥Não desanimes ante uma batalha perdida. Resta-nos sempre a força da oração de onde nascem a esperança e um espírito de resoluta resistência. 

♥Não pode deixar de existir a desigualdade das pessoas. Algumas têm de ser livres, outras servas, umas dirigentes, outras dirigidas. 

♥Não voltar a fazer determinada coisa é a essência do mais verdadeiro arrependimento. 

♥Nas Escrituras, cada florzinha é uma campina. 

♥O pecado é como a barba, reproduz-se, e é preciso cortá-lo continuamente. 

♥Minha consciência é escrava da Palavra de Deus. 

♥Deve-se doar com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente! 

♥Se o negócio do sapateiro é fazer sapatos, o negócio do cristão é orar. 

♥Eu segurei muitas coisas em minhas mãos, e perdi todas elas, mas o que eu tenho colocado nas mãos de Deus, eu ainda possuo.  

  “Os que se amam profundamente, jamais envelhecem; podem morrer de velhice, mas morrem jovens.”

“O mundo é como um camponês embriagado; basta ajudá-lo a montar sobre a sela de um lado para ele cair do outro logo em seguida. “

“A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço.”

“Jamais alguém se arrependeu de ter-se acostumado a madrugar e a ter-se casado jovem.”

“No casamento, cada pessoa deve realizar a função que lhe compete. O homem deve ganhar dinheiro, a mulher deve economizar.”

“Nada se esquece mais lentamente que uma ofensa e nada mais rápido que um favor.”

“Cada coisa que é feita no mundo é feita pela esperança.”
( Martinho Lutero )



No cárcere, sentenciado pelo Papa a ser queimado vivo, João Huss disse: "Podem matar o ganso (na sua língua, 'huss' é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar". Enquanto caía a neve, e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nasceu esse "cisne", em Eisleben, Alemanha, ele recebeu o nome de Martinho Lutero. Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o "cisne" afixou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma. João Huss enganara-se em apenas dois anos, na sua predição. Para dar o valor devido à obra de Martinho Lutero, é necessário notar algo das trevas e confusão dos tempos em que nasceu. Calcula-se que, pelo menos, um milhão de albigenses foram mortos na França, a fim de cumprir a ordem do Papa, para que esses "hereges" fossem cruelmente exterminados. 

Wyclif, "a Estrela da Alva da Reforma", traduzira a Bíblia para a língua inglesa. 

João Huss, discípulo de Wyclif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse aos seus perseguidores. 

Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último suspiro. 

João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça; seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. 

Na Itália, quinze anos depois de Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da Igreja Romana. Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero. Como muitos dos mais célebres entre os homens, era de família pobre. Dizia ele: "Sou filho de camponeses; meu pai, meu avô e meu bisavô eram verdadeiros camponeses". Antes de completar vinte e dois anos, dirigiu-se ao convento dos agostinianos e bateu. A porta abriu-se e Lutero entrou. O professor admirado e festejado, a glória da universidade, aquele que passara os dias e as noites curvado sobre os livros, tornarase irmão agostiniano! O mosteiro dos agostinianos era o melhor dos claustros de Erfurt. Seus monges eram os pregadores da cidade, estimados por suas obras entre os pobres e oprimidos. Nunca houve um monge naquele convento mais submisso, mais devoto, mais piedoso, do que Martinho Lutero. Submetia-se aos serviços mais humildes, como o de porteiro, coveiro, varredor da igreja e das celas dos monges. Não recusava mendigar o pão cotidiano para o convento, nas ruas de Erfurt. Quão grande, porém, era a sua ilusão. Depois de procurar crucificar a carne pelos jejuns prolongados, pelas privações mais severas, e com vigílias sem conta, achou que, embora encarcerado na sua cela, tinha ainda de lutar contra os maus pensamentos. A sua alma clamava: "Dá-me santidade ou morro por toda a eternidade; leva-me ao rio de água pura e não a estes mananciais de águas poluídas; traze-me as águas da vida que saem do trono de Deus!"Certo dia Lutero achou, na biblioteca do convento, uma velha Bíblia latina, presa à mesa por uma cadeia. Achara, enfim, um tesouro infinitamente maior que todos os tesouros literários do convento. Na leitura da Bíblia achou grande consolação, mas a obra não podia completar-se em um dia. Ficou mais determinado do que nunca a alcançar paz para a sua alma, na vida monástica, jejuando e passando noites a fio sem dormir. Gravemente enfermo, exclamou: "Os meus pecados! Os meus pecados!" Apesar da sua vida ter sido livre de manchas, como ele afirmava e outros testificavam, sentia sua culpa perante Deus, até que um velho monge lhe lembrou uma palavra do Credo: "Creio na remissão dos pecados". Viu então que Deus não somente perdoara os pecados de Daniel e de Simão Pedro, mas também os seus. sua alma porém anelava pela Palavra de Deus, e pelo conhecimento de Cristo. No meio das ocupações do professorado, dedicou-se ao estudo das Escrituras e no primeiro ano conquistou o grau de baccalaureus ad bíblia. Sua alma ardia com o fogo dos céus; de todas as partes acorriam multidões para ouvir os seus discursos, os quais fluíam abundante e vivamente do seu coração, sobre as maravilhosas verdades reveladas nas Escrituras. Um dos pontos iluminantes da biografia de Lutero é a sua visita a Roma. Surgiu uma disputa renhida entre sete conventos dos agostinianos e decidiram deixar os pontos de dissidência para o Papa resolver.

Lutero, sendo o homem mais hábil, mais eloqüente e altamente apreciado e respeitado por todos que o conheciam, foi escolhido para representar o seu convento em Roma. Fez a viagem a pé, acompanhado de outro monge. Nesse tempo Lutero ainda continuava a dedicar-se fiel e inteiramente à Igreja Romana. Quando, por fim, chegaram ao ponto da estrada onde se avistava a famosa cidade, Lutero caiu em terra e exclamou: "Saúdo-te, santa cidade!" Um dia, subindo a Santa Escada de joelhos, desejando a indulgência que o chefe da igreja prometia por esse ato, ressoaram nos seus ouvidos como voz de trovão, as palavras de Deus: "O justo viverá da fé". Lutero ergueu-se e saiu envergonhado. Depois da corrupção generalizada que viu em Roma, a sua alma aderiu à Bíblia mais que nunca. Acerca da grande transformação da sua vida, nesse tempo, ele mesmo escreve: "Desejando ardentemente compreender as palavras de Paulo, comecei o estudo da Epístola aos Romanos. Porém, logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no Evangelho (vv. 16,17). Eu detestava as palavras: a justiça de Deus, porque, conforme fui ensinado, eu a considerava como um atributo do Deus santo que o leva a castigar os pecadores. Apesar de viver irrepreensivelmente, como monge, a consciência perturbada me mostrava que era pecador perante Deus. Assim odiava a um Deus justo, que castiga os pecadores... Senti-me ferido de consciência, revoltado intimamente, contudo voltava sempre para o mesmo versículo, porque queria saber o que Paulo ensinava. Contudo, depois de meditar sobre esse ponto durante muitos dias e noites, Deus, na sua graça, me mostrou a palavra: 'O justo viverá da fé.' Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva." A alma de Lutero dessa forma saiu da escravidão; ele mesmo escreveu assim: "Então me achei recém-nascido e no Paraíso. Todas as Escrituras tinham para mim outro aspecto; perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a 'justiça de Deus'. Antes, estas palavras eram-me detestáveis; agora as recebo com o mais intenso amor. A passagem me servia como a porta do Paraíso." Depois dessa experiência, pregava diariamente; em certas ocasiões, pregava até três vezes ao dia, conforme ele mesmo conta: "O que o pasto é para o rebanho, a casa para o homem, o ninho para o passarinho, a penha para a cabra rnontês, o arroio para o peixe, a Bíblia é para as almas fiéis. " A luz do Evangelho, por fim, tomara o lugar das trevas e a alma de Lutero abrasava por conduzir os seus ouvintes ao Cordeiro de Deus, que tira todo o pecado. Lutero levou o povo a considerar a verdadeira religião, não como uma mera profissão, ou sistema de doutrinas, mas como vida em Deus. A oração não era mais um exercício sem sentido, mas o contato do coração com Deus que cuida de nós com um amor indizível. Nos seus sermões, Deus revelou o seu próprio coração a milhares de ouvintes, por meio do coração de Lutero. A fama do jovem monge espalhou-se ate longe. Entretanto, sem o reconhecer, enquanto trabalhava incansavelmente para a igreja, já havia deixado o rumo liberal que ela seguia em doutrina e prática.

Em outubro de 1517, Lutero afixou à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, as suas 95 teses, o teor das quais é que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência. Lutero afixou as teses ou proposições para um debate público, na porta da igreja, como era costume nesse tempo. Mas as teses, escritas em latim, foram logo traduzidas em alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para surpresa de Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi desse ato de afixar as 95 teses da Igreja de Wittenberg, que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus. Contudo Lutero não atacara a Igreja Romana, mas antes, pensou fazer a defesa do Papa contra os vendedores de indulgências. Em agosto de 1518, Lutero foi chamado a Roma para responder a uma denúncia de heresia. Contudo, o eleitor Frederico não consentiu que fosse levado para fora do país; assim Lutero foi intimado a apresentar-se em Augsburgo. "Eles te queimarão vivo", insistiram seus amigos. Lutero, porém, respondeu resolutamente: "Se Deus sustenta a causa, ela será sustentada". A ordem do núncio do Papa em Augsburgo foi: "Retrate-se ou não voltará daqui". Contudo Lutero conseguiu fugir,. Ao chegar de novo em Wittenberg, um ano depois de afixar as teses, era o homem mais popular em toda a Alemanha. Não havia jornais nesse tempo, mas fluíam da pena de Lutero respostas a todos os seus críticos para serem publicadas em folhetos. O que escreveu dessa forma, hoje seriam cem volumes. O célebre Erasmo, da Holanda, assim escreveu a Lutero: "Seus livros estão despertando todo o país... Os mais eminentes da Inglaterra gostam de seus escritos..." Quando a bula de excomunhão, enviada pelo Papa, chegou em Wittenberg, Lutero respondeu com um tratado dirigido ao Papa Leão X, exortando-o, no nome do Senhor, a que se arrependesse. A bula do Papa foi queimada fora do muro da cidade de Wittenberg, perante grande ajuntamento do povo. Assim escreveu Lutero ao vigário geral: "No momento de queimar a bula, estava tremendo e orando, mas agora estou satisfeito de ter praticado este ato enérgico". Lutero não esperou até que o Papa o excomungasse, mas deu logo o pulo da Igreja Romana para a Igreja do Deus vivo. Porém, o imperador Carlos V, que ia convocar sua primeira Dieta na cidade de Worms, queria que Lutero comparecesse para responder, pessoalmente, aos seus acusadores. Os amigos de Lutero insistiam em que recusasse ir. -Não fora João Huss entregue a Roma para ser queimado, apesar da garantia de vida da parte do imperador?! Mas em resposta a todos que se esforçavam por dissuadi-lo de comparecer perante seus terríveis inimigos, Lutero, fiel à chamada de Deus, respondeu: "Ainda que haja em Worms, tantos demônios quantas sejam as telhas nos telhados, confiando em Deus, eu aí entrarei". Depois de dar ordens acerca do trabalho, no caso de ele não voltar, partiu. Na sua viagem para Worms, o povo afluía em massa para ver o grande homem que teve coragem de desafiar a autoridade do Papa. Em Mora, pregou ao ar livre, porque as igrejas não mais comportavam as multidões que queriam ouvir seus sermões. Ao avistar as torres das igrejas de Worms, levantou-se na carroça em que viajava e cantou o seu hino, o mais famoso da Reforma: "Ein Feste Berg", isto é: ''Castelo forte é nosso Deus". Ao entrar, por fim, na cidade, estava acompanhado de uma multidão de povo muito maior do que a que fora ao encontro de Carlos V. No dia seguinte foi levado perante o imperador, ao lado do qual se achavam o delegado do Papa, seis eleitores do império, vinte e cinco duques, oito margraves, trinta cardeais e bispos, sete embaixadores, os deputados de dez cidades e grande número de príncipes, condes e barões. É fácil imaginar que o reformador era um homem de grande coragem e de físico forte para enfrentar tantas feras que ansiavam despedaçar-lhe o corpo. A verdade é que passara uma grande parte da vida afastado dos homens e, mais ainda, achava-se fraco da viagem, na qual foi necessário que um médico o atendesse. Entretanto mostrou-se corajoso, não na sua própria força, mas no poder de Deus. Sabendo que tinha de comparecer perante uma das mais imponentes assembléias de autoridades religiosas e civis de todos os tempos, Lutero passou a noite anterior de vigília. Prostrado com o rosto em terra, lutou com Deus, chorando e suplicando. Um dos seus amigos ouviu-o orar assim: "Oh! Deus todo-poderoso! a carne é fraca, o Diabo é forte! Ah! Deus, meu Deus, que perto de mim estejas contra a razão e a sabedoria do mundo! Fá-lo, pois somente tu o podes fazer. Não é a minha causa, mas sim a tua. - Que tenho eu com os grandes da terra? É a tua causa, Senhor, a tua justa e eterna causa. Salva-me, oh! Deus fiel! Somente em ti confio, oh! Deus! meu Deus... vem, estou pronto a dar, como um cordeiro, a minha vida. O mundo não conseguirá prender a minha consciência, ainda que esteja cheio de demônios, e, se o meu corpo tem de ser destruído, a minha alma te pertence, e estará contigo eternamente..." Conta-se que, no dia seguinte, na ocasião de Lutero transpor a porta para comparecer perante a Dieta, o veterano general Freudsburgo, colocou a mão no ombro do Reformador e disse-lhe: "Pequeno monge, vais a um encontro diferente, que eu ou qualquer outro capitão jamais experimentamos, mesmo nas nossas conquistas mais ensangüentadas. Contudo, se a causa é justa, e sabes que o é, avança no nome de Deus, e não temas nada! Deus não te abandonará" - O grande general não sabia que Martinho Lutero vencera a batalha em oração e que entrava somente para declarar-lhes que a havia vencido de maiores inimigos. Quando o núncio do papa exigiu de Lutero, perante a augusta assembléia, que se retratasse, ele respondeu: "Se não me refutardes pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos - desde que não creio somente nos papas e nos concílios, por ser evidente que já muitas vezes se enganaram e se contradisseram uns aos outros - a minha consciência tem de ficar submissa à Palavra de Deus. Não posso retratar-me, nem me retratarei de qualquer coisa, pois não é justo nem seguro agir contra a consciência. Deus me ajude! Amém." De volta ao seu aposento, Lutero levantou as mãos ao Céu e exclamou com o rosto todo iluminado: "Está cumprido! Está cumprido! Se eu tivesse mil cabeças, preferiria que todas fossem decepadas antes de me retratar". A cidade de Worms, ao receber as notícias da ousada resposta de Lutero ao núncio do papa, alvoroçou-se. As palavras do reformador foram publicadas e espalhadas entre o povo que afluiu para honrá-lo. Apesar de os papistas não conseguirem influenciar o imperador a violar o salvo-conduto, para que pudessem queimar numa fogueira o assim chamado herege, Lutero teve de enfrentar outro grave problema. O edito de excomunhão entraria imediatamente em vigor; Lutero por causa da excomunhão, era criminoso e, ao findar o prazo do seu salvo-conduto, devia ser entregue ao imperador; todos os seus livros deviam ser apreendidos e queimados; o ato de ajudá-lo em qualquer maneira era crime capital. Mas para Deus é fácil cuidar dos seus filhos. Lutero, regressando a Wittenberg, foi repentinamente rodeado num bosque por um bando de cavaleiros mascarados que, depois de despedirem as pessoas que o acompanhavam, conduziram-no, alta noite, ao castelo de Wartburgo, perto de Eisenach. Isto foi um estratagema do príncipe de Saxônia para salvar Lutero dos inimigos que planejavam assassiná-lo antes de chegar a casa. No castelo, Lutero passou muitos meses disfarçado; tomou o nome de cavaleiro Jorge e o mundo o considerava morto. Fiéis servos de Deus oravam dia e noite pelo reformador. As palavras do pintor Alberto Durer, exprimem o sentimento do povo: - "Oh! Deus! se Lutero fosse morto, quem agora nos exporia o Evangelho?" Contudo, no seu retiro, livre dos inimigos, foi-lhe concedida a liberdade de escrever, e o mundo logo soube, pela grande quantidade de literatura, que essa obra saía da sua pena e que, de fato, Lutero vivia. O reformador conhecia bem o hebraico e o grego e em três meses tinha vertido todo o Novo Testamento para o alemão - em poucos meses mais a obra estava impressa e nas mãos do povo. Cem mil exemplares foram vendidos, em quarenta anos, além das cinqüenta e duas edições impressas em outras cidades. Era circulação imensa para aquele tempo, mas Lutero não aceitou um centavo de direitos. A maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, fora a de dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua - depois de voltar a Wittenberg. Já havia outras traduções, mas escritas em uma forma de alemão latinizado que o povo não compreendia. A língua alemã desse tempo era um agregado de dialetos, mas Lutero, ao traduzir a Bíblia, deu ao povo a língua que serviu depois a homens como Goethe e Schiler para escreverem as suas obras. O seu êxito em traduzir as Sagradas Escrituras para o uso dos mais humildes, verifica-se no fato de que, depois de quatro séculos, a sua tradução permanece como a principal. Lutero conhecia intimamente e amava sinceramente o autor do Livro. O resultado foi que o seu coração abrasou-se com o fogo e poder do Espírito Santo. Foi esse o segredo de ele traduzir tudo para o alemão em tão pouco tempo. Como todo mundo sabe, a fortaleza de Lutero e da Reforma foi a Bíblia. Escreveu de Wartburgo para o seu povo em Wittenberg: "Jamais em todo o mundo se escreveu um livro mais fácil de compreender do que a Bíblia. Comparada aos outros livros, é como o sol em contraste com todas as demais luzes. Não vos deixeis levar a abandoná-la sob qualquer pretexto da parte deles. Se vos afastardes dela por um momento, tudo estará perdido; podem levar-vos para onde quer que desejem. Se permanecerdes com as Escrituras, sereis vitoriosos." Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica, casando-se com Catarina von Bora, freira que também saíra do claustro, por ver que tal vida é contra a vontade de Deus. O vulto de Lutero sentado ao lume, com a esposa e seis filhos que amava ternamente, inspira os homens mais que o grande herói ao apresentar-se perante o legado em Augsburgo. Nos cultos domésticos, a família rodeava um harmônio, com o qual louvavam a Deus juntos; o reformador lia o Livro que traduzira para o povo e depois louvavam a Deus e oravam até sentirem a presença divina entre eles. Nas suas meditações sobre as Escrituras, muitas vezes se esquecia das refeições. Ao escrever o comentário sobre o Salmo 23, passou três dias no quarto comendo somente pão e sal. Quando a esposa chamou um serralheiro e quebraram a fechadura, acharam-no escrevendo, mergulhado em pensamentos e esquecido de tudo em redor. Lutero fez do sermão a parte principal do culto. Ele mesmo serviu de exemplo para acentuar esse costume: era pregador de grande porte. Considerava-se como sendo nada; a mensagem saía-lhe do íntimo do coração: o povo sentia a presença de Deus. Em Zwiekau pregou a um auditório de 25 mil pessoas na praça pública. Calcula-se que escreveu 180 volumes na língua materna e quase um número igual no latim. Apesar de sofrer de várias doenças, sempre se esforçava dizendo: "Se eu morrer na cama será uma vergonha para o papa." Os homens geralmente querem atribuir o grande êxito de Lutero à sua extraordinária inteligência e aos seus destacados dons. O fato é que Lutero também tinha o costume de orar horas a fio. Dizia que se não passasse duas horas de manhã orando, recearia que Satanás ganhasse a vitória sobre ele durante o dia. Certo biógrafo seu escreveu: "O tempo que ele passa em oração, produz o tempo para tudo que faz. O tempo que passa com a Palavra vivificante enche o coração até transbordar em sermões, correspondência e ensinamentos". A sua esposa disse que as orações de Lutero "eram", às vezes, como os pedidos insistentes do seu filhinho Hanschen, confiando na bondade de seu pai; outras vezes, eram como a luta de um gigante na angústia do combate". Encontra-se o seguinte na História da Igreja Cristã, por Souer, Vol. 3, pág. 406: "Martinho Lutero profetizava, evangelizava, falava línguas e interpretava; revestido de todos os dons do Espírito". Nos seus sessenta e dois anos pregou seu último sermão sobre o texto: "Ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos". No mesmo dia escreveu para a sua querida Catarina: "Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá. Amém". Isso foi na última carta que escreveu. Vivia sempre esperando que o papa conseguisse executar a repetida ameaça de queimá-lo vivo. Contudo não era essa a vontade de Deus: Cristo o chamou enquanto sofria dum ataque do coração, em Eisleben, cidade onde nascera.São estas as últimas palavras de Lutero: "Vou render o espírito". Então louvou a Deus em alta voz: "Oh! meu Pai celeste! meu Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em quem creio e a quem preguei e confessei, amei e louvei! Oh! meu querido Senhor Jesus Cristo, encomendo-te a minha pobre alma. Oh! meu Pai celeste! em breve tenho de deixar este corpo, mas sei que ficarei eternamente contigo e que ninguém me pode arrebatar das tuas mãos". Então, depois de recitar João 3.16 três vezes, repetiu as palavras: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, pois tu me resgataste, Deus fiel". Assim fechou os olhos e adormeceu. Um imenso cortejo de crentes que o amavam ardentemente, com cinqüenta cavaleiros à frente, saiu de Eisleben para Wittenberg; passando pela porta da cidade onde o reformador queimara a bula de excomunhão, entrou pelas portas da igreja onde, há vinte e nove anos, afixara suas 95 teses. No culto fúnebre, Bugenhangen, o pastor, e Melancton, inseparável companheiro de Lutero, discursaram. Depois abriram a sepultura, preparada ao lado do púlpito, e ali depositaram o corpo. Quatorze anos depois, o corpo de Melancton achou descanso do outro lado do púlpito. Em redor dos dois, jazem os restos mortais de mais de noventa mestres da universidade. As portas da Igreja do Castelo, destruídas pelo fogo no bombardeio de Wittenberg em 1760, foram substituídas por portas de bronze em 1812, nas quais estão gravadas as 95 teses. Contudo, este homem que perseverou em oração, deixou gravadas, não no metal que perece, mas em centenas de milhões de almas imortais, a Palavra de Deus que dará fruto para toda a eternidade. FONTE: Heróis da fé, Orlando Boyer Postado por G Delara às 02:57

Jerônimo Savonarola Precursor da Grande Reforma (1452-1498)


Desde garoto, Savonarola era uma pessoa marcada por Deus. Era muito contemplativo e passava horas em oração. A Itália do seu tempo era dominada por pequenos tiranos e sacerdotes corruptos, e pelas lutas políticas entre duques e papas. Sua alma se entristecia com a maldade, com o luxo e desperdício de uns em contraste com a extrema pobreza da maioria. Emoções fortes já ferviam no seu interior. A oração era seu único consolo. Um dia, ele viu uma visão do céu aberto, e todas as futuras calamidades da igreja passaram diante de seus olhos. A voz de Deus depois o encarregou de advertir o povo. Daquele momento em diante, sentiu profunda convicção de seu chamado profético.

Esta é definitivamente um sermão memorável de Jerônimo e desejo compartilha-lo com todos vocês, e a minha oração é que o Senhor levante outros Jerônimos em nossa geração!

"Nestes dias, prelados e pregadores estão acorrentados à terra pelo amor às coisas terrenas. O cuidado pelas almas não é mais sua preocupação. Estão contentes com sua renda financeira. Os pregadores pregam para agradar os príncipes e serem louvados por eles. Fizeram pior que isso. Não só destruíram a igreja de Deus, mas construíram uma nova igreja segundo seu próprio padrão. Vá a Roma e veja! Nas mansões dos grandes prelados, não há interesse senão por poesia e oratória. Vá até lá e veja! Verá todos com seus livros de ciências humanas, dizendo uns aos outros que podem guiar as almas dos homens por meio de Virgílio, Horácio e Cícero... Os prelados antigos tinham muito menos mitras e cálices de ouro, e os que possuíam eram quebrados e repartidos para aliviar as necessidades dos pobres. Mas nossos prelados, a fim de obter tais cálices, roubam os pobres do seu único meio de sustento. Não sabem já o que lhes relato? O que fazes, ó Senhor? Levanta-te e vem para libertar tua igreja das mãos de demônios, das mãos de tiranos, das mãos de prelados iníquos." Jerônimo Savonarola ( padre católico )


O povo de toda a Itália afluía, em número sempre crescente,
a Florença. A famosa Duomo não mais comportava as
enormes multidões. O pregador, Jerônimo Savonarola, abrasado
com o fogo do Espírito Santo e sentindo a iminência do
julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a
corrupção desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a
leitura das publicações torpes e mundanas, para ler os sermões
do ardente pregador: deixou os cânticos das ruas, para cantar os
hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram procissões,
coletando as máscaras carnavalescas, os livros obscenos e todos
os objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram
em praça pública uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam-
lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o povo cantava hinos e os
sinos da cidade dobravam em sinal de vitória.
Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a
ser na Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonarola teria
sido o instrumento usado para iniciar a Grande Reforma, em vez
de Martinho Lutero. Apesar de tudo, Savonarola tornou-se um
dos ousados e fiéis arautos para conduzir o povo à fonte pura e
às verdades apostólicas registradas nas Sagradas Escrituras.
Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nasceu
de pais cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô
paterno era um famoso médico na corte do duque de Ferrara e
os pais de Jerônimo planejavam que o filho ocupasse o lugar do
avô. No colégio, era aluno esmerado. Mas os estudos da filosofia
de Platão e de Aristóteles, deixaram-lhe a alma sequiosa. Foram,
sem dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o
influenciaram (a não ser as próprias Escrituras) a entregar
inteiramente o coração e a vida a Deus. Quando ainda menino,
tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar e
jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A
decadência da igreja, cheia de toda a qualidade de vício e
pecado, o luxo e a ostentação dos ricos em contraste com a
profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava
muito tempo sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em
contemplação perante Deus, ora cantando, ora chorando,
conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito. Quando ainda
jovem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a sua
grande consolação; os degraus do altar, onde se prostrava horas
a fio, ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas.
Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar
certa moça florentina. Mas quando ela mostrou ser desprezo
alguém da sua orgulhosa família Strozzi, unir-se a alguém da
família de Savonarola, Jerônimo abandonou para sempre a idéia
de casar-se. Voltou a orar com crescente ardor. Enojado do
mundo, desapontado acerca dos seus próprios anelos, sem achar
uma pessoa compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e
cansado de presenciar injustiças e perversidades que o
cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar a
vida monástica.
Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se
tornar monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os
serviços mais vis, da cozinha, da horta e do mosteiro.Na vida do
claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração,
jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os
outros monges em humildade, sinceridade e obediência, sendo
apontado para lecionar filosofia, posição que ocupou até sair do
convento.
Depois de passar sete anos no mosteiro de Bolongna, frei
(irmão) Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em
Florença. Grande foi o seu desapontamento ao ver que o povo
florentino era tão depravado como o dos demais lugares. (Até
então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o
pecador.)
Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi
apontado instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador
do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor uma excelente
biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e mais da Bíblia como
seu livro de instrução.
Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do
Senhor que se aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do
púlpito contra a impiedade do povo. Eram tão poucos os que
assistiam às suas pregações, que Savonarola resolveu dedicar-se
inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés,
não podia escapar à chamada de Deus!
Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamente,
em visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas
as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir
uma voz do Céu ordenando-lhe anunciar estas coisas ao povo.
Convicto de que a visão era do Senhor, começou novamente
a pregar com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito
Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto,
que muitos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar,
nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e
mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em
veemente choro.
O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia
e sua fé crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar,
caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito,
sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou imóvel por cinco
horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes na igreja o
contemplavam.
Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus sermões
contra o pecado produziam profundo terror. Os homens mais
cultos começaram então a assistir às pregações em Florença; foi
necessário realizar as reuniões na Duomo, famosa catedral, onde
continuou a pregar durante oito anos. O povo se levantava à
meia-noite e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.
O corrupto regente de Florença, Lorenzo Medici, experimentou
todas as formas: a bajulação, as peitas, as ameaças, e
os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o
pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por
fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador,
Frei Mariano, para pregar contra Savonarola. Frei Mariano pregou
um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e
astúcia, e ele não ousou mais pregar.
Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e
o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu.
Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu
a Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O
povo abandonou a literatura torpe e mundana para ler os
sermões do famoso pregador. Os ricos socorriam os pobres em
vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a grande
fogueira, na "piazza" de Florença e queimou grande quantidade
de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia
mais, na grande Duomo, o seu imenso auditório.
Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O
pregador foi ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de
1498, por ordem do Papa, foi queimado em praça pública. Com
as palavras: "O Senhor sofreu tanto por mim!", terminou a vida
terrestre de um dos maiores e mais dedicados mártires de todos
os tempos.
Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos
dos erros da Igreja Romana, ensinava que todos os que são
realmente crentes estão na verdadeira Igreja. Alimentava
continuamente a alma com a Palavra de Deus. As margens das
páginas da sua Bíblia estão cheias de notas escritas enquanto
meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de
cor e podia abrir o livro instantaneamente e achar qualquer
texto. Passava noites inteiras em oração e foram-lhe dadas
revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus livros sobre
"A Humildade", "A Oração", "O Amor", etc., continuam a exercer
grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo desse
precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as
verdades que Deus, por seu intermédio, gravou no coração do
povo.

1 de setembro de 2011

MANOEL DE MELO


O Brasil para Cristo
O pai era João de Mello Silva, brasileiro, descendente de brasileiros; casado com Doralina Soares da Silva, brasileira de descendência holandesa.
Em meio a esta família, a 20 de Agosto de 1929, nasceu uma criança a quem foi dado o nome de Manoel de Mello e Silva, comumente chamado pelo apelido de "Neco". Manoel de Mello teve em sua infância um desenvolvimento normal e próximo aos 4 anos de idade, "Seu João", católico nominal, pensou em batizá-lo, arrumando até o padrinho para o evento. Porém, sua mãe, cristã convicta, instruía o menino no caminho de Deus.
No dia marcado pelo seu pai para o encontro com seu "padrinho", ocorreu uma surpresa a todos que estavam na imensa sala da família Mello. Quando seu padrinho perguntou a Manoel se ele estava feliz por ser batizado, ganhar um terno novo ir a Igreja à cavalo e ver a missa e o Padre, este respondeu: "O senhor meu pai sabe que eu sou quente (crente), e se me levarem para batizar eu falo pro Padre que sou quente, quente, quente, quente!!!!!.... Junto com esta declaração enfática, do menino Manoel, vieram batidas firmes de pés no chão, e um dedo apontado para o rosto do padrinho, o que criou um clima intranqüilo para seu pai e o padrinho, mas de grandesatisfação para sua mãe.

Manoel de Mello crescia e interessava-se pelas coisas de Deus. Aos 9 anos de idade foi batizado com o Espírito Santo, e já sabia de cor mais de uma centena de hinos, além de recitar vários Salmos e diversas passagens da Palavra de Deus. Depois dos 11 anos, pregava para auditórios de 100 pessoas, que eram sacudidas pelo poder de Deus que fluía de sua mensagem, o que veio a provocar certo ciúmes a pregadores mais idosos da igreja. Como pregador, suas mensagens voltavam-se de forma especial para o poder da fé e os milagres operados por Jesus e pelos Apóstolos.
Aos 14 anos de idade, Mello interessou-se em sua vida secular, pelo ofício da Construção Civil, havendo se especializado nesta área.

Aos 18 anos de idade, Manoel de Mello viajou para a cidade de São Paulo, onde de início já passou por algumas dificuldades. Porém, fez amizades lá, e vencendo as barreiras, agregou-se na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, onde foi consagrado Diácono. De dia trabalhava como Mestre de Obras, e à noite, pregava nos templos daquela denominação.
Mas, Deus tinha planos para a vida daquele homem que ele sequer imaginava! Com o decorrer do tempo, o Diácono Manoel de Mello, foi sendo aquecido pelo Espírito Santo em sua fé. Com 22 anos, em 1951, casou-se com Ruth Lopes, e dessa união nasceram Boaz Alberto e Paulo Lutero.
Em 1952, Manoel de Mello foi surpreendido por uma enfermidade mortal (paralisia intestinal), que em menos de uma semana fez com que seus parentes e amigos o considerassem como morto. Mas ele foi ungido com óleo, conforme a ordenança bíblica de Tiago 5.14-15, e após a oração da fé, foi milagrosamente curado, tendo sua saúde restabelecida por Deus. Este acontecimento fortaleceu a sua fé, e o tornou convicto da operosidade dos dons espirituais, característica marcante que acompanhou todo o seu ministério, principalmente na área de cura divina e sinais e maravilhas.

Depois de ter sido curado da paralisia intestinal, Manoel viu-se impedido de continuar suas atividades seculares, e passou a dedicar-se exclusivamente à pregação do Evangelho e ao ministério. Muitos levantaram-se tentando impedi-lo de sua iniciativa, inclusive dentro da própria denominação que pertencia. Alguns por não concordarem com sua linha doutrinária de pensamento, baseada nos dons do Espírito Santo, e nos milagres operados por Jesus e os Apóstolos, e outros por ciúmes.
Hoje, vários pastores nos contam, segundo a tradição oral, que muitas vezes na igreja, durante campanhas de missionários e pregadores famosos, muitos dos quais estrangeiros; no momento da oração, o povo muitas vezes clamava: "Nós queremos a oração do Diácono Manoel de Mello!". E, quando ele orava, os milagres aconteciam de forma extraordinária. Manoel de Mello também passou a ser perseguido por muitos de fora, incrédulos do poder de Deus e motivados pelo inimigo.
A intensa perseguição o levou a realizar períodos de intensos jejuns e orações que entravam pelas madrugadas. Estudou a vida de famosos pregadores e analisou detalhadamente os grandes movimentos de reavivamento espiritual ocorridos no mundo. Foi ordenado ministro pela Corporação Evangélica Four Square, com sede nos Estados Unidos, e em 1955 teve uma visão de Deus que o próprio Manoel de Mello narra: "Em 1.955 tive uma visão espiritual na qual o Senhor Jesus me apareceu e me deu ordens para começar, no Brasil, um movimento de Reavivamento Espiritual, Evangelização e Cura Divina, e o Senhor Jesus mesmo deu-me o nome: "O BRASIL PARA CRISTO". Obedeci a ordem. Aleluia!

Comecei o movimento. Companheiros e companheiras do mesmo ideal do Evangelho uniram-se a mim na grande jornada. Naquela visão Jesus me revelou que todos que cooperassem comigo na Obra que iria fazer de maneira nenhuma perderiam seu galardão, então abrimos milhares de igrejas de norte a sul do Brasil..."
Sem dúvida alguma começava no Brasil o maior movimento de Evangelização e Reavivamento Espiritual de toda a América Latina, o movimento chamado de: "O BRASIL PARA CRISTO", uma das maiores expressões da Igreja Pentecostal no Brasil.
O Missionário Manoel de Mello firmou-se então como autêntico líder do Pentecostalismo no Brasil, chegando a reunir em suas campanhas até 200.000 pessoas em algumas reuniões, fato que lhe custou alto preço - Foi preso 27 vezes, acusado de curandeirismo pelas curas que aconteciam em seus cultos, por causa do seu ponto de vista não conformista e especialmente por seus pronunciamentos proféticos.
O Ministro Evangélico Manoel de Mello foi um líder popular de grande penetração entre as massas, promoveu grandes concentrações evangelísticas em todos os estados do Brasil, principalmente em São Paulo. Chegou até mesmo a lotar o Estádio do Pacaembu, numa gigantesca concentração. Em abril de 1.976, na Sexta-Feira da Paixão, reuniu cerca de 30.000 pessoas nas dependências do Grande Templo.


Porém, Manoel de Mello, não se deteve só no Brasil, mas viajou para todos os continentes realizando conferências em 133 países, em igrejas, universidades, simpósios e convenções. Pregou para reis, rainha da Inglaterra, duas vezes para o presidente dos Estados Unidos dentro de sua própria sala, primeiro ministro da Alemanha, entre outros. Foi entrevistado pela cadeia de televisão CBS americana, BBC londrina, além de vários outros veículos de comunicação internacionais, como a televisão sueca, a alemã, os jornais "New York Times" e o "Le Monde".
Aqui no Brasil, vários órgãos da imprensa deram cobertura às suas atividades evangelísticas. Por estas mesmas atividades recebeu o prêmio de religião como o pregador que mais se destacou no ano de 1.972, concedido pela Fundação Edward Browning e representado pelo troféu Browning. Em 1.978 recebeu o título de: "O Bandeirante do Brasil Presente", concedido pelo INEC (Instituto Nacional de Expansão Cultural). Em 07 de outubro de 1.981 foi entrevistado pela revista Veja, cujo assunto foi: " Pentecostais - O Milagre da Multiplicação" (Capa da Revista). 

Era um homem avançado para o seu tempo.
Manoel de Mello sempre foi um homem voltado para a elevação do espírito, para o bem-estar do homem e principalmente a salvação que o Senhor Jesus Cristo pode proporcionar a todos quantos se entregarem a Ele. Manoel de Mello e Silva, um nome que sempre ficará gravado nos anais da história e nos corações do povo evangélico do Brasil e até mesmo do mundo, um homem que fez muito pela causa de Cristo aqui na terra mas, no dia 05 de maio de 1.990 o Senhor o recolheu.
Que possamos ter em nossos corações e em nossas mentes, o desejo e a determinação que este grande servo do Senhor tinha ao gritar nas praças de São Paulo e de todo Brasil "VAMOS GANHAR O BRASIL PARA CRISTO".
MARANATA, Ora vem Senhor Jesus. Amém!

Pastorzico.blogspot.com.br

O primeiro culto oficial do Movimento foi no dia 03 de março de 1956, no bairro de Pirituba, em São Paulo, e o objetivo era ganhar o Brasil para Cristo.
O Missionário Manoel de Mello, dotado pelo Espírito Santo de autoridade espiritual e de um carisma inigualável, atraía milhares de pessoas para ouvir a mensagem do evangelho.
Combatia a idolatria e a feitiçaria. Orava pelos enfermos e eles eram curados em nome de Jesus. Paralíticos andavam, cegos enxergavam, surdos passavam a ouvir.
Milhares de pessoas aceitavam a Jesus como seu Salvador. Foi Pioneiro no rádio e na televisão, pregando em locais antes inimagináveis no meio evangélico, como em cinemas, teatros, ginásios e estádios de futebol.
As perseguições não tardaram e como conseqüência Tendas foram queimadas e nosso Tabernáculo derrubado. O Missionário foi preso e detido diversas vezes durante a sua vida, por pregar o evangelho e por não se calar diante das injustiças. Mas o grande arrebatador de almas não se abatia. Em São Paulo lotou o Estádio do Pacaembu pela primeira vez em maio de 1958, levando milhares de pessoas a ouvirem a mensagem da Salvação.
A verdadeira revolução que o Missionário Manoel de Mello estava causando começou a chamar a atenção de pastores do Brasil inteiro, que o procuravam querendo se unir a ele, entre eles o Pastor Aldor Peterson na Bahia, o Pastor Boanerges G. Figueiredo, no Rio Grande do Norte, o Pastor Ademar de Souza Mello, no Recife, o Pastor Manoel Messias, no Sergipe, o Pastor Gildo de Araújo, no Rio de Janeiro, o Pastor Jahir Dietrich, no Paraná, o Pastor Olavo Nunes, no Rio Grande do Sul, entre dezenas de outros pastores nos diversos estados.
O Missionário empreendeu inúmeras campanhas de evangelização nos diversos estados brasileiros, reunindo sempre milhares de pessoas.
Tornou-se o pregador brasileiro mais conhecido e respeitado no exterior, onde pregou em dezenas de países. Entrevistado por famosos jornais e televisões do mundo, foi o primeiro ministro evangélico a ser capa da Revista Veja.

Levantou a sua voz contra as injustiças sociais e denunciou em fóruns internacionais os descalabros do regime militar brasileiro, o que motivou algumas de suas detenções. Com a sua influência elegeu representantes para as Assembléias Legislativas e para a Câmara Federal.
O Missionário construiu em São Paulo a Igreja da Pompéia, Sede Nacional da Obra e o maior Templo Evangélico do mundo durante muitos anos, inaugurado em julho de 1979.
Sob a sua liderança a igreja se instalou e cresceu em todo o país e na década de 60 percebeu-se a necessidade de tornar-se organização. A primeira Diretoria Oficial e o primeiro Conselho Deliberativo foram formados, sob a presidência do Missionário.
Em 1974, o Missionário convocou uma Assembléia Nacional, realizada na Sede da Pompéia, ocasião em que a Igreja passou oficialmente a ser denominada Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo.
Nessa ocasião a Convenção Nacional foi organizada e também o Conselho Deliberativo, órgão diretivo e administrativo da Convenção Nacional, ambos sob a presidência do Missionário Manoel de Mello. As Convenções Estaduais e Regionais começaram a ser implantadas a partir dessa data.
Em 1976 o Missionário nomeou o querido amigo Pastor Olavo Nunes para sucedê-lo na presidência da Convenção Nacional. Para a gestão seguinte nomeou o Pastor Ivan Nunes. Em 1986 uma nova Assembléia Nacional transformou a Convenção Nacional em Conselho Nacional e extinguiu o Conselho Deliberativo. A presidência do Conselho Nacional passou a ser eleita mediante votação, ficando o Pastor Ivan Nunes como Presidente na gestão de 1986 a 1989. O Pastor Orlando Silva foi eleito para a presidência do Conselho Nacional na gestão de 1989 a 1999. O Pastor Roberto de Lucena foi eleito para a gestão de 1999 a 2005. Em 2005, o Pastor Orlando Silva foi novamente eleito para assumir a presidência.
O Missionário Manoel de Mello manteve-se como líder espiritual da obra até 1990, quando Deus o chamou no dia cinco de maio.
Hoje a igreja está organizada em 20 Convenções Estaduais e Regionais, com milhares de membros, igrejas e pastores.
Neste ano de 2006, para a Glória de Deus, estamos comemorando juntos os nossos 50 anos de lutas e de vitórias.