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6 de julho de 2013

O QUE PREGAVAM OS AVIVALISTAS INGLESES DO PASSADO?


O QUE PREGAVAM NOS AVIVAMENTOS?








O movimento desses corajosos avivalistas sacudiu a Inglaterra de uma ponta à outra. A princípio, as pessoas nas altas camadas, tentaram desprezá-los. Os homens letrados escarneciam deles como fanáticos; os ‘sábios' faziam piadas, e inventavam apelidos para eles; a igreja fechou-lhes as portas; os não-conformistas deixaram-nos de lado; a massa ignorante perseguia-os. Mas o movimento desses poucos evangelistas continuou, e se fez sentir em cada parte do país. se igualar a eles.


- Eles pregavam em todo lugar. Se o púlpito de uma paróquia da Igreja estava aberto para eles, eles alegremente se colocavam à disposição. Se não pudessem conseguir um púlpito, eles estavam igualmente prontos para pregar em um celeiro. Nenhum lugar lhes parecia impróprio. No campo ou ao lado de uma rua, num parque ou num mercado, em travessas ou vielas, em porões ou sótãos, em cima de uma barrica ou de uma mesa, em cima de um banco ou de um degrau, aonde quer que pudessem reunir ouvintes, os reformadores espirituais do século passado estavam prontos para falar-lhes a respeito de suas almas. -- 


- Eles estavam prontos a tempo e fora de tempo para fazer o trabalho de pescadores de homens e circundavam o mar e a terra levando avante a obra do Pai. E isto era algo novo. Podemos nós imaginar que isto produziu um grande resultado?

- Eles pregavam de modo simples. Eles corretamente concluíram que o primeiro requisito a ser alcançado em um sermão, é que seja entendido. Eles perceberam claramente que milhares de hábeis e bem compostos sermões eram totalmente inúteis, porque estavam acima da capacidade dos ouvintes.

- Eles se esforçaram para descer ao nível do povo, e para falar o que o povo podia entender. Para alcançar isto, eles não se envergonhavam de crucificar o seu estilo e de sacrificar sua reputação de eruditos. Para atingir este objetivo, eles usaram ilustrações e exemplos em abundância, e, como seu Mestre divino, fizeram uso de lições extraídas de cada objeto na natureza.

- Eles colocaram em prática o dito de Agostinho: ‘Uma chave de madeira não é tão bonita quanto uma de ouro, mas se ela puder abrir a porta enquanto a de ouro não, ela é muito mais útil.' Eles reviveram o estilo dos sermões através dos quais Lutero e Latimer costumavam obter eminente sucesso. Em poucas palavras, eles perceberam a verdade que o grande reformador alemão queria dar a entender quando disse: ‘Ninguém pode ser um bom pregador para o povo, senão estiver disposto a pregar de uma maneira que possa parecer infantil e vulgar a alguns'. E tudo isto era também completamente novo há cem anos atrás.

- Eles pregavam com fervor e de modo direto. Eles colocaram de lado aquele modo enfadonho, frio, pesado e sem vida de pregar, o qual há muito havia feito dos sermões um sinônimo do que é tedioso.

-Eles proclamavam as palavras de fé com fé, e a história da vida, com vida. Eles falavam com ardente zelo, como homens que estavam totalmente persuadidos de que o que diziam era verdade, e que ouvir o que pregavam era algo da maior importância para o benefício eterno deles.

- Eles falavam como homens que tinham uma mensagem de Deus para você, e que precisavam entregá-la, e que tinham que obter sua atenção enquanto a comunicavam. –

- Eles colocavam o coração, a alma e sentimentos nos seus sermões e despediam seus ouvintes para casa convencidos, afinal, de que o pregador fora sincero e queria o bem deles. - Eles acreditavam que você deve falar do coração se você deseja falar ao coração, e que deve haver indiscutível fé e convicção no púlpito para que venha a haver fé e convicção nos bancos. Tudo isto, eu repito, era algo que havia se tornado quase que obsoleto no passado. Podemos nós imaginar que isto arrebatou o povo e produziu um imenso efeito?








Mas qual era o conteúdo e o tema da pregação que produziu efeito tão maravilhoso há cem anos atrás? Eu não insultarei o bom senso dos meus leitores dizendo apenas que a pregação deles era ‘simples, zelosa, fervorosa, verdadeira, amável, corajosa, viva' e assim por diante; é preciso que se compreenda que ela também era eminentemente doutrinária, positiva, dogmática e distinta. As fortalezas do pecado no século passado nunca teriam sido subjugadas meramente por zelo e ensinos errôneos. As trombetas que derrubaram os muros de Jericó não eram trombetas que emitiam sons incertos. Os evangelistas ingleses do século passado não eram homens de credo incerto. Mas o que era que eles pregavam? Alguma informação a este respeito não será sem utilidade.

1-Uma das coisas que os reformadores espirituais do século passado ensinaram constantemente era a suficiência e supremacia das Sagradas Escrituras. A Bíblia, toda e não mutilada, era a sua única regra de fé e prática. Eles aceitavam todas as suas afirmativas sem questioná-las ou colocá-las em dúvida. Eles não sabiam nada a respeito de porção alguma das Escrituras que não fosse inspirada. Eles nunca admitiram que o homem tenha em si alguma ‘faculdade verificadora', pela qual as asseverações das Escrituras pudessem ser avaliadas, rejeitadas ou aceitas. Eles nunca se esquivaram de asseverar que não pode haver erro na Palavra de Deus e que, quando não podemos entender ou conciliar algumas partes do seu conteúdo, a falta está no intérprete e não no texto. Em toda a pregação, eles eram eminentemente homens de um só livro. Estavam contentes em depositar sua confiança naquele livro e por ele resistir ou sucumbir. Esta era uma das características de suas pregações. Eles honravam, amavam e reverenciavam a Bíblia.

2- Além disso, os reformadores do século dezoito ensinavam constantemente a total corrupção da natureza humana. Eles nada sabiam da idéia moderna de que Cristo está em todos os homens, e de que todos possuem algo de bom dentro de si, que precisa apenas ser despertado e usado para poder salvá-los. Eles nunca agradaram a homens ensinando isso. Eles lhes diziam claramente que estavam mortos e que precisavam viver; que se encontravam culpados, perdidos, desamparados, desesperados e em perigo iminente de destruição eterna. Por mais estranho e paradoxal que possa parecer a alguns, o primeiro passo deles no propósito de tornar bom o homem, era mostrar-lhes que eles eram completamente maus, e o seu argumento primordial, no sentido de persuadir as pessoas a fazerem alguma coisa por suas almas, era convencê-los de que não podiam fazer nada por elas.

3- Além disso, os reformadores do século passado ensinavam constantemente que a morte de Cristo na cruz era o único meio de expiação para o pecado do homem, e que, quando Cristo morreu, Ele morreu como nosso substituto - ‘o Justo pelo injusto'. Este, na verdade, era o ponto cardinal em quase todos os seus sermões. Eles nunca ensinaram a doutrina moderna de que a morte de Cristo foi apenas um grande exemplo de auto-sacrifício. Eles viam nela algo muito mais elevado, maior e mais profundo do que isto. Viam nela o pagamento do assombroso débito do homem para com Deus. Eles amavam a pessoa de Cristo, se regozijavam nas Suas promessas e instavam os homens a andarem segundo o exemplo dEle. Mas o assunto que eles se deliciavam em tratar, acima de todos os outros, era o sangue redentor que Cristo derramou por nós na cruz.

4- Além disso, os reformadores do século dezoito ensinavam constantemente a grande doutrina da justificação pela fé. Eles anunciavam aos homens que a fé era a coisa necessária a fim de obterem, para suas almas, benefício na obra de Cristo; que antes de virmos a crer, estamos mortos e não temos benefício nenhum em Cristo e que a partir do momento em que cremos, passamos a viver e ter pleno direito a todos esses benefícios. Justificação por tornar-se membro de igreja, justificação sem crença e confiança, eram noções que eles não toleravam. Tudo, se você crer e a partir do momento em que crê; nada, se você não crer - era a própria essência da pregação deles.

5- Além disso, os reformadores do século dezoito ensinavam constantemente a necessidade universal de conversão do coração e uma nova criação pelo Espírito Santo. Eles proclamavam em todo lugar às multidões a que se dirigiam: ‘Vocês precisam nascer de novo'. Filiação a Deus através do batismo, filiação a Deus ao mesmo tempo em que fazemos a vontade do diabo, eles nunca admitiram. A regeneração que eles pregavam não era algo dormente, apático e inerte. Era alguma coisa que podia ser vista, discernida e conhecida através de seus efeitos.

6- Além disso, os reformadores do século dezoito ensinavam constantemente a ligação inseparável entre verdadeira fé e santidade pessoal. Eles nunca aceitaram por um só momento, que estar arrolado como membro de igreja ou a simples profissão de fé eram provas de que um homem era crente, se ele não vivesse uma vida piedosa. Um verdadeiro crente, eles sustentavam, deve sempre ser reconhecido por seus frutos e estes frutos devem ser plena e inequivocamente manifestos em todas as áreas da vida. ‘Ausência de frutos, ausência de graça,' era o teor invariável da pregação deles.

7- Finalmente, os reformadores do século dezoito ensinavam constantemente as doutrinas igualmente verdadeiras do ódio eterno de Deus pelo pecado e o amor de Deus pelos pecadores. Eles nada sabiam a respeito de um amor insuficiente para salvar do inferno e de um céu aonde santos e não santos são ambos finalmente admitidos. Eles usavam, tanto a respeito do céu como a respeito do inferno, a linguagem mais clara possível. Nunca recuaram em declarar, nos termos mais claros, a certeza do julgamento de Deus e da ira porvir, se os homens persistirem na impenitência e incredulidade; e apesar disso, nunca cessaram de magnificar as riquezas da bondade e compaixão de Deus e de conclamar todos os pecadores a arrependerem-se e voltarem-se para Deus antes que fosse tarde demais.

Estas eram as principais verdades que os evangelistas ingleses do século passado pregavam constantemente. Estas eram as principais doutrinas que eles estavam constantemente proclamando, quer na cidade quer no campo, quer em igrejas quer em céu aberto, quer entre ricos quer entre pobres. Estas foram as doutrinas através das quais eles viraram a Inglaterra de cabeça para baixo, e fizeram homens do campo e trabalhadores de minas de carvão chorarem até que suas faces sujas ficassem marcadas pelas lágrimas; cativaram a atenção de nobres e filósofos, tomaram de assalto as fortalezas de Satanás, arrancaram milhares como que tições do fogo, e mudaram o caráter da época. Você pode chamá-las de doutrinas simples e elementares se desejar. Diga, se lhe agradar, que você não vê nada de grande, surpreendente, novo ou peculiar nesta lista de verdades. Mas é inegável o fato de que Deus abençoou estas verdades, a ponto de reformar a Inglaterra há cem anos atrás. O que Deus abençoou não despreze o homem.

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