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3 de novembro de 2015

Cartas do Inferno - CS LEWIS

Resumo da introdução do  livro Cartas do Inferno          C S Lewis
Título original: The Screwtape Letters
“A melhor forma de correr com o Diabo, se ele não se
rende aos textos das Escrituras é zombar e caçoar
dele, pois o mesmo não suporta o escárnio.”
Martinho Lutero

“O Diabo... o espírito do Orgulho... Não suporta ser
debochado.”
Thomas More


Cartas do Inferno
C S Lewis
(Este livro é uma alegoria sobre o treinamento que Satanás faz com os demônios para ensinar eles a enganarem os homens, onde  Wormwood, o sobrinho é um demônio em treinamento e  Screwtape, seu tio é uma potestade e talvez o próprio diabo, portanto, não é um livro teológico e sim sobre a visão que o autor tem de como funciona o processo de tentação e das estratégias malignas para afastar os homens de Cristo)
“Há dois erros iguais e opostos no que diz respeito à matéria Demônios: Uma é desacreditar em sua existência. A outra é acreditar e sentir um excessivo e doentio interesse neles. Os mesmos demônios ficam igualmente satisfeitos pelos dois erros e portanto, contemplam um materialista e um mágico com o mesmo prazer.”
“Nenhum ser não criado existe alem de Deus. Deus não tem nenhum ente que lhe
seja oposto. Nenhum ser poderia jamais alcançar uma tão
"perfeita maldade" que se opusesse à perfeita bondade de Deus.
Quando, pois, se tirasse a esse ser oposto todas as espécies de
coisas boas: a inteligência, a vontade, a memória, a energia e a
existência própria, nada mais lhe restaria.”
“A pergunta mais cabível é: Se eu admito a existência de
diabos. Admito-a, sim. Isto quer dizer o seguinte: Creio na
existência de anjos e admito que alguns destes, pelo abuso do
livre arbítrio, tornaram-se inimigos de Deus e, por decorrência desse fato, também são nossos inimigos. A tais anjos podemos chamar diabos. Não diferem, quanto à essência, dos bons anjos, mas a natureza deles é depravada. Diabo opõe-se a anjo no sentido em que dizemos que homem mau é o oposto a homem bom. Satanás, o líder ou ditador dos diabos, não é ente oposto a Deus e,sim ao arcanjo Miguel”

“Mais uma vez, creio que o Simbolismo que usei pareceu
útil, pois me permitiu, por comparações terrenas fazer uma boa
idéia de outra sociedade que só se mantém por causa do medo e
da ambição. Superficialmente, as maneiras são normalmente
delicadas, pois um tratamento rude para com seu superior seria
suicídio; e quando um superior falasse com um subordinado, se o
fizesse com rispidez ou rudeza, isto faria com que os mesmos
subordinados ficassem prevenidos antes que o chefe estivesse
pronto para dar a "facada nas costas". Com efeito, "cobra come
cobra" é o principio de toda a Organização Infernal. Todos
desejam o descrédito, a derrota e a ruína de todos os outros. Em
resumo, todos se tornam especialistas na propagação de
falsidade e traição. As boas maneiras, as expressões de cortesia
e os "elogios formais" que trocam entre si pelos "inestimáveis
serviços prestados" são apenas uma casca de todas estas coisas.
De vez em quando, esta casca racha, e então aparece o caldo
fervente de seus ódios de um pelo outro.”
“ O simbolismo também me permitiu livrar a mente da fantasia absurda de se admitir que os demônios estão empenhados na busca desinteressada de
algo a que damos o nome de Mal (com letra maiúscula,mesmo).
Em meu simbolismo, não haveria lugar para espíritos tão
desfigurados em seus objetivos. Os maus anjos (à semelhança
dos maus homens) tem espírito puramente prático. Eles tem dois
motivos para isso. Primeiro: medo da punição. Assim como os
países ditatoriais (totalitários, se preferirem) tem suas prisões
políticas e campos de concentração, da mesma forma, o Inferno
que eu pinto contem Infernos mais profundos, que funcionam
como "casas de correção". O segundo motivo vem de uma certa
espécie de fome. Imagino que os demônios podem, no sentido
espiritual, devorar-se uns aos outros, e a nós também. Mesmo no
contexto de vida humana, vemos a paixão dominar (quase
mesmo devorar) uma pessoa à outra. Isto faz com que toda a
vida emocional e intelectual do outro sejam a tal ponto apagadas
que se reduzam a meros complementos da própria paixão. O
indivíduo passa então a odiar como se o agravo fosse sobre si
mesmo, devolver ofensas como se ele tivesse sido ofendido,
enfim, tem sua individualidade totalmente dissolvida,
assimilando desta forma a do objeto de sua paixão. Embora na
Terra chamem isto de "amor", imagino que passe longe do
conceito de amor que Deus nos legou (ver I Co 13). No Inferno,
identifico este tipo de sentimento com a fome; e neste Inferno, a
fome é mais feroz e a satisfação desta mais viável.”
“Não havendo corpos, o espírito mais forte pode realmente
absorver o mais fraco, deleitando-se assim de modo permanente
na individualidade destruída do mais fraco. E por isso (suponho
eu) que os diabos desejam conquistar espíritos humanos, bem
como os espíritos uns dos outros. Também é por isto que
Satanás anseia por todos os membros de seu exército e por
todos que nascem de Eva e mesmo (ainda que
pretensiosamente) pelos exércitos do Céu. O sonho que ele
acalenta é o do dia em que tudo esteja em seu interior, de modo
que qualquer um que disser "Eu" só possa dizer através dele.
Poderíamos compará-lo à aranha inchada, em contraposição à
bondade infinita segundo a qual Deus torna homens em servos,
e estes servos em filhos, de modo a serem no final reunidos a
Ele, não como "almas absorvidas", mas como indivíduos
aprimorados, desfrutadores de todo o deleite e prazer que a
presença de Deus proporciona. Em síntese, Deus se compraz em
pedir ao homem sua individualidade, mas tão logo o homem a
cede, o maior prazer de Deus é devolvê-la aprimorada.”


C.S. Lewis
Clive Staples Lewis, mais conhecido como C.S. Lewis (1898 - 1963) foi um autor e escritor irlandês, conhecido por seu trabalho sobre literatura medieval, palestras, e escritos cristãos. Também é conhecido pela série de livros "As crônicas de Nárnia".
C.S. Lewis entrou aos 18 anos no University College, em Oxford, porém seus estudos foram interrompidos pelo serviço militar na Primeira Guerra Mundial, e em 1918, retornou a Oxford. Durante a II Guerra Mundial, C.S. Lewis tinha suas palestras transmitidas pela rádio e por seus escritos, sendo chamado de "apóstolo dos céticos", especialmente nos Estados Unidos, suas palestras também eram tocadas na rádio BBC, de Londres.
C.S. Lewis vendeu mais de 200 milhões de cópias dos 38 livros escritos, os quais foram traduzidos para mais de 30 idiomas, e a serie Crônicas de Nárnia virou um grande filme de Walt Disney.

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