John Fletcher
Antigo
pregador metodista
A corrupção do mundo cristão e a crise
generalizada que arrastou a igreja moderna para a mornidão tornou a pura e
verdadeira pregação do evangelho um grande desafio, pois hoje é quase
impossível pregar as profundas verdades de Cristo sem grandemente ofender as
convicções das pessoas.
Ele disse: “Desde que senti o amor
de Deus no meu coração, quando tinha sete anos de idade, resolvi entregar-me a
Ele e ao serviço da Igreja, se me sentisse em condições de fazê-lo, mas a
corrupção que se encontra no mundo e também no meu próprio coração, concorreram
para enfraquecer essa convicção que tinha no princípio. Contudo, fiz os meus
estudos com o intuito de entrar em ordenanças da Igreja; no entanto, mais
tarde, sentindo que não era digno, nem bastante forte no meu espírito para
assumir tanta responsabilidade e, também, desgosto pela necessidade que tinha
de aceitar a doutrina da predestinação (calvinismo), cedi à vontade de alguns
dos meus amigos que insistiram que entrasse no exército. Antes, porém, de o
conseguir, devido a tantos empecilhos e desapontamentos, resolvi ir à
Inglaterra”.
O Sr. José Benson alega que três
foram os motivos que levaram Fletcher a não querer o ministério, que são: “1º -
Porque ele julgava que não tinha as qualidades necessárias para tão santo
trabalho; 2º - Porque tinha escrúpulos em aceitar a doutrina da predestinação
que o ministério na Suíça tinha que aceitar; 3º - Porque não quis ocupar um
ofício tão sagrado como meio de ganhar a vida, ou deixar qualquer idéia profana
o vencer”.
Embora houvesse manifestação de
piedade muito cedo na vida de Fletcher, ele ignorava a verdadeira natureza do
Cristianismo. Tinha muita confiança na retidão natural do homem, e excedia a
muitos no viver uma vida mais ou menos exemplar. Assim alguém o descreve: “Era
severamente justo nos seus negócios e inflexivelmente correto quanto à sua
palavra; cumpria escrupulosamente seus deveres para com os outros, em suas
relações na vida; tinha sentimentos liberais e uma caridade profusa. Sempre
revelou prudência no seu proceder e cortesia em suas relações com o próximo.
Era diligente em buscar a verdade e extremado defensor da virtude; meditava
freqüentemente nas coisas sagradas, e assistia assiduamente ao culto divino”.
Era
de esperar, pois, que um homem ornado de todas essas qualidades, fosse tentado
a crer que era superior aos demais homens em geral. Tendo todas essas boas
qualidades, ignorava, todavia, a natureza do verdadeiro arrependimento do
pecado. Ele passou algum tempo na Inglaterra antes de chegar a conhecer
experimentalmente a natureza verdadeira do arrependimento.
Chegou
finalmente a descobrir que “enganoso é o coração acima de todas as coisas, e
gravemente enfermo; quem o poderá conhecer?” Ele assim descreve o seu estado
nesta época: “De minha parte, quando comecei a me conhecer a mim mesmo, então
vi e senti que o homem é um animal composto de uma natureza bestial e infernal.
Tal descobrimento me deu um choque terrível; abalou meu amor próprio e me
encheu de horror.
Procurou
encobrir por algum tempo esse estado lastimável. A impressão que tinha recebido
de mim mesmo era tão profunda que dela me não podia esquecer. Não valia de nada
lembrar-me da moralidade que tinha praticado. Também debalde os elogios que
tinha recebido, dos meus superiores quanto à minha piedade e virtude. E,
igualmente em vão foi o esforço de lançar um véu sobre a minha consciência
argumentando da seguinte maneira: Se a conversão significa uma mudança
completa, quem porventura se tem convertido nestes dias? Por que estás
imaginando que és pior do que realmente és? Tu crês em Cristo; tu és um
cristão; tu não tens feito mal a ninguém; tu não és um ébrio nem adúltero; tu
tens cumprido os teus deveres, não somente de um modo geral, mas, com exatidão
toda especial; tu assistes aos cultos assiduamente; tu oras mais do que outros
e também com fervor. Não te incomodes. Além de tudo Jesus Cristo sofreu pelos
teus pecados, e os méritos dele suprirão tudo que te falta”.
“Foi com esta maneira de
raciocinar que procurei enganar-me a mim mesmo e esconder o estado deplorável
do meu coração. E agora, meus irmãos, tenho vergonha de ter procedido assim
comigo mesmo, sendo iludido pelas invenções de satanás e do meu próprio
coração. Deus me tem convidado; apóstolos, profetas e mártires me têm exortado,
e a minha própria consciência, iluminada pela graça divina que se manifesta no
meu peito, tem me constrangido a entrar pela porta estreita. No entanto, apesar
de tudo isso, um gênio sutil, um mundo enganador e um coração enganado têm
concorrido, durante estes vinte anos da minha vida, para me conservar no
caminho largo. Já agora vejo que a época mais atraente da minha vida, passei-a
no serviço desses tiranos, e agora estou pronto a proclamar a toda a gente que
o único galardão que tenho recebido consiste em remorso e inquietação. Feliz
teria sido eu se tivesse escutado os primeiros convites da graça de Deus e
assim quebrado o jugo de aço desses tiranos sobre o meu pescoço”.
Com essa revelação do
seu estado moral ele procurou o perdão dos seus pecados, lançando-se
inteiramente sobre Cristo, confiando nele para a salvação. Agora, em vez de se
colocar numa categoria acima dos outros, ele se classifica com os principais
pecadores. Sua tristeza pelo pecado foi substituída pela satisfação de o Deus
todo poderoso lhe ter perdoado os pecados. Agora sente paz e alegria no
coração. Sua conversão não era uma coisa imaginária, porém uma realidade.
Uma vez acertado o caminho estreito que conduz à vida eterna ele se
esforçou para nele andar com toda a inteligência. Era muito inclinado ao
asceticismo. Por exemplo, ele passava duas noites em claro por semana a fim de
ter mais tempo para orar, estudar e meditar, e o seu regime era, agora, pão,
leite e legumes. Tal foi o rigor das suas abnegações que veio, mais tarde, a
prejudicar a sua saúde.
Anos depois, refletindo nesta fase da sua vida, fez a seguinte confissão:
“Tenho observado que quando o corpo está fraco, é nessa ocasião que satanás
ganha vantagem sobre a alma. É sem dúvida o nosso dever cuidar bem da nossa
saúde. Mas naquela época não sentia a necessidade de sono de que eu mesmo me
privava”.
Sua consideração aos pobres levou-o a lhes praticar a caridade. Vê-se,
pois, que tudo que se manifestou em sua vida indicava que o seu coração estava
propenso ao serviço do Senhor. E além disso, também, os seus amigos e alguns ministros
lhe falaram do ministério. Finalmente atentou ele ser a vontade de Deus que ele
fosse um ministro do Evangelho.
No caso de John Fletcher os três sinais, mencionados da Disciplina pelos
quais se julga que alguém é chamado para pregar, foram inteiramente
satisfeitos. Pois, ele conhecia a Deus como um Deus que perdoa o pecado, tinha
dons tanto como graça para o trabalho e mostrava frutos na conversão de
pecadores, numerando seu próprio pai, como uma das pessoas que se converteram,
por via de seu trabalho.
Foi neste estado de coisas que ele dirigiu ao Sr. João Wesley a seguinte
carta:
“Tern, 24 de Novembro de 1756. Reverendo Senhor, como considero o Sr. o meu guia espiritual, e não podendo duvidar de sua paciência em me ouvir e me responder acerca de uma questão que um de sua Sociedade me sugeriu, desejo espontaneamente citá-la. Desde que cheguei à Inglaterra, recebi três convites para aceitar ordenação. Tenho sempre orado a Deus para que, se esses convites não tivessem a aprovação divina, que fossem embaraçados, e sempre alguma coisa tem estorvado os desígnios dos meus amigos neste sentido. Nisso tudo admiro a bondade de Deus, pois Ele me tem protegido evitando precipitações nessas coisas. Dou graças a Deus pela sua bondade em tudo isso, especialmente desde que cheguei a conhecer o Evangelho em sua pureza. Antes tinha medo, porém, agora tremo em mexer com essas coisas sagradas. Resolvi, pois, revelar a minha salvação em particular, em vez de me entregar a tal serviço que requer mais dons e graça do que supunha eu precisasse ter. Contudo, de quando em quando, sentia desejo ardente de me entregar de corpo e alma a Deus, se fosse chamado outra vez, crendo que o Senhor poderia me ajudar e manifestar o seu poder em minha fraqueza. Já agora reconheço que esse desejo se me aumenta desde que reparei que algum êxito tem acompanhado os meus esforços em exortar e escrever cartas aos meus amigos”.
“Tern, 24 de Novembro de 1756. Reverendo Senhor, como considero o Sr. o meu guia espiritual, e não podendo duvidar de sua paciência em me ouvir e me responder acerca de uma questão que um de sua Sociedade me sugeriu, desejo espontaneamente citá-la. Desde que cheguei à Inglaterra, recebi três convites para aceitar ordenação. Tenho sempre orado a Deus para que, se esses convites não tivessem a aprovação divina, que fossem embaraçados, e sempre alguma coisa tem estorvado os desígnios dos meus amigos neste sentido. Nisso tudo admiro a bondade de Deus, pois Ele me tem protegido evitando precipitações nessas coisas. Dou graças a Deus pela sua bondade em tudo isso, especialmente desde que cheguei a conhecer o Evangelho em sua pureza. Antes tinha medo, porém, agora tremo em mexer com essas coisas sagradas. Resolvi, pois, revelar a minha salvação em particular, em vez de me entregar a tal serviço que requer mais dons e graça do que supunha eu precisasse ter. Contudo, de quando em quando, sentia desejo ardente de me entregar de corpo e alma a Deus, se fosse chamado outra vez, crendo que o Senhor poderia me ajudar e manifestar o seu poder em minha fraqueza. Já agora reconheço que esse desejo se me aumenta desde que reparei que algum êxito tem acompanhado os meus esforços em exortar e escrever cartas aos meus amigos”.
“Julgo necessário dizer-lhe que meu patrão me aconselhou diversas vezes
que entrasse no ministério, aceitando a ordenação e até prometeu me arranjar
colocação. A tudo isso sempre respondi, friamente, que não era digno e além
disso que não podia adquirir um título. As coisas estavam nesse pé há seis
meses, quando um cavalheiro, um homem que eu quase não conhecia, me ofereceu uma
colocação que, provavelmente, mui logo estaria disponível. Também um clérigo
com quem nunca tinha conversado me ofereceu um título de vigário em uma de suas
igrejas. Agora, Sr. Wesley, a questão sobre que desejo o seu auxílio: Devo eu
não aceitar o título e entrar em ordens? Quanto à colocação e ao ordenado, não
me importa; porque julgo que poderia pregar com melhor resultado em minha
própria língua.”
“Estou em dúvida: porque de um lado meu coração me diz que
experimente, e assim fala quando eu sinto o amor de Deus; de outro lado, quando
me examino para ver se sou digno para isso, reconheço a minha falta de dons, e
especialmente aquele dom da alma-amor que deve caracterizar o trabalho
ministerial, AMOR, continuo, universal e inflamado, que em minha confiança e
coragem me falta. Chego mesmo a me acusar de vaidade quando penso na grande
responsabilidade de levar ainda apenas por um dia a arca do Senhor, concluindo
que sem dúvida um castigo extraordinário há de cair sobre mim, mais cedo ou
mais tarde, pela minha ousadia.”
“Agora, como me acho nestas duas alternativas, tenho que
confessar ao senhor que não posso decidir qual desses dois caminhos devo tomar
com segurança. Guiar-me-ei, pois, pelo seu conselho; julgando que Deus o
guiará, muito mais porque em tudo isso nada mais quero senão a glória de Deus.
Reconheço quão precioso é seu tempo, portanto ficarei satisfeito com uma
resposta nestes termos: “Persiste ou abstém-te, pois só isto me há de valer.
Rev. senhor, sou seu servo indigno, J. F. “
Assim alguém descreve a sua caridade: “A abundância da sua
caridade para com os pobres e necessitados é quase incrível; a sua liberalidade
freqüentemente esvaziava a sua carteira, roubava-lhe as comidas da sua casa e,
às vezes, o deixava mesmo sem as coisas mais necessárias. Era-lhe costume
trocar o seu estado confortável com o de seus paroquianos indigentes, deixando
o seu comodismo para participar das dores deles e a sua abundância para a
pobreza deles. Para poder alimentar os famintos ele a si mesmo negava o
alimento necessário; para poder vestir os nus, ele mesmo se vestia
modestamente, e para socorrer os que estavam perecendo em necessidades
extremas, ele suportava duras e contínuas privações”.
Não somente contribuía para aliviar os pobres, porém
apelava também para outros para que o ajudassem nesses socorros.
Os doentes sempre tinham um amigo na pessoa de Fletcher que
de dia e de noite não se cansava de os atender. A propósito diz João Wesley:
“Visitar os doentes era um trabalho que ele estava sempre pronto a fazer. Se
ouvia alguém bater à sua porta numa noite fria de inverno, logo abria a janela.
E quando era informado que alguém estava ferido ou machucado nas minas, ou que
um vizinho estava prestes a morrer não hesitava em pensar se devia ir ou não,
porém a sua resposta sempre era esta: “Vou já”.
As crianças tinham na sua pessoa um verdadeiro amigo.
Ensinava-as de casa em casa, atraindo-as a Cristo em sua mocidade.
Igualmente tinha muita simpatia para com as pessoas que
estavam tristes e desconsoladas na vida. Nunca procurou aumentar a tristeza de
ninguém, antes provocava o espírito de alegria e de ações de graças.
Sabia acomodar-se aos seus ouvintes. Aos ignorantes usava
palavras e ilustrações compreensíveis e aos eruditos sabia elevar-se à altura
deles.
Não somente ministrava ao povo na cidade de Madeley, mas
também procurava os negligenciados que moravam na circunvizinhança.
Muitas coisas havia para o desanimar, e às vezes ele sentia
o espírito de desânimo; duas coisas então, contribuíram fortemente para lhe
produzir esse estado de alma: a pequena assistência no princípio dos cultos e a
oposição de diversas pessoas dentro e fora da sua paróquia. Mas a primeira logo
desapareceu, pois lemos numa carta que escreveu a Carlos Wesley: “Quando
cheguei em Madeley, fiquei bem impressionado e desanimado com a assistência tão
pequena aos cultos. Pensei que se alguns dos nossos amigos em Londres tivessem
visto a minha congregação, teriam ficado consolados em sua própria sabedoria;
mas agora, graças a Deus, as coisas se têm modificado neste sentido, pois, no
domingo passado tive o prazer de ver algumas pessoas no pátio da Igreja que não
podiam entrar por falta de lugar”.
As suas visitas pastorais, o seu costume de despertar o
povo com a sua campainha, cedo de manhã, nos domingos e, acima de tudo, o seu
espírito cristão concorreram para despertar o povo. O espírito que John
Fletcher manifestou durante o seu ministério em Madeley descobre-se na
observação os Sr. Gilpin:
“A situação do Sr. Fletcher a respeito de alguns dos seus paroquianos era semelhante a de Daniel a respeito dos cortesãos de Babilônia. Seu procedimento era tão exemplar e correto, caracterizado pela prudência e circunspeção (capacidade de olhar à volta de si), que até a malícia mesma não podia achar motivos de o criticar a não ser que lhe quisesse descobrir alguma falha com respeito a lei de seu Deus”. Eles voluptuosamente detestaram a sua temperança e abnegação; os licenciosos se ofendiam com sua gravidade e severidade, e os formalistas se indignavam com seu zelo e devoção manifestados em toda a sua conversa e proceder. Todos estes, apesar de suas opiniões divergentes, ligaram-se contra o seu pastor como inimigos inveterados. Torceram as suas palavras, falavam mal dos seus atos, e “rejeitaram o seu nome como indigno”. Mas qualquer que fosse a acusação ou a oposição dos seus inimigos, ele a suportou com magnanimidade e com calma, “não retribuindo o mal com o mal, ou injúria com injúria” mas, ao contrário, abençoando”.
“A situação do Sr. Fletcher a respeito de alguns dos seus paroquianos era semelhante a de Daniel a respeito dos cortesãos de Babilônia. Seu procedimento era tão exemplar e correto, caracterizado pela prudência e circunspeção (capacidade de olhar à volta de si), que até a malícia mesma não podia achar motivos de o criticar a não ser que lhe quisesse descobrir alguma falha com respeito a lei de seu Deus”. Eles voluptuosamente detestaram a sua temperança e abnegação; os licenciosos se ofendiam com sua gravidade e severidade, e os formalistas se indignavam com seu zelo e devoção manifestados em toda a sua conversa e proceder. Todos estes, apesar de suas opiniões divergentes, ligaram-se contra o seu pastor como inimigos inveterados. Torceram as suas palavras, falavam mal dos seus atos, e “rejeitaram o seu nome como indigno”. Mas qualquer que fosse a acusação ou a oposição dos seus inimigos, ele a suportou com magnanimidade e com calma, “não retribuindo o mal com o mal, ou injúria com injúria” mas, ao contrário, abençoando”.
Enquanto alguns professores indignados estão prontos, como
Tiago e João, a “mandar fogo no céu” para consumir seus adversários; e enquanto
outros estão consultando, como Pedro, quantas vezes devem perdoar as ofensas,
Fletcher se entregava a manifestar aquela caridade que “é longânima e benigna;
que não se porta inconvenientemente e não suspeita mal”. “Sendo injuriado, não
injuriava; padecendo, não ameaçava, mas entregava-se aquele que julga
justamente”. Se fosse insultado pessoalmente, ou prejudicado na sua
propriedade; se fosse atacado abertamente com insultos, ou perseguido
secretamente com calúnia, por meio de uma boa consciência, ele andava no meio
dos ataques violentos dos seus inimigos, como um homem invulnerável; e enquanto
a sua firmeza revelava que não fora ferido, a sua indulgência mostrava que não fora
ofendido. Seu amor não podia ser vencido: as águas frias da desconsideração não
podiam apagá-lo, nem o dilúvio da censura poderia afogá-lo. “Sendo
vilipendiado, bem dizia; perseguido, sofria; difamado, rogava, provocando os
seus inimigos por todos os meios suasórios (persuasivos) a praticarem o amor e
as boas obras. Quando encontrava um inimigo em necessidades, apressava-se em
socorrê-lo, mostrando-se generoso e bondoso: “Se o seu inimigo tinha fome, ele
dava de comer; se tinha sede, dava de beber; se estava oprimido, procurava
ajudá-lo, aproveitando todas as oportunidades possíveis para “amontoar brasas
vivas sobre a sua cabeça”.
João Wesley dando o seu parecer sobre as obras de Fletcher diz:
“Quanto bem tem resultado da publicação daquela Carta Circular! Foi ela que, felizmente, provocou Fletcher a escrever os seus “Checks to Antinomianism” sobre os quais fica-se numa dúvida, não sabendo o que se admirar mais, se a clareza da linguagem, tal como nenhum estrangeiros jamais escreveu, se a força e clareza dos seus argumentos; ou a mansidão e doçura de espírito que se revelam através das suas páginas. E tal é a força dessa verdade, que não me admiro que um pregador idoso, resolvido a viver e morrer em suas opiniões, quando alguém insistia que ele lesse esta obra, respondeu: “Não, eu nuca hei de ler os “Checks” do Sr. Fletcher, pois se o fizesse, ficaria com a mesma opinião dele”.
“Quanto bem tem resultado da publicação daquela Carta Circular! Foi ela que, felizmente, provocou Fletcher a escrever os seus “Checks to Antinomianism” sobre os quais fica-se numa dúvida, não sabendo o que se admirar mais, se a clareza da linguagem, tal como nenhum estrangeiros jamais escreveu, se a força e clareza dos seus argumentos; ou a mansidão e doçura de espírito que se revelam através das suas páginas. E tal é a força dessa verdade, que não me admiro que um pregador idoso, resolvido a viver e morrer em suas opiniões, quando alguém insistia que ele lesse esta obra, respondeu: “Não, eu nuca hei de ler os “Checks” do Sr. Fletcher, pois se o fizesse, ficaria com a mesma opinião dele”.
A seguinte citação de Joseph Benson nos revela o espírito de Fletcher:
“Quando alguém dizia algo desagradável acerca dele ou dos seus livros, se o nome da pessoa que tivesse dito, fosse referido, ele fazia parar imediatamente o narrador, e fazia uma oração em seu favor. Não consentia que alguém falasse mal dos seus adversários. Estava sempre pronto a lhe oferecer as mesmas desculpas que ele gostava de que com ele fizessem nas mesmas circunstâncias”.
“Quando alguém dizia algo desagradável acerca dele ou dos seus livros, se o nome da pessoa que tivesse dito, fosse referido, ele fazia parar imediatamente o narrador, e fazia uma oração em seu favor. Não consentia que alguém falasse mal dos seus adversários. Estava sempre pronto a lhe oferecer as mesmas desculpas que ele gostava de que com ele fizessem nas mesmas circunstâncias”.
2. Alguns dizeres dele.
“A dor é o esforço da nossa natureza decaída, preparando-nos para o mundo da felicidade”.
“A dor é o esforço da nossa natureza decaída, preparando-nos para o mundo da felicidade”.
“A coisa principal é estarmos empregando o nosso tempo com proveito”.
“Vamos amar este bom Deus que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o
que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.
“Eu e o leitor não temos mais nada a fazer senão morrer para tudo o que é
pecaminoso em nossa natureza e orar pedindo o poder de uma vida sem fim”.
“Em Jesus o tempo e a distância são perdidos. Ele é a vida eterna e
universal, da justiça, da paz e da alegria”.
“A simplicidade de intenção e a pureza de afeição atravessarão o inferno”.
“Eu não peço nada a não ser mais graça”.
“Graças a Deus encaro com calma o nosso último inimigo”.
“Resignação completa à vontade de Deus derrota mil tentações, e confiança
em nosso Salvador nos leva suavemente através de mil cuidados”.
“Deus nos livra de nós mesmos e de Satanás: o demônio interno e externo”.
“Temos de ser salvos pela fé e esperança, até que sejamos salvos pelo amor
perfeito e até que sejamos participantes da glória celestial”.
“As verdades que eu prego aos outros são as mesmas das quais me alimento”.
“Nós somos criaturas pobres, porém temos um bom Deus sobre quem podemos
lançar todos os nossos cuidados, e que constantemente nos sobrecarrega de modo
que poderemos descobrir a bondade, poder e constância dele”.
“A morte se manifesta no corpo, a ressurreição na alma; a nossa alma é o
nosso verdadeiro ser”.
3. Sua morte.
Alguns meses antes da sua última doença, tinha a impressão de que o fim não distava. Sentia a presença de Deus consigo de um modo especial. Um dia disse à sua esposa: “É uma coisa maravilhosa sentir a presença de Deus pela fé num sentido tão real que não há inclinação de fugir dele nem qualquer desejo de excluí-lo do coração. Porém isso não me satisfaz. E às vezes sinto tantos raios de luz e amor, tais rajadas, como se fosse, do ar celestial que quase me levam a alma para a glória! Mas não me acho satisfeito. Quero estar cheio da plenitude de Deus”.
Alguns meses antes da sua última doença, tinha a impressão de que o fim não distava. Sentia a presença de Deus consigo de um modo especial. Um dia disse à sua esposa: “É uma coisa maravilhosa sentir a presença de Deus pela fé num sentido tão real que não há inclinação de fugir dele nem qualquer desejo de excluí-lo do coração. Porém isso não me satisfaz. E às vezes sinto tantos raios de luz e amor, tais rajadas, como se fosse, do ar celestial que quase me levam a alma para a glória! Mas não me acho satisfeito. Quero estar cheio da plenitude de Deus”.
E poucos dias antes de sua morte ele
testemunhou dizendo: “Estou cheio do amor de Deus, gloriosamente cheio”.
Depois de adoecer ele quis dirigir o
culto no domingo, mas a esposa achou imprudente atendê-lo. Ele não quis se
conformar, dizendo que era a vontade de Deus. Então ela não o quis contrariar
mais. Ele pregou e administrou a santa ceia, porém quase desmaiou duas vezes.
Pregou sobre a misericórdia de Deus.
Foi acometido de uma forte febre e
por alguns dias, quase não pôde falar e combinou com a sua esposa para usar um
sinal: batendo o dedo – era o sinal que “Deus era Amor”. E entre as últimas
palavras que pôde enunciar foram: “Deus é amor”.
Caiu num sono e dormiu dezoito horas
e suavemente a sua alma se retirou do corpo, em 14 de Agosto de 1785. No dia 17
do mesmo mês foi enterrado no cemitério da Igreja de Madeley no meio das
lamentações de milhares de pessoas.
Entre muitas que deram o seu
testemunho das suas muitas boas qualidades e virtudes, só acrescentaremos o de
João Wesley que diz: “Eu o conheci intimamente por espaço de trinta anos.
Conversei com ele cedo de manhã, ao meio dia e à noite, sem qualquer reserva
durante uma viagem de muitos quilômetros. E durante esse tempo não o ouvi
empregar nenhuma palavra imprópria, ou cometer qualquer ato impróprio. Para
concluir: No lapso de oitenta anos tenho conhecido muitos homens distintos,
santos na vida e no coração. Mas não conheci um homem que lhe seja igual: um
homem uniforme e profundamente devotado a Deus. Não tenho encontrado um homem
quer na Europa, quer na América que fosse tão exemplar em sua vida como ele
foi. E não tenho a esperança de encontrar um outro igual a ele antes de chegar
ao céu”.
JOHN FLETCHER
(1729-85
O evangelho nada mais é que a vida
de Deus no coração do homem - Mary
Fletcher
Belo e edificante!
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